Esclarecendo Dúvidas: A Arte Espírita se Igualar-se-á a do Mundo

A arte espírita poderá um dia igualar-se tecnicamente à arte do mundo? A falta de recursos materiais poderá ser um empecilho para tal?
Não pode haver dúvidas quanto a isso! Mas, não se pode afirmar exatamente quando acontecerá, pois irá depender de vários fatores. Observemos de forma ampla o desenvolvimento da arte espírita1. A primeira delas foi a arte literária, através de textos, poemas, contos. Ainda nos primeiros anos, a arte cênica, através de uma peça teatral destacou-se entre as primeiras tentativas de “fundar-se” a arte espírita.
A arte foi uma área da Doutrina que ficou um pouco esquecida nas primeiras décadas devido a sedimentação, implementação de recursos e até mesmo de subsídios desta nova Revelação, que há poucos anos fora materializada na Terra.
A arte espírita será eternamente grata aos jovens que na sua vontade de aprender, evangelizarem-se, instruíram-se, buscaram a metodologia da arte com o enfoque espírita2 e assim foram surgindo peças, músicas, textos, danças, pinturas, etc., principalmente nestas últimas décadas. Contudo, não podemos esquecer-nos de espíritos vanguardistas nesta área como Eurípedes Barsanulfo, Leopoldo Machado e até mesmo Chico Xavier com o magnífico “Parnaso Além Túmulo” e todas as demais obras literárias de sua lavra junto aos espíritos, entre outros.
Os médiuns também foram se desenvolvendo, além disso, buscaram o recurso da arte. A mediunidade de psicografia, psicopictografia, a oratória e principalmente a intuitiva é ponto essencial para a arte espírita!
Observemos que desde os primeiros ensaios o quanto se tem avançado na arte espírita. Quantos grupos artísticos ligados ao movimento e às casas espíritas têm sido criados para contribuir com a evangelização das almas através da arte3? São inúmeros!
Quantas não são as casas espíritas que estimulam este trabalho de evangelização com arte, que consola, educa, desperta e muda vidas? Quantos não são os grupos e associações criadas com o objetivo de estudar, examinar, fomentar e expandir a arte espírita em diversos sentidos?
Os novos trabalhadores da arte espírita têm intuitivamente uma necessidade de aliar os conhecimentos da Doutrina com a técnica apurada, com o conhecimento acumulado e desenvolvido pela humanidade nesta área de conhecimento.
O que antes era louvável, apenas pela boa vontade de se realizar já não é mais tão aceito por se perceber que a arte deve atender a citação do querido irmão André Luiz “A arte é o belo criando o bom”. Não se pode mais admitir uma arte espírita de qualquer jeito. Um “teatrinho”, uma “musiquinha” entre outros diminutivos até depreciativos, em determinadas ocasiões - sem generalizar -, pois isto não cumpre a função da arte que é também atrair olhares através da beleza, só que aliada à bondade que sempre procurou estar presente nos trabalhos artísticos.
Hoje a qualidade tem sido cada vez mais presente na arte espírita e qualidade pede mais investimentos. Contudo, não confundamos mais investimentos com o supérfluo. Não entendamos que a simplicidade não possa mais estar presente na arte espírita. Nem sempre simplicidade quer dizer “falta de qualidade”, pelo contrário. Isto deve ficar claro a todos que trabalham com este gênero de arte. A falta de recurso material não deve e nem pode ser encarada como empecilho4 para que um dia a arte espírita se iguale tecnicamente a arte mundana. Há um pensamento talvez quase universal que diz: “Só é impossível aquilo que não se busca alcançar de verdade”.
É claro que a falta de recursos materiais e até humanos pode vir atrapalhar uma maior qualidade da arte, mas não impossibilita que a arte espírita esteja equiparada a outras artes do mundo. O exemplo disto tem sido à busca de vários grupos de arte espírita que pelo trabalho, dedicação, estudo técnico e moral, aliados a humildade, perseverança, sacrifícios, amor pelo ideal5, tem feito trabalhos maravilhosos e de qualidade técnica e doutrinária comparados com outros que possuem recursos maiores.
Talvez ainda sejam limitados pelos recursos ainda serem menores. Contudo vejamos que se compararmos com o início da arte espírita, o avanço é enorme! Talvez os primeiros artistas espíritas não chegavam a imaginar que um dia a mesma arte que começaram chegaria aos níveis já observados, constatados da atualidade.
Assim, admitindo e relembrando a própria Lei de Progresso, de Igualdade entre outras, podemos afirmar que futuramente a arte espírita alcançará níveis técnicos iguais ou superiores a “arte do mundo”, até porque na verdade, ela será parte desta arte do mundo, expressando a espiritualidade e os princípios desta maravilhosa Doutrina! Os obstáculos são e serão sempre entraves a serem superados, transpostos e vivenciados para nosso aprendizado e aperfeiçoamento!
A arte espírita está passando por este processo e tem se saído bem. Destarte, necessita continuar sem esmorecer! Cada dia mais buscando as duas asas: amor e conhecimento! Quanto mais crescer, mais recursos chegarão! Para Deus nada é impossível, por que para nós, trabalhadores de uma arte do bem seria?
Jesair Pedinte e amiGOS – 18.01.13, psicografado por Jerônimo Marques.
1 – “O Espiritismo vem abrir para a Arte novas perspectivas, horizontes sem limites. A comunicação que ele estabelece entre os mundos visível e invisível, as informações fornecidas sobre as condições da vida no Além, a revelação que ele nos traz das Leis Superiores da harmonia e da beleza que regem o universo, vêm oferecer aos nossos pensadores e artistas inesgotáveis temas de inspiração.” (DENIS, Léon. Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
2 - “O impulso criativo do ser, que deseja buscar o Cristo, construindo a sua transformação moral, alicerçado nos conteúdos evangélicos, provoca manifestações artísticas as mais diversas. Essas manifestações culminaram no surgimento de um segmento novo de trabalhadores espíritas, conscientes dos objetivos de sensibilização, evangelização, divulgação doutrinária, entretenimento e terapia, além de se observar a importância da utilização da arte como poderosa ferramenta pedagógica.” (KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 1 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005)
3 - “[...] A arte propicia a interação espiritual, com os canais superiores da vida, favorecendo a intuição. Consegue atingir caminhos que somente a razão não consegue alcançar. A arte pode nos levar a sentir vibrações sutis, ampliando nossa sensibilidade, favorecendo nossa sintonia com sentimentos elevados e nobres, com vibrações elevadas que estuam pelo universo de Deus. A arte pode trabalhar com o intelecto e com o sentimento e, ao mesmo tempo, estimular a vontade para os níveis superiores da vida, auxiliando o desenvolvimento das potências do Espírito imortal, filho de Deus, que somos todos nós.” (ALVES, Walter Oliveira. O Teatro na Educação do Espírito. 1. Ed. São Paulo: IDE, 1999)
4 – “Espíritas, o futuro é vosso e de todos os homens de coração e devotamento. Não vos assusteis com os obstáculos, pois nenhum deles poderá entravar os desígnios da Providência. Trabalhai sem descanso e agradecei a Deus por vos ter colocado na vanguarda da nova falange. É um posto de honra que vós mesmos pedistes, e do qual vos deveis tornar dignos por vossa coragem, perseverança e devotamento.” (Kardec, Alan. Instruções dos Espíritos Sobre a Regeneração da Humanidade. Revista Espírita. Vol. 9,  N.º 10 , pág. 407-408, out/1866)
 5 – “Marchai com passo firme e seguro, como tendes feito até agora, sem vos inquietar com o que digam à direita ou à esquerda, seguindo a inspiração dos vossos guias e da vossa razão, e não vos arriscareis fazer sair dos trilhos o carro do Espiritismo.” (Kardec, Alan. Instruções dos Espíritos Sobre a Regeneração da Humanidade. Revista Espírita. Vol. 9,  N.º 10 , pág. 413, out/1866)

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