Esclarecendo Dúvidas: Arte e Lei de Liberdade
Qual
é a relação entre a arte e a Lei de Liberdade?
A liberdade é ponto importante para
qualquer indivíduo e coletividade. Contudo, é preciso recordar os ensinos
contidos na obra “O Livro dos Espíritos” e outras reflexões filosóficas de que
a liberdade só existe traçando delimitações1.
A liberdade absoluta em que o ser faz o
que bem entende é ilusão2
e ingenuidade de espíritos descompromissados com o bem coletivo e verdadeiro.
Liberdade só existe quando é comum aos interesses para o bem de todos3! Enfim, como a sabedoria
popular afirma: “A liberdade que nos cabe vai até onde começa a do próximo4!”
Desta maneira, pode-se direcionar tal
conceito para arte. A arte e a liberdade andam de braços dados, conquanto não
se pode cometer exageros que levam ao desequilíbrio. Cabe destacar, que a
liberdade sempre está ao lado do BOM SENSO5
em todas as circunstâncias e manifestações!
Esta relação entre a arte e a liberdade
muitas vezes é desprezada, desvirtuada até pelo desconhecimento da humanidade
com relação às Leis Morais.
Na história humana, muitos foram os
artistas que confundiram liberdade com o desequilíbrio. Houve várias produções
artísticas que defendiam a liberdade de expressão, em vez de libertar as almas
para o bem verdadeiro6,
aprisionaram-nas em consequências funestas por muitas eras.
A falsa liberdade proporcionada pela
arte mal utilizada tem consequências infelizes que perturbam a evolução do
espírito. Portanto, a liberdade acompanha a arte, vice-versa, mas para essa ser
fecunda deve-se pautar pela liberdade que liberta o espírito rumo ao caminho do
bem! Afinal, a arte é a síntese da beleza e da bondade numa expressão que
emociona os sentidos do ser!
1 – “Intrinsecamente
livre, criado para a vida feliz, o homem traz, no entanto, ínsitos na própria
consciência, os limites da sua liberdade. Jamais devendo constituir tropeço na
senda por onde avança o seu próximo, é-lhe vedada a exploração de outras vidas
sob qualquer argumentação, das quais subtraia o direito de liberdade. [...]. Liberdade
legítima decorre da legítima responsabilidade, não podendo aquela triunfar sem
esta. A responsabilidade resulta do amadurecimento pessoal em torno dos deveres
morais e sociais [...].” (ÂNGELIS, Joanna. Leis Morais da Vida. Salvador: LEAL,
2009)
2 – “825
– Há posições no mundo em que o homem possa se vangloriar de gozar de uma
liberdade absoluta? - Não, porque todos
necessitais uns dos outros, os grandes como os pequenos.” (KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos. 182. ed. São Paulo: IDE, 2009)
3 – “A
liberdade sem a fraternidade é rédea solta a todas as más paixões, que desde
então ficam sem freio: com a fraternidade, o homem nenhum mau uso faz da sua
liberdade.” (KARDEC, Allan. Obras Póstumas. São Paulo, IDE, 2010)
4 – “[...]
A liberdade de alguém termina sempre onde começa uma outra liberdade, e cada
qual responderá por si, um dia, junto à Verdade Divina.” (EMMANUEL. O
Consolador. perg. 137. 28.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008)
5 – “[...]
É fato observado que o verdadeiro artista, o artista enamorado do ideal da
perfeição no Belo, ou gênio, e não apenas o artista mercenário, jamais carrega
perversidade nos próprios atos. Naturalmente bondosos, parece que a comunhão
constante com o Belo isenta-os da prática de perversões contra o próximo [...].
Pois tudo indica que a Arte tanto empolga e arrebata o seu cultor que
frequentemente o aparta dos caminhos da redenção, ou do amor a Deus e ao próximo.”
(PEREIRA, Yvone A. Devassando o Invisível. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009)
6 - “[...]
O grande desgosto que os acompanha quando reconhecem que, no estado de encarnação,
arrebatados pela Arte, esqueceram os caminhos luminosos conducentes à redenção
espiritual, o que nos leva à conclusão de que a Arte, por si só, não redime ou
santifica o artista. Ele necessitará, além dela, do cultivo do amor a Deus e ao
próximo [...].” (PEREIRA, Yvone A. Devassando o Invisível. 3. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2009)
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