Pedinte de Amor

Era eu uma senhora respeitável da sociedade carioca da década de 1950. Meu marido um grande empresário que começava a ganhar muito dinheiro, amava-me muito. Apesar do temperamento genioso que eu apresentava. Vivia sempre a reclamar dos empregados, dos servidores, daqueles que tornavam minha vida mais fácil, e por que não dizer mais fútil. Contudo, a futilidade não decorria disto, mas do meu coração invigilante, orgulhoso e prepotente. Agora reconheço isso, mas naquela época... Era a dona da razão. Amava muito meu marido, porém de uma forma estranha. Muito ciumenta, acabava sempre cobrando dele além do necessário.  Qualquer atenção que desse às outras mulheres, mesmo que fosse a nível profissional ou social, devido aos vários compromissos que ele tinha diante do mundo dos negócios, era motivo para acusações de que ele não mais me amava e estava querendo me trair. Inicialmente, estas cobranças eram feitas a sós. Em momentos em que deveríamos aproveitar a presença um do outro. Tudo

Todo gesto positivo Pode ser manchado Por um ato intempestivo! É como a água pura Colocada num copo cristalino... Vê-se algo belo, límpido que inspira A pureza e a beleza da vida! No entanto, quando a esta água Adiciona-se terra, Sacode-se o recipiente, A pureza some, a sujeira aparece! A água barrenta toma conta... O copo antes cristalino, Apresenta apenas sujeira Impossibilitado para o consumo do líquido da vida... Mas para tudo há jeito! Deus nos ensina  Que para purificar esta água, O próprio barro endurecido É solução benéfica e eficaz! Pede-nos calma para não mais balançar o copo... Deixar que a sujeira assente no fundo, E a água pura refaça-se cristalina, Para colocá-la no filtro das impurezas invisíveis! Pouco a pouco as gotas passam do filtro Deixando para trás as impurezas, E assim, mesmo sendo novamente agitada, A água permanece pura e cristalina! Viva a evolução da vida! Que mesmo diante das turbulênc

Entre a revolta e a dor... Escolha a dor Que lhe ensina lapidando As arestas esquecidas, Por vezes pontiagudas, Venenosas e perturbadoras... Entre o céu e o inferno... Escolha o céu! Entretanto, perceba que esta escolha Não lhe garante sua entrada Apenas por que se quer... É necessária a vontade aliada à boa prática! Entre o sorriso e a tristeza... Melhor seria o sorriso... Desde que não seja pela desgraça alheia. E melhor seria a tristeza, Caso essa lhe proporcionasse a evolução benfazeja! Entre o ódio e o amor... Escolha óbvia, Mas de difícil execução! Então escolhamos pedir a Deus, O amparo e proteção! Sem esquecermos de fazer nossa parte Para a conquista do mérito, E do amor em toda parte... Sodré, o ritmista escolhendo entre o fácil e o certo – 24.06.13, psicografado por Jerônimo Marques.

Abrir as orelhas, Limpar os ouvidos, Atentar-se aos sons... Escutá-los! Não é o bastante Para a comunicação Efetivar-se... O recado só é eficiente, Quando a mensagem Consegue ser interpretada, Decodificada, Compreendida nos meandros da alma! De nada adianta limpar os ouvidos, Escutar os sons... Decodificá-los compreendendo-os, Caso não consegue bem utilizá-los! Um dos sentidos da alma, Que ainda não foi totalmente desvendado, Pois só se escuta realmente Quando o coração e a razão se entendem! Auxiliando o homem A transformar todas sujeiras, Toda desorganização, Em pensamentos, palavras e gestos de evolução! Sem qualquer contestação! Escutem então, meus amigos! O som das palavras e do mundo, Mas não se esqueçam de escutar sempre: O som que vem do coração! Sodré, o ritmista procurando escutar verdadeiramente seu coração – 21.06.13, psicografad

Tem-se a impressão que a vida é repleta de obstáculos e dificuldades mil. Quantas não são as situações difíceis que nos acometem dia a dia, volta e meia, ou quase sempre? Problemas, problemas e problemas... Dificuldades, dificuldades e dificuldades... Tristezas... Revoltas... A lista é grande e se deixar preencheríamos uma lauda inteira. Entretanto, por que não olhar por outro foco? Foi isso que passei a aprender a observar deste lado - plano espiritual. Vivia como a grande maioria no plano material: reclamando de tudo e com todos! Minhas lentes para enxergar o mundo estavam escuras. Só aqui pude perceber que as coisas não são nada ruins. Por mais que assim pareçam, são no mínimo um aprendizado. Tudo bem! Reconheço que pode ser uma conversa de espírita convicto que diz que a dor é conselheira, é professora para a evolução do ser. Na verdade, não estão enganados. Mas olhemos por outro foco... Desafio a qualquer um que lê estas linhas a não reconhecer que Deus sempre encaminha-no

O que será que será, Que um dia acontecerá Na terra que o homem verá? Será que vamos sair às ruas sorridentes Com as conquistas morais de toda gente? Ou será que viveremos o pior de nós mesmos Por não insistir na melhora de mim mesmo? O que será que será, Que um dia acontecerá Na Pátria do Evangelho do Senhor? Seremos estandartes de paz e alegria, Exemplos de fé e esperança Para o mundo todo que balança, Na incerteza desta torta dança? Ou seremos repetentes Das tragédias nada distantes, Dos exemplos egoístas e infelizes, Que atiraram a humanidade em intermináveis deslizes? O que será que será, Que acontecerá com o seu futuro, Com o meu futuro? Deus o sabe, mas só eu e você Seremos capazes de verdadeiramente responder! O que será que será? Sodré, o ritmista provocando a si mesmo para ver as mudanças necessárias no futuro de nós mesmos – 05.07.13, psicografado por Jerônimo Marques

Está sujo? Lave! Quebrou? Conserte! Não sabe consertar? Trabalhe e com o seu suor, Mande arrumar! Ou melhor, não mande, peça! Não gostou? Melhore ou procure fazer melhor! Decepcionou-se com alguém? Perdoe e veja se não faria o mesmo... Se acha que não, perdoe assim mesmo! Caiu? Levante-se! Errou? Procure não errar mais! Traiu? Arrependa-se, peça perdão, repare e não faça novamente! Foi malicioso? Evite falar das próximas vezes... Quando conseguir parar de falar mal, Passe para o passo seguinte: não pense mal! Desejou ter algo do outro? Trabalhe honestamente para conquistar com méritos o que deseja! E nunca... Nunca se esqueça: AME! Mas se esqueça do orgulho e da vaidade, Eles não sabem andar ao lado do amor! Sodré, o ritmista esforçando-se para mudar... – 17.06.13, psicografado por Jerônimo Marques.

Dentro de ti há todos os elementos necessários à sua vitória sobre as próprias dificuldades.  Escute teu respirar. Isso fará com que percebas quando estarás ansioso ou calmo. Perceberá quando se enches de coragem, ou quando temes o desconhecido ou até mesmo o conhecido. Saberás quando o passado te atormenta e como se porta quando consegue superar a ti mesmo. Ponha-te a escutar seus próprios passos. Pense em qual caminho ele está te levando e repense se é por esta direção que deseja trilhar... Caso seja, siga firme adiante... Senão, mude o rumo, dê meia-volta ou pelo menos vá reduzindo até conseguir alterar a rota... Deixe o som do coração ficar aparente. Ele fala muito de tuas emoções. Indica quando estás ansioso, ou quando estás triste... Da mesma maneira demonstra a tua alegria e a tua paz. O t eu corpo fala o tempo todo contigo. Falta apenas escutá-lo com atenção. São sinais claros de como te portas perante a vida. Não te enganes! A satisfação não está nos outros, nem nas co

Boa Noite, Tio! Hoje é minha vez de falar, pois escrever não é o meu forte. Estou acompanhada com a tia Abigail. Sou uma menininha que parece ter 7 anos... Mas a tia disse que eu já vivi “muitoooo”... Eu acredito nela, mas não me recordo de nada do que ela afirma. A tia Abigail falou que antes de eu viver no plano material eu era daqui - plano espiritual. É muito complicado compreender isso tudo! O lugar que fico é lindo: Instituto Flor de Luz. Sabe tio, na entrada tem uma fachada, que está escrito o nome do local com um belo desenho de uma flor iluminada. Nunca vi coisa mais graciosa! Sempre que vou até lá fico olhando um tempão de tão formoso que é... Muitas vezes eu sinto saudades da mamãe e do papai... No começo eu chorei muito! Não queria estar longe deles.  Mas, a tia Abigail é um anjo, mesmo que ela não gosta que eu fale isso. Há outras tias anjas! A tia Célia, a tia Romênia, a Tia Sarah... São tantas tias, tio! (risadas). Eu vivi pouco tempo no plano material porque tive

Boa Noite, meu nome é Célia. Faço parte das irmãs que congregam e labutam no Instituto Flor de Luz. Companheira de muitas existências da nossa querida Abigail, a quem muito devo e desejo retribuir tudo que recebi dela. Estou ao lado desta irmã humilde e trabalhadora exemplar desde o início desta atividade. Sou a prova dos variados esforços para erguer esta casa. Com certeza, muitos encarnados acreditam que no plano espiritual tudo é feito como num passe de mágica. Como se fosse possível apenas pensar e pronto! Tudo está no seu devido lugar. Foram anos de muitas lutas e experiências. Auxílios e sacrifícios inimagináveis. Para receber tal incumbência do alto não basta apenas querer praticar o bem! Há uma grande distância entre o querer e o fazer. É preciso merecer! E para merecer é preciso realizar! Nenhum espírito que coordena uma atividade deste porte pode simplesmente estar à frente porque pensa em si ou deseja ter um cargo. Ao contrário dos planos inferiores, ou do mundo materi

Surgiu no horizonte a vontade de viver. Depois de tantos anos em sofrimento inexplicável e totalmente diferente daquilo que eu poderia imaginar ainda quando vivo. Foi ali, naquele nascer do Sol que percebi a beleza de Deus, a beleza da vida, a beleza da criação em todos os níveis, tamanhos e formas. Depois de um longo tempo lembrei-me espontaneamente de fazer uma prece ao Criador. “Deus, estou aqui. Arrependido e sem saber o que fazer... Ajuda-me! Seu filho que reconhece agora seus erros... Amém!”. Nem sabia dizer se tais palavras poderiam ser consideradas como uma prece, até porque nem me lembrava como fazer a do “Pai Nosso” ou a da “Ave Maria”... Então, foi o que pude fazer de coração, foi sincero, foi realmente puro e veio das profundezas da minha alma caída. Não sei quanto tempo fiquei naquele local, e acabei por adormecer... Quando acordei, encontrei-me neste hospital espiritual, ao qual vim saber. Aliás, nem mesmo sabia dizer que havia morrido meu corpo. Às vezes tinha certez

Será que nos dias vindouros teremos a oportunidade de ver mudanças significativas em toda a sociedade do orbe? Será que veremos a honestidade sendo cantada em versos e prosas a todos os recantos do mundo? Será que veremos todos os ricos buscando auxiliar os menos favorecidos sem procurar obter vantagens pessoais, sem querer que sua mão esquerda saiba o que faz a direita? Será que saberemos escutar mais e saber os porquês de cada situação antes de julgar os irmãos de caminhada? Será que saberemos respeitar os mais velhos e também os mais jovens? Por que enfim, a idade do corpo é só um estado momentâneo... Será que procuraremos analisar as novidades sem paixões e nem ilusões? Mas também não a releguemos apenas porque vão teoricamente contra o que é aceito pela maioria... Será que estenderemos os conhecimentos teóricos à nossa prática diária? Será que deixaremos de apenas falar no amor para amar de todo o coração e alma? Será que para amar conseguiremos dominar nossas má

Um olhar marca, Seja pelo extremo carinho, Ou noutro reprovador. Um olhar guia Aquele que pede ajuda, Ou que está em meio a toda dor... Um olhar também condena O culpado ou o inocente... Com olhar acusador! Um olhar abençoa Aquele que pede apoio, Ou o que necessita de amor... Um bom olhar salva O rico ou o pobre... A todos que trabalham combatendo a dor! Um olhar diz que ama Todo o ser que chama, E acredita em Deus, o Criador! Sodré, o ritmista olhando para o amor! – 03.06.13, Psicografado por Jerônimo Marques .

Perder a razão É não perceber a emoção Simples que carrega o ser, Até as malhas felizes da evolução! É se aproximar do abismo Com olhos cegos, Pernas cambaleantes, Velocidade descontrolada... É viver para o perigo Renteando a infelicidade E falta de tranquilidade... Jogo infeliz do orgulho e vaidade! Perde-se a razão E também o coração, Amado e sublime... Oportunidade única oferecida pelo Pai Na eternidade dos tempos! Perde-se a razão... Joga-se fora a reencarnação, Chave da evolução, Porta da sublimação! Sodré, o ritmista pedindo a Deus forças para não perder mais a razão utilizando o coração! – 10.06.13, psicografado por Jerônimo Marques

Espalhadas na imensidão azul Como se fossem pedaços de um doce algodão A iluminar os olhos vivos do coração infantil, Os sonhos estão presentes também num coração juvenil! O sonho é alegria da alma Planejando o futuro saudável, O futuro feliz Do indivíduo antes sofrido, E agora com o coração feliz! Sonhar não custa nada, Mas pode ser muito útil A cada vida que se arrasta, Vida que anda... E para outras que voam No coração deste Brasil, Ou nas outras terras deste mundo cor anil! Sonhos são como pássaros, Que se deslocam pelo ar... Fazendo belos revolteios Espalhando a beleza e alegria sem anseios... Sonhos... São sonhos, Quando são vividos e declarados! Úteis e belos, Humildes e Honestos, Ternos e alegres, Marcantes, inesquecíveis! São assim os sonhos... Cheios de definições, Mas só explicados Quando sentidos, vividos e recordados Pela contemplação da alegria verdadeira da alma, Que reconhece o dedo de Deus! Sodr

Ele nos trás inúmeras lições. Quantas vezes somos surpreendidos por diversos aprendizados que nem sequer imaginamos enfrentar antes de levantar do nosso leito de sono. Talvez tenhamos alguma ideia por intuição, já que o espírito imortal conhece as provas e aprendizados que irá percorrer. Entretanto, o dia nos oferece muitos momentos de reflexões. Oferece-nos a lição da paciência diante dos menores atrasos, das menores situações que cruzam nosso caminho. Aqui é alguém que não lhe cumprimenta. Acolá é uma fechada no trânsito, um esbarrão sem pedido de desculpas... Lá é um amigo, um familiar que não lhe compreende.  Oferece-nos a lição do respeito mesmo que os outros não respeitem nossos limites e liberdades... É um colega que não cumpre com suas responsabilidades recaindo sobre nós o peso da tarefa. Noutro momento é alguém que usa de má fé para ter vantagem sobre nós ou simplesmente, por algum motivo desconhecido uma pessoa nos maltrata. O dia também nos trás a lição da humildade

O que é o bem sem saber olhar para o lado e perceber a dor alheia em todo o esplendor? Por mais que seja pequena aos nossos olhos. A dor torna-se grande aos olhos do próprio sofredor. Foi assim que aprendi o verdadeiro significado de não julgar. Meu nome é Érica e hoje sou uma simples paciente que reconhece seus erros que causam o sofrimento. Tristeza que vem e transpassa o peito. Não o sangra, mas o machuca com toda a intensidade e esplendor. Fui menina insensata que acreditava apenas no poder da moeda, nas futilidades que ela pôde oferecer-me como possuidora de bens no mundo. Não aceitava nas “estultices” religiosas de todos os credos e pessoas que acreditavam em Deus. Para mim, eram apenas fanáticas, sem cultura ou sem nada para fazer. Por que não aproveitavam a vida como eu? O que tinha de errado em gastar o meu dinheiro comigo mesma? Na minha ingenuidade, julgava que a juventude deveria ser bem aproveitada sem pensar nas consequências, e nos direitos dos outros que estavam a

Noite escura, estava eu ali agachada, encolhida. Uma mistura de medo e frio. Pele castigada, ferida, suja. Há quanto tempo estava naquele local? Não saberia dizer ao certo, mas posso afirmar que muito havia se passado. Parecia que vivia num inferno eterno, sem fim. Minha aparência? De uma menina de seus quinze anos, com um corpo de doze. Minha história? Vivi nas ruas de uma grande cidade brasileira. Desde jovem fiquei órfã, perdi de vista meus irmãos e passei a viver como muitas crianças abandonadas nas ruas. Não tinha um travesseiro para me recostar. A fome era companheira que sempre batia ponto, todos os dias, quase todas as horas. A escuridão era minha companheira. As minhas amigas eram concorrentes pela sobrevivência. Vez ou outra nos ajudávamos, mas quase sempre disputávamos um pedaço de pão, algumas moedas, uma cola pra cheirar, um cigarro pra fumar, uma bebida para esquentar. A vida na rua não tem luxo, só miséria, julgamento. “Vagabunda!” Perdi a conta de quantas vezes es