Depoimento: Até Daqui a Pouco
Passado um dia naquele inferno não
podia mais imaginar o que viria à frente!
Minha consciência queimava ou seria o
coração em frangalho que me instigava a confessar meus erros aos berros pedindo
perdão a Deus, presa a ferros... Essa era a minha situação após deixar o corpo material.
Sem amigos e parentes, sem qualquer tipo de empatia ou simpatia. Traíra amigos,
desdenhara da família e para completar de Deus. Por que não aprendi nada em
vida?
Aprendizado de bondade, compreensão,
perdão, amor. Tive inteligência, estudos, oportunidades. Mas, era a expressão
correta de desdém em vida!
Auxílio ao próximo, dificuldades
alheias eram apenas fraquezas de pessoas ignorantes e fracas. Eu era a
expressão da insensibilidade à dor alheia! Mal de quem nunca sofreu, nem passou
por dificuldades. Quando elas vieram não soube agir... Nem aceitar... E para
morte parti sem hesitar! Não foi calculado, nem premeditado. Entretanto, posso afirmar
que poderia ser evitado.
Afoguei as mágoas como muitos fazem na
bebida e peguei o carro de forma imprudente e indevida. Acelerei-o sem controle.
Não estava em condições para guiá-lo, tornando-o, assim, em uma máquina
perigosa. Com a graça de Deus a ninguém prejudiquei a não ser eu mesma... Foi
por pouco! Quase levei outros comigo. Mas os anjos da guarda desses os
retiraram da frente e a vítima foi uma árvore. O carro virou um amontoado de
ferro retorcido. O meu corpo desfez-se numa massa irreconhecível.
Não sei por que fiquei apenas um dia em sofrimento... Contudo ,
pareceu-me um século. Talvez minha atitude desesperada em despir-me moralmente.
Anunciar sinceramente meus erros e pedir perdão a Deus, que eu nem sabia
direito se existia. Após lágrimas e palavras desconexas, mas que faziam todo o
sentido para mim, percebi duas moças ao meu lado. Escutei: “Venha conosco!”. Deixei-me
conduzir mansamente. Sabia que havia morrido, mas achei tudo muito estranho.
Recuperei-me com alguns meses...
Comecei a trabalhar depois de um tempo
e permiti-me a aprender e reconhecer as próprias falhas. Minhas atividades
baseiam em auxiliar as jovens que planejam perder a vida. Busco fortalecê-las a
fim de elas suportarem as provações sem cometer tal ato.
Quantas vezes tentei impedir-las e não
obtive sucesso. Foram dez anos nesta atividade. Apesar das frustrações, houve
muitas alegrias! Quantas vidas impedimos de serem perdidas. Mesmo que algumas
tenham permanecido com sequelas devido aos acidentes. Contudo, apesar de
triste, é uma situação muito melhor que a morte em hora indevida. Hoje minha
consciência está quase tranquila! Agora o que falta? Retornar e começar de onde
parei. Sou grata pelo que aprendi na pátria espiritual e espero que me sirva de
lição e incentivo para não voltar a cair no mesmo erro.
A famosa frase “Se beber não dirija”
não é apenas um trecho sem sentido. É conselho Divino, desprezado por muitos
que vivem no mundo.
Amigos, sejamos mais humildes em
reconhecer que as leis humanas e as Divinas não são regras chatas, mas diretrizes
para o ser humano viver em paz consigo! Respeitá-las Faz toda a diferença
quando se chega ao plano espiritual! Acreditem!
Desejem-me sorte, pois daqui eu desejo
em dobro para todos vocês! Obrigada!
Estefânia L.B. – 16.12.13, psicografado por
Jerônimo Marques.
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