Esclarecendo Dúvidas: Arte e Limitações Físicas, Mentais

As limitações físicas e mentais, assim como as sociais retiram um pouco da liberdade do artista para criar?
Primeiramente é importante destacar que essas limitações são apenas momentâneas. Elas podem ter origens cármicas ou provacionais1. Assim como, podem proporcionar belos exemplos de que mesmo com limitações, qualquer ser humano pode ser instrumento de Deus através da beleza da arte.
Em diversas ocasiões essas limitações são na verdade estímulos aos espíritos encarnados para realizarem o que se propuserem a fazer ainda no plano espiritual2. Temos vários exemplos em que essas nada atrapalharam, pelo contrário, foram o combustível necessário a fim de que gênios da arte manifestassem e materializassem uma arte inesquecível aos olhos humanos!
Basta recordar de Beethoven3 possuidor de uma limitação auditiva por quase toda a existência e ainda assim foi considerado um dos maiores gênios da música terrena. No Brasil, lembremos de Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho que sofria com a terrível hanseníase, e mesmo assim foi um dos maiores gênios do Barroco brasileiro, seja na Arquitetura, nas esculturas. Obras que até hoje são admiradas na querida Minas Gerais. Hellen Keller, escritora, mesmo cega e surda inovou o pensamento de várias questões sociais. Jackeline Du Pré que tinha esclerose múltipla, violoncelista britânica de grande renome entre tantos outros que poderíamos citar.
Na verdade, o impedimento ou a falta de liberdade na arte está no preconceito social4. É uma inversão de valores que João Evangelista já anunciava no livro do Apocalipse com relação ao fim dos tempos. A arte pode e deve ser utilizada como meio de inserção e educação destes irmãos que apresentam algum tipo de limitação física, mental e social5. Essas é uma das missões da arte perante o mundo, porém essa movimentação ainda é tímida.  Não há ninguém no mundo que não possa ser um artista, existe apenas falta de oportunidades. Está passando da hora da humanidade parar de rotular pessoas com deficiência de forma pejorativa.
A deficiência, em que nível for, é apenas um estado momentâneo para a cura da alma. Aliás, qual seria pior a deficiência física, mental, social ou a moral? Cabe destacar, que a última não permite a felicidade do espírito. As demais podem ser apenas consequência de uma moral anterior que esteve adoentada.
Quando a humanidade aprender a utilizar a arte para unir, libertar e expandir conceitos, mentes, de forma fraterna, esta começará a cumprir seus objetivos na evolução desta família espiritual que erra pela Terra.
Jesair Pedinte e amiGOS – 03.08.13, psicografado por Jerônimo Marques.
1 – “39 – Quais as causas do nascimento de monstruosidades entre os homens e entre os animais?
- Não podemos olvidar que entre os homens esses fenômenos dolorosos decorrem do quadro de provações purificadoras, sem nos esquecermos, igualmente, de que o mundo terrestre ainda é escola preparatória de aperfeiçoamento. Os produtos teratológicos constituem luta expiatória, não só para os pais sensíveis, como para o Espírito encarnado sob penosos resgates do pretérito delituoso. [...].” (EMMANUEL. O Consolador. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008)
2 – “335 – O Espírito tem o direito de escolher o corpo no qual vai encarnar ou somente o gênero de vida que lhe deve servir de prova?
- Pode, também, escolher o corpo, porque as imperfeições desse corpo são para ele provas que ajudam o seu progresso, se vence os obstáculos que nele encontra, mas a escolha não depende sempre dele; ele pode pedir.” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 182. ed. São Paulo: Ide, 2009)
3 – “Beethoven (Ludwig van): celebre compositor alemão (Bonn, 1770 – Viena, 1827), autor de 32 sonatas, 17 quartetos, nove sinfonias, quatro aberturas, cinco concertos para piano e orquestra e um para violino, da ópera Fidélio e da Missa Solemnis, obras de uma profundeza de sentimentos e de um poder de expressão incomparáveis. Teve uma existência muitas vezes difícil, sua surdez começou a se manifestar em 1802 e viveu os últimos anos de sua vida completamente surdo.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1.ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
“A vida de Helen Adams Keller (1880-1968) é a história de uma criança que aos dezoito meses de idade ficou cega e surda e de sua luta árdua e vitoriosa para integrar-se na sociedade, tornando-se além de célebre escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa pelo trabalho incessante que desenvolveu para o bem-estar das pessoas portadoras de deficiências.” (www.ethelrosenfeld.com.br, Acesso: 02 de Janeiro de 2014)
4 – “Para Omote (1980), a deficiência é um fenômeno muito mais complexo, socialmente construído. As condições orgânicas patológicas realmente podem gerar incapacidades, mas não são essas que determinam o nível de funcionamento do deficiente. Nenhuma diferença individual pode ser considerada deficiência por si só. É o grupo social à sua volta que, a partir de determinados critérios ou padrões, elege alguma característica ou limitação como dotada de um caráter de desvantagem. [...]. O processo de inclusão social só será possível se ocorrer uma via de mão dupla entre os deficientes e a sociedade em geral. Ambos devem interagir na construção do entendimento comum de que a diferença, por mais acentuada que seja, não representa um problema para a humanidade, e sim, mais uma possibilidade na infinita pluralidade humana (Marques, 1997).” (CORDEIRO, Mariana Prioli; SCOPONI, Renata de Souza; FERREIRA, Solange Leme  e  VIEIRA, Camila Mugnai. Deficiência e Teatro: Arte e Conscientização. Psicol. cienc. prof. 2007, vol.27, n.1 / www.pepsic.bvsalud.org, acesso: 02 de janeiro de 2014)
5 – “Ao adentrar-se na complexidade do universo da arte, o indivíduo com necessidades educacionais especiais pode trabalhar os seus sentimentos em relação à sociedade, que, na maioria das vezes, o discrimina ou o segrega, devido aos preconceitos e ao estigma. O trabalho com arte é capaz de transformá-lo em um ser humano socialmente ativo, com uma auto-estima positiva e uma função social determinada (Costa, 2000, p. 16). A arte pode incentivar as potencialidades latentes de cada pessoa, pois possibilita o desenvolvimento de sua imaginação, criatividade e habilidades. Através da arte, o indivíduo com deficiência pode se expressar, socializando seu interior e demonstrando sua singularidade. [...]. A arte permite a eles demonstrar que, apesar de suas limitações, possuem habilidades, sentimentos, desejos e opiniões, como qualquer outra pessoa, ou seja, a arte capacita o homem a compreender a realidade e ajuda-o não só a suportá-la como também a transformá-la, aumentando-lhe a determinação de torná-la mais humana e mais hospitaleira para a humanidade.” (CORDEIRO, Mariana Prioli; SCOPONI, Renata de Souza; FERREIRA, Solange Leme e  VIEIRA, Camila Mugnai. Deficiência e Teatro: Arte e Conscientização. Psicol. cienc. prof. 2007, vol.27, n.1 / www.pepsic.bvsalud.org, acesso: 02 de janeiro de 2014)

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