Depoimento: Deixando de Lado
Antigamente, importava-me bastante com
o que os outros pensavam de mim. Queria ser a mulher desejada! A mãe devotada e
amada! A mais bela do salão e a melhor filha, irmã, neta, sobrinha, amiga...
Melhor em tudo!
Sempre encarei a vida como uma eterna
disputa. Muitas delas nunca existiram! Infelizmente, não compreendi a importância
do bom senso. É preciso reconhecer e investir em disputas saudáveis e
amigáveis. Mas, não era o que eu fazia! Para mim, tudo valia para vencer. Tinha necessidade de sair vitoriosa em
tudo: era a dona da razão. Para isso, utilizava de argumentos rápidos, muitas
vezes sórdidos, mentirosos e cruéis... Quantas amizades belas eu perdi... Venci
nos argumentos, mas fracassei perante os corações amigos. O meu comportamento leviano
e arrogante não permitia que eu fosse bem vista.
Gostava de vencer as discussões do
casamento. Fossem com o marido, os filhos e outros parentes. Ninguém me suportava
com tamanha empáfia! Meus filhos não tiveram oportunidades para abrirem-se
comigo. Afinal, era a única a estar sempre certa, a dizer a última palavra,
mesmo se não conhecesse do assunto. Faltava-me humildade! Aos poucos fui me
isolando, acreditando que era melhor assim, pois ninguém merecia minha presença.
No fim da vida, logicamente fiquei só,
abandonada quase que por completo. O dinheiro que administrei possibilitou-me
pagar alguém para cuidar de mim, fazendo-me companhia: caso contrário estaria
na sarjeta. Deus enviou uma pessoa maravilhosa! Um anjo na Terra. Mas, acreditava
que deveria tratá-la como uma subalterna a qual eu pagava o salário.
Graças a Deus, pude aprender um pouco
com a sabedoria daquela mulher, mesmo que não admitisse para mim mesma. Deixei
a Terra. Resultado? Fugi e finalmente encontrei o sofrimento verdadeiro. Muito
tempo depois, arrependida de tanta arrogância é que pude perceber os erros cometidos
há tempos.
Orei a Deus para amparar-me e depois de
algum tempo ainda sofrendo, fui amparada e recolhida. Orientada e levada ao
Instituto Flor de Luz. Aqui fui aprendendo sobre a vida, inclusive que não sou
autossuficiente em nada! Necessitarei sempre do próximo.
A nossa querida Abigail pediu-me para
vir escrever, pois minhas experiências podem ser um indicativo de como não agir
em vida. Isso
auxilia minha recuperação!
Ainda estou convalescente da alma, mas
espero logo poder trabalhar e retribuir o bem recebido. Hoje percebo que
ninguém pode viver só... Entretanto, não é fácil colocar em prática. Deus me dê
forças para continuar em frente! Obrigada!
Augustinha ,
16.09.13, psicografado por Jerônimo Marques.
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