Saia da Caixinha
Era um menino
Muito bonitinho,
Que muito se encantava
Com o mundo que vivia...
O mundo dele?
Era uma caixinha...
Nela, o menino ficava encolhidinho.
Não podia esticar as pernas,
Porque se não
Tinha que flexionar o tronco,
Entortar a cabeça...
Mas tinha ele muito medo
De sair da caixinha...
Quantas não foram às vezes
Que escutara vozes e ruídos...
Músicas belas e sons queridos?
Contudo, ele temia
Sair da caixinha...
Via imagens nas paredes dela,
Que lhe prendiam a atenção,
Distraíam-no por horas...
Dias... Meses... e ... Anos!
Foi o menino crescendo
Alimentando-se do que via
Nas paredes da caixinha...
Esquecendo-se então
De procurar sair...
Apesar do aperto daquela caixinha...
Agora muito mais “inha”...
Um dia alguém bateu forte na caixinha,
Amassando-a e provocando-lhe dores,
Mas ao mesmo tempo
Chamando-lhe a atenção novamente
Para fora da caixinha...
As dores só foram aumentando
Até que não mais suportou...
E mesmo com medo
Dali se desalojou...
Saiu da caixinha
E lá não mais voltou!
Pois o que vira lá fora
Era uma maravilha!
Descobrira que muito tempo perdera
Dentro da caixinha...
Só que lá fora,
Tudo lhe doía...
Pois não sabia direito andar,
Nem mesmo falar...
Muito menos podia olhar muito
Sem os olhos ficarem doloridos
Com as cores e luzes que nunca antes vira!
Foi com dor e sofrimento,
Mas força de vontade...
Para nunca mais voltar a caixinha limitante,
Que o menino agora homem,
Passou a compreender que muito tempo perdera
Dentro daquela caixinha...
“Que bobo eu fui”...
E olhando para o lado percebeu
Muitas outras caixinhas...
“Já sei o que fazer!
Ajudarei outros que estão nas caixinhas
A descobrir uma nova vida...
Enfrentando suas limitações
E dores que com certeza advirão!
Esta será a minha missão!”
E foi o menino homem
Aos poucos auxiliando
O despertar de outros meninos,
De outras meninas
Que viviam em suas caixinhas!
Sodré, o
ritmista inspirado na alegoria da caverna e na realidade imortal compartilhando
como é a vida fora da caixinha – 09.08.13, psicografado por Jerônimo Marques.
Comentários
Postar um comentário