Esclarecendo Dúvidas: Arte e Paixões Humanas

Qual é a relação da arte com as paixões humanas? Ela pode ser positiva ou negativa?
A paixão seria como catalizador da ação humana, instiga o homem a querer desenvolver-se na área que for, com mais gana, força de vontade, motivação para alcançar a perfeição! É um desejo forte de realizar algo com muita intensidade, colocando-se em risco de perder o bom senso, em favor apenas do “eu”. Não obstante, a paixão1 pode ser direcionada de forma benéfica quando bem conduzida. Estando controlada é o indício de uma virtude que ainda será alcançada!
A arte se baseia imensamente nos sentimentos que o artista sente ao realizar, pensar, planejar sua arte... Os sentimentos2 guardam as paixões ou as convicções acumuladas e construídas pelo ser ao longo do tempo. É uma construção íntima e pessoal, porém, adquirida na coletividade. As paixões por si não são ruins, nem boas necessariamente. Tudo vai depender da forma a qual será utilizada!
Portanto, as paixões podem auxiliar os artistas quando bem ponderadas e colocadas com o devido cuidado. Sendo desta maneira, elas terão um papel importantíssimo e positivo, contribuindo com a harmonia da criação artística. O que acontece, porém em grande parte, é que as paixões humanas têm sido exageradas, e até mesmo saído facilmente do bom senso!
Não é preciso temer qualquer tipo de paixão, mas ao exagero destas perante a arte! Assim como a ausência destas, pois sem a vontade de realizar algo de forma motivada provavelmente não trará bons resultados e a evolução não ocorrerá a contento!
Sendo a arte uma ferramenta criadora que permite trabalhar, estudar, educar, refletir3, com sua materialização nos planos diversos da vida, ela influenciará conforme a sua abordagem. Direcionada para o bem, auxilia, inspira, ensina e é determinante para que o bem se espalhe sobre a Terra e por todo o Universo, colaborando no combate das chagas da humanidade!! Do contrário, influencia o ser para sentimentos infelizes, intensificando os vícios: como o egoísmo, orgulho, vaidade, os quais retardam a evolução! Portanto, a arte pode contribuir com as paixões, ou vice-versa, nos dois sentidos o que irá defina-la é a forma a qual será direcionada.
Não confundamos paixões com desvios de caráter, desvios morais! As paixões são ferramentas motivadoras para o ser buscar seu íntimo criativo! Apaixone-se pelos bons motivos, pelas boas causas da vida eterna, pela boa arte e perceberá que a paixão é importantíssima para o bem comum e o progresso real da humanidade!
Portanto, quando a arte é realizada com nobreza, responsabilidade, com foco no bem e nas Leis Divinas, auxiliará perfeitamente a QUALQUER espírito, por mais empedernido no mal que se encontre, a adquirir ânimo e vontade para trilhar o caminho do bem e do amor universal4! Por outro lado, a mesma arte deturpada, pode levar o ser humano as satisfazer as paixões mais vis, levando-o a um buraco ainda mais fundo e difícil de sair.
Quanto mais imperfeito é o artista, mais próximo fica dos variados vícios, contudo quando se esforça para aprender, resignar-se, repartir, abnegar-se, gradualmente aproximará da perfeição. Aquele que faz o bem pela arte aproveita os seus talentos e é recompensado pelo Senhor, do contrário, responderá seriamente por tais atos diante da Lei de Causa e Efeito.
Contudo, Deus sempre irá nos oferecer novas chances para recomeçar, apesar das dificuldades poderem aumentar pelo desperdício de energia, tempo, criatividade e oportunidade. Desta forma, a arte é uma ferramenta a qual deve ser utilizada para o bem, contribuindo na formação moral do ser e da humanidade.
Jesair e amiGOS – 03.10.14, psicografado por Jerônimo Marques.
1-     “A paixão está no excesso acrescentado à vontade, porque o princípio foi dado ao homem para o bem, e as paixões podem leva-lo a grandes coisas, sendo o abuso que delas se faz que causa o mal. [...] Reconhecei, pois, que uma paixão torna-se perniciosa a partir do momento em que não podeis governa-la e que ela tem por resultado um prejuízo qualquer para vós ou para outrem. As paixões são alavancas que decuplicam as forças do homem e o ajudam na realização dos objetivos da Providência. Mas se, em lugar de as dirigir, o homem se deixa dirigir por elas, cai nos excessos e a própria força que, em suas mãos, poderia fazer o bem, recai sobre ele e o esmaga.” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Perg. 907 e 908. 182ª ed. São Paulo: IDE, 2009)
2-    “Todas as paixões têm seu princípio num sentimento ou necessidade natural. O princípio das paixões, portanto, não é um mal, visto que repousa sobre uma das condições providenciais de nossa existência. A paixão, propriamente dita, é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. Ela está no excesso e não na causa, e esse excesso torna-se um mal quando tem por consequência um mal qualquer. Toda paixão que aproxima o homem da natureza animal, o distancia da natureza espiritual. Todo sentimento que eleva o homem acima da natureza animal, anuncia a predominância do Espírito sobre a matéria e o aproxima da perfeição.” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Perg. 908. 182ª ed. São Paulo: IDE, 2009)
3-    “A Arte não foi criada para satisfazer luxúrias e particularidades. A arte é uma força acima dessas atitudes irracionais e materiais. A Arte é universal, provinda do mais alto para servir como ferramenta de aprimoramento intelectual e humano. [...]. O problema da Arte está em vossas consciências. A solução para derreter este ‘iceberg artístico’ pelo qual vivem, está na consciência de cada um que se dispõe a fazer Arte, ou que assim vive da Arte. [...]. Faz-se necessário o questionamento sadio. A Arte deve ser repensada. O homem não deve deixar que apodreça sua capacidade de discernir, perecer em suas mãos tamanho patrimônio Divino.” (CALSONE, Adriano. Pintura Mediúnica: A Visão Espírita em Ampla Pesquisa. 1ª ed. São Paulo: Mythos, 2012)

4-    “A arte tem como meta materializar a beleza invisível de todas as coisas, despertando a sensibilidade e aprofundando o senso de contemplação, promovendo o ser humano aos páramos da Espiritualidade. Graças à sua contribuição, o bruto se acalma, o primitivo se comove, o agressivo se apazigua, o enfermo se renova, o infeliz se redescobre, e todos os outros indivíduos ascendem na direção dos Grandes Cimos. [...]. Desse modo, evolui do grotesco ao transcendental, aprimorando as qualidades e tendências, que estarão sempre à frente dos comportamentos de cada época. Lentamente, a arte se desenvolve alterando os conteúdos e melhor qualificando a mensagem de que se faz portadora.” (FRANCO, Divaldo Pereira. Atualidade do Pensamento Espírita. 3ª ed. Salvador: Leal, 2002)

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