O Que é Bem
O que
é o bem sem saber olhar para o lado e perceber a dor alheia em todo o
esplendor? Por mais que seja pequena aos nossos olhos. A dor torna-se grande
aos olhos do próprio sofredor. Foi assim que aprendi o verdadeiro
significado de não julgar. Meu nome é Érica e hoje sou uma simples paciente que
reconhece seus erros que causam o sofrimento. Tristeza que vem e transpassa o
peito. Não o sangra, mas o machuca com toda a intensidade e esplendor.
Fui
menina insensata que acreditava apenas no poder da moeda, nas futilidades que
ela pôde oferecer-me como possuidora de bens no mundo. Não aceitava nas
“estultices” religiosas de todos os credos e pessoas que acreditavam em Deus. Para mim, eram
apenas fanáticas, sem cultura ou sem nada para fazer. Por que não aproveitavam
a vida como eu? O que tinha de errado em gastar o meu dinheiro comigo mesma? Na
minha ingenuidade, julgava que a juventude deveria ser bem
aproveitada sem pensar nas consequências, e nos direitos dos outros que estavam
a minha volta.
Só não
sabia que algum tempo depois, ainda jovem, antes dos 25 anos seria constatada
uma doença grave e terrível. Câncer nas mamas. Toda minha vaidade e dinheiro
não serviram para nada. Retirei as duas glândulas mamárias ao mesmo tempo,
a partir deste momento a minha autoestima foi para níveis zero ou
negativo. Como não aprendi nada, continuei sem realizar reflexões
salutares e ainda por cima me revoltei contra tudo e todos! Isso refletiu em
meu espírito e no meu corpo. Logo, a doença voltou e pouco a pouco foi mutilando
o corpo físico para recuperar minha alma, cada vez mais revoltada. Depois de
três cirurgias grandes e outras menores para retirada de tumores... Bem...
Meses depois veio o último e fulminante teste! No espaço de tempo de um mês, a
constatação de mais um tumor e o desencarne.
Por
que eu? Por que não outras pessoas? Eu estava na flor da idade e aproveitando
minha vida. Por que tanto sofrimento? Voltei para o plano espiritual e
permaneci entre a revolta e a tristeza. Felizmente as guardei para meu ser.
Algum tempo depois de vagar por aí, ver coisas terríveis que muitos não
imaginam... Finalmente fui atendida numa casa de oração. Não! Não foi num
Centro Espírita, mas numa Igreja Católica. Provavelmente porque algumas vezes
fui à igreja assistir missa. Considerava-me católica, mas ia raramente.
Auxiliar o próximo? Mais raro ainda! Foi uma ex-freira que me chamou a atenção
por estar à frente da igreja e me convidou para entrar.
-
Quem sabe aqui você minha querida, possa encontrar algum auxílio para seus sofrimentos?
Era
tão doce aquele convite que não resisti. Afinal não tinha nada a perder.
Entrei, fui bem recebida e com o coral que se apresentara naquele dia festivo
adormeci e acordei numa cama simples, limpa e bem cuidada. Minha salvadora
veio me visitar todos os dias até que aos poucos fui compreendendo tudo.
Inclusive de o porquê estar ainda com as mutilações adquiridas na vida.
Essa
irmã disse que eu poderia acompanhá-la vez ou outra. Isso me faria bem. Confiei
e quando era permitida, saía em sua companhia e responsabilidade. Visitei
várias igrejas, centros e templos diferentes. Cada um com sua beleza e inúmeras
atividades. Em cada uma delas pude receber um tratamento específico para
recuperar determinadas áreas de meu perispírito. Depois de visitar todos
os templos possíveis, passei a acompanhar outras companheiras do “Instituto
Flor de Luz” para eventos de diversos credos e alguns sem qualquer vínculo
religioso, mas de compromissos morais e sociais elevados para o bem comum.
Assim,
minhas formas foram sendo recuperadas aos poucos. O último evento que
participei foi nestes últimos dias: 30, 31/05 e 01, 02/06/13. Um evento
espírita que assim como os outros das demais religiões tocou-me profundamente,
pois teve suas características próprias utilizando de muita arte e reflexões
importantes.
Quanta
alegria e beleza! Por que não fui uma jovem como estes que lá estiveram
presentes? Precisei morrer o corpo para compreender os valores da vida.
Aproveitem meus amigos e não deixem estas oportunidades passarem! Eu deixei e
depois de quase cinco anos que meu corpo se foi é que finalmente meu
perispírito está recuperado. Agora tenho que recomeçar. Sei que não será fácil,
mas confiarei! É o que o Senhor quer que eu faça! Bendito seja!
Érica
R. – 03.06.13. Psicografado por Jerônimo Marques, após a I COMBRAJE
– REGIÃO CENTRO.
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