Esclarecendo Dúvidas: A Arte, o Artista e a Família

A arte pode auxiliar o relacionamento do artista com a família?

Com toda certeza. Agora, como ocorre essa relação da arte com a família pode ser bem variada. Para respondermos, necessitamos voltar a um dos variados conceitos de arte. Uma capacidade, habilidade de um ser, no caso o artista, em criar algo que seja apreciável a si mesmo e aos outros. Uma força co-criadora¹ do Universo e tudo mais que existe nele. Para alguns, arte seria uma traquinagem. Principalmente dentro de uma família com crianças.

Dessa forma, como a arte pode auxiliar a família? Primeiramente, quando nos remetemos à arte, é necessário entender que todas as suas formas necessitam de estudo², preparo, paciência, perseverança, dedicação, responsabilidade para que atinjam um nível considerado positivo e apreciável.

Quantos exemplos existem no mundo de pessoas, de jovens que antes estavam perdidos perante a sociedade e após terem o contato, o incentivo de estudar e praticar um tipo de modalidade artística mudam completamente sua forma de ver o mundo? Exemplo de pessoas que abandonam os vícios, redirecionam suas vidas para realizar algo útil a si mesmo e ao próximo.

Quantos são os jovens que se envolvem com drogas lícitas ou ilícitas e conseguem pela arte voltada à educação dos valores morais serem, primeiramente despertados³ e depois encaminhados para mudar e ressignificar suas vidas⁴ pela mesma arte que os despertaram! Citamos jovens, mas podemos mencionar qualquer pessoa, de qualquer idade, classe social, gênero e etc. A arte desperta sentimentos latentes em nosso ser⁵.

Infelizmente, a mesma arte pode desencaminhar quando mal direcionada⁶ pelos caminhos desvirtuados.

A família é considerada a “célula mãe”⁷ da sociedade. Assim sendo, ela é um núcleo que influencia outros núcleos. Estando equilibrada e realizando suas ações e reflexões de forma positiva, ela consegue ser exemplo e influenciar positivamente outras que a admiram e procuram fazer o mesmo. Por outro lado, estando em desequilíbrio, pode influenciar negativamente as demais a que estão sua volta.

A família possui seus integrantes, cada qual, com suas individualidades. A arte está presente na vida de todos e influencia cada membro ali presente.

Caso os membros daquela família específica aprendam a apreciar a boa arte, com bons valores morais e quem sabe até se estimulem a praticá-la, o que é bem provável de acontecer, serão exemplos a serem seguidos. Arrastarão outros tantos indivíduos de outras “células” sociais e num efeito de progressão aritmética passar-se-á a uma progressão geométrica, influenciarão positivamente a mesma sociedade em que estão inseridas e isto vai crescer até alcançar níveis muito maiores.

Dessa forma, está a responsabilidade do artista quando se propõe a sê-lo. Qual é a sua arte? A que estimula comportamentos infelizes e desmoralizantes, apesar de ser atrativa e bem realizada? A que encoraja os bons valores, mas que não é bela e nem mesmo atrativa. Será que esta arte contribui de forma verdadeira para a mudança que queremos ver no mundo? Ou queremos a arte que estimula os bons valores, mas ao mesmo tempo é bela e atrativa?

A família é e será cada dia mais determinante para a evolução social. A arte será sempre um instrumento de educação dos espíritos imortais presentes nesta célula social!

Obrigado! Jesair e amiGOS – 15.02.13, psicografado por Jerônimo Marques.

1 – “As atividades artísticas propiciam enorme oportunidade para trabalhar a força criadora do Espírito, abrindo canais para a sensibilidade e a beleza da vida espiritualizada.” (ALVES, Walter Oliveira. O Teatro na Educação do Espírito. 1. ed. São Paulo: IDE, 1999)

2 - “Quanto mais a inteligência se apura, aperfeiçoa-se e se eleva, mais se impregna da ideia do belo. O objetivo essencial da evolução, portanto, será a procura e a conquista da beleza a fim de realizá-la no ser e nas suas obras. Tal é a norma da alma na sua ascensão infinita.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)

3 - “Quando a arte, a poesia, a música e outros talentos são utilizados com o objetivo de tocar os corações mais materializados, essas almas sofridas modificam a sintonia íntima. Em momentos como estes, durante e após as apresentações artísticas, uma legião de espíritos do bem passa a encontrar naqueles que compõem a multidão desnorteada o clima íntimo propício para que sejam auxiliados.” (PINHEIRO, Robson. Faz Parte do Meu Show. 1. ed. Minas Gerais: Casa dos Espíritos Editora, 2004)

4 – “No Brasil, muitas das ONGs que têm obtido sucesso na ação com os excluídos, esquecidos ou desprivilegiados da sociedade estão trabalhando com arte e até vêm ensinando às escolas formais a lição da arte como caminho para recuperar o que há de humano no ser humano.” (BARBOSA, Ana Mae. Lições de Liberdade. A Arte-Educação Estimula o Desenvolvimento Cultural e Cognitivo. Onda Jovem.  p. 34. nº 3. Dezembro, 2005)

5 - “Ouvimos sons longínquos e harmonias de tocante melodia, como um hino sacro, os quais predispuseram nossos Espíritos, alijando do ambiente quaisquer resquícios de preocupações subalternas que ainda permanecessem pela atmosfera. [...] Arrepios ignotos perpassavam por nossa fibratura psíquica aquecendo-a docemente, ao passo que estranho borbulhar de lágrimas refrescava nossas pupilas requeimadas pelo pranto afogueado da desgraça! Evidente era que ondas magnéticas preparativas eram conduzidas através dos sons daquele hino mirífico, que unificava nossas mentes aos embalos de acordes irresistíveis, fazendo-nos vibrar favoravelmente, num harmonioso estado de concentração de pensamentos e vontades.” (PEREIRA, Yvonne A. Memórias de Um Suicida. 21. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000)

6 - “Nasci e cresci em meio à música, à arte e à poesia. [...] Aprendi desde muito cedo a conviver com gente famosa ou com aqueles que mais tarde ficariam famosos. [...]. Deixei-me embriagar com tudo o que via ao meu redor e, pouco a pouco, envolvi-me no mundo da música, do rock e das baladas. [...]. Eu delirei, mas também levei multidões ao delírio. Neste frenesi de uma juventude fanática pelo sexo, pelas drogas e pelo rock [...]. Amei e amei até atingir o limite da loucura, da sensualidade, da liberdade total.” (PINHEIRO, Robson. Faz Parte do Meu Show. 1. ed. Minas Gerais: Casa dos Espíritos Editora, 2004)

7 - “A família, representando um pequeno núcleo da Humanidade, tem papel fundamental na organização social. [...]. Tudo o que acontece na sociedade é um reflexo do que se passa ou foi semeado nos núcleos familiares. Nesse caso, a família pode ser considerada um termômetro da sociedade, motivo pelo qual merece toda nossa atenção e zelo, a fim de que assentemos uma sólida base para a edificação de uma sociedade melhor.” (TORCHI, Cristiano. Espiritismo Passo a Passo com Kardec. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007)