Arte como Esmola e Artista Mendigo

Fazer a arte de qualquer jeito, mesmo com objetivos nobres, seria um tipo de esmola? Existem mendigos da arte?
Tal situação dependerá da consciência de quem produz a arte. Há artistas que agem pela vontade de fazer o bem, sem compreender a importância de especializar-se, mas faz o seu melhor e contribuem de forma significativa para o crescimento daqueles que o acompanham.
Entretanto, a partir do momento em que o artista compreende a importância de aperfeiçoar-se1, seja intelectual e moralmente, a fim de potencializar a energia criadora e não o faz, estará menosprezando uma grande oportunidade de lidar com uma “força co-criadora do Universo”2, a qual pode contribuir com a evolução geral da humanidade.
Quanto mais consciente de tais conhecimentos, pode-se afirmar que faz uma arte comparada ao ato de dar uma esmola a fim de livrar-se de quem a solicita... Enfim, o que importa é realmente a consciência, o conhecimento e o comprometimento com o que se faz.
A maioria de nós passa pelo primeiro estágio e depois para o segundo. Primeiro não temos conhecimento e nem consciência crítica sobre o que estamos iniciando em nossas realizações. Com o tempo, vamo-nos aperfeiçoando, descobrindo os erros, as falhas; caso não busquemos o aprimoramento estaremos agindo de má fé, sendo envolvidos pelo comodismo, preguiça3 e egoísmo; oferecendo apenas migalhas ao próximo, quando poderíamos oferecer muito mais e com maior qualidade!
Não fazer o que se pode e deve realizar é uma falta grave perante a Justiça Divina. Façamos nossa parte, buscando e levando o conhecimento, transformando vidas4.
Referente aos mendigos da arte, infelizmente, ainda os existem no mundo da matéria ou do espírito. Esclarecemos que o termo, “mendigo” não possui o tom depreciativo, trata-se apenas de um vocábulo associativo a fim de explicar uma situação que a humanidade construiu referente à arte do mundo.
Mendigos da arte são seres que se pautam pela preguiça, falta de vontade de fazer crescer esta força criativa através do aprimoramento técnico e moral5. Preferem agir sem buscar o aperfeiçoamento6. Querem apenas esperar uma inspiração divina sem ter o devido merecimento. Desejam ser gênios sem esforços... Preferem cruzar os braços, fechar a mente a novas ideias, pois acreditam que assim terão uma mente mais limpa para criação. Contudo, mente vazia realiza arte vazia!
Há também os mendigos da arte, representados por aqueles que até apreciam uma obra artística, porém nada oferecem, nem mesmo o reconhecimento, devido tamanho orgulho. Pois acreditam que os artistas têm a obrigação de apresentar belas obras ou porque não sabem realiza-las com primazia... Massacram artistas e obras, ou seja, enxergam o argueiro alheio e não veem a trave própria! Criticam, às vezes, sem terem o devido conhecimento para tal7!
Além desses, há os que não respeitam a obra alheia. Depredam, destroem, pelo simples prazer de denegrir ou devido à inveja e ciúmes presentes em suas almas! Enfim, há várias tipologias de mendigos da arte, as quais poderíamos relatar, mas não convém.
A humanidade precisa aprender a respeitar e apreciar as diversas áreas dos saberes. O conhecimento e o amor são os combustíveis para combater a ignorância intelectual e moral!
Jesair e amiGOS! 13.12.13, psicografado por Jerônimo Marques.
1-     “Será necessário que o homem compreenda que, como parcela divina que é, veio ao mundo também para colaborar na obra do aperfeiçoamento do planeta em que vive, e essa colaboração certamente subentenderá auxílio às almas mais frágeis do que a dele, que gravitam ao seu lado nas peripécias da evolução.” (PEREIRA, Yvonne A. Devassando o Invisível. 3 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009)
2-    “Sabemos que o tempo é o nosso mais valioso recurso perante a vida; mas tempo, sem atividade criadora, tão-somente nos revela o descaso perante as Concessões Divinas. Se não acreditas no poder do trabalho, observa a tarefa que realizas, junto de outra que ficou por fazer.” (Emmanuel. Encontro Marcado. 10 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004)
3-    “A preguiça é um grave defeito da vontade, caracterizando-se pela falta de impulso para o trabalho.” (______. Páginas de Espiritismo Cristão. 4 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1993)
4-    “A arte bem compreendida é um poderoso meio de elevação e de renovação. É a fonte dos mais puros prazeres da alma; ela embeleza a vida, sustenta e consola na provação e traça para o espírito, antecipadamente, as rotas para o céu. Quando a arte é sustentada, inspirada por uma fé sincera, por um nobre ideal, é sempre uma fonte fecunda de instrução, um meio incomparável de civilização e de aperfeiçoamento.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1 ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
5-    “Aprender sempre para melhor conhecer e servir é a destinação de quem se consagra fielmente ao Mestre Jesus.” (EMMANUEL. Vinha de Luz. 24 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006)
6-    “No estudo da arte, não é preciso deixar-se desgostar por uma aridez aparente e superficial. O exame atento, a análise constante de todo tema estético, revela-nos atrativos insuspeitáveis e contribui para nos iniciar na lei geral do belo. [...], faz-nos descobrir o conjunto harmônico das coisas que se desenvolvem sob os nossos olhares. Todos os homens podem e devem se interessar por essa questão, porque ela lhes reserva alegrias intelectuais superiores [...].”(DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1 ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)

7-    “Para criticar é necessário poder opor raciocínio a raciocínio, prova a prova. Será isto possível, sem conhecimento aprofundado do assunto de que se trata? Que pensaríeis de quem pretendesse criticar um quadro, sem possuir, pelo menos em teoria, as regras do desenho e da pintura? Discutir o mérito de uma ópera, sem saber música? Sabeis a consequência de uma crítica ignorante? É ser ridícula e revelar falta de juízo.” (KARDEC, Allan. Revista Espírita, janeiro de 1860, FEB)

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