Esclarecendo Dúvidas: A Arte e os Vícios

Quando a arte aborda os vícios morais ela está indo contra as Leis Divinas?
É preciso avaliar com cuidado o contexto, o conteúdo desta arte a fim de evitar interpretações equivocadas. Deve-se analisar o objetivo de se abordar tais vícios. Entretanto, não se pode limitar apenas à finalidade, é preciso verificar a forma e a execução. Pois as intenções podem ser as melhores possíveis, mas a forma com que se trabalha a abordagem em sua execução pode vir a validar, a divulgar e até mesmo a exaltar e reforçar os vícios abordados1. Contudo, quando a finalidade for alertar o público sobre os perigos dos tais a fim de evitar determinados enganos, sem a intenção de alimentá-los será válida a abordagem.
Desta forma, utilizar a arte para abordar os mais variados vícios é algo muito válido, desde que tenha por objetivo evangelizar o espírito, sempre observando uma boa qualidade de execução e de conteúdo bem estruturado. Do contrário, é melhor aguardar o tempo a fim de que a prudência seja alcançada, pois ser leviano com estes assuntos é ser instrumento das trevas!
A arte deve elevar sentimentos, exaltar o amor, paz, tranquilidade, alegria sincera, sem estimular desvios de conduta, sem prejudicar o próximo2, independente da justificativa, sem incentivar possíveis erros de ações, essa é a arte a qual deve ser seguida, vivida!
Cabe destacar que o meio artístico é faca de dois gumes. Por um lado oferece possibilidades maravilhosas de transmitir os valores morais a fim de tocar o coração, educar e despertar3 o espírito imortal para o lado bom da vida, da eternidade, por outro, quando mal direcionado pode alimentar o orgulho, egoísmo, vaidade, dentre outros comportamentos e vícios dos mais variados. A arte não é um brinquedo, é preciso muito discernimento, oração e vigilância para não cair na “síndrome da liberdade excessiva” a fim de não se comprometer, seriamente4, perante o compromisso assumido e a oportunidade reencarnatória.
Tal síndrome trata-se do “tudo pode na arte” sem ter os devidos cuidados dos crivos da utilidade, da verdade e da bondade, contudo nem sempre se tem a verdade na arte no sentido de algumas vezes ser uma ficção, mas se for útil e bom o trabalho pode ser levado adiante, do contrário é melhor recriar, recomeçar para não chorar depois como muitos artistas choram no plano espiritual ao perceber que não usaram do bom senso, não obstante da liberdade excessiva.
A orientação de Paulo de Tarso é muito válida para a arte e artistas: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”. A arte da atualidade tem infinitas possibilidades, contudo não tem filtrado bem suas manifestações através do bem senso.
Desta forma, o artista deve preocupar-se com o próprio avanço espiritual, procurando burilar-se, sendo uma pessoa de bem! Buscando extirpar-se dos variados vícios, ser reconhecido pela sua obra e conduta de vida! O artista deve buscar fomentar na sua energia criadora5 emoções, lições e outras comoções... Levando a reflexão moral ao público e acima de tudo exemplificando-a.
O artista deve primar pelo bom proceder em todos os momentos de sua existência, os quais sinais de seu progresso como homem e como artista. Um não pode ser separado do outro. Embora haja muitos casos existentes na Terra. Portanto, artistas! Cuidem de vossos atos e serão recompensados com a consciência livre e a certeza do dever cumprido6. Muita Paz e sabedoria!
Jesair e amiGOS – 24.10.14, psicografado por Jerônimo Marques.
1- “[...] Muito frequentemente a arte é aviltada, desviada do seu objetivo, escravizada por mesquinhas teorias de escola e, principalmente, considerada como um meio de chegar à fortuna, às honras terrestres. Emprega-se a arte para adular as más paixões, para superexcitar os sentidos, e assim faz-se da arte um meio de aviltamento. [...]. A verdadeira arte não procura os prazeres da mesa, da carne, e aqueles dos quais o espírito e o cérebro não participam.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
2- “[...] É fato observado que o verdadeiro artista, o artista enamorado do ideal da perfeição no Belo, ou gênio, e não apenas o artista mercenário, jamais carrega perversidade nos próprios atos. Naturalmente bondosos, parece que a comunhão constante com o Belo isenta-os da prática de perversões contra o próximo [...]. Pois tudo indica que a Arte tanto empolga e arrebata o seu cultor que frequentemente o aparta dos caminhos da redenção, ou do amor a Deus e ao próximo.” (PEREIRA, Yvone A. Devassando o Invisível. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009)
3- “[...] No Além, é com o seu concurso (arte) que se reformam os sentimentos mais impiedosos, predispondo as entidades infelizes às experiências expiatórias e purificadoras. E é crescendo nos seus domínios de perfeição e de beleza que a alma evolve para Deus, enriquecendo-se nas suas sublimadas maravilhas.” (EMMANUEL; XAVIER, Chico. O Consolador. Perg. 168, 28ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008)
4- “Na perseguição ao prazer dos sentidos, costumamos armar as piores ciladas aos corações incautos que nos ouvem. Contudo, fugindo à palavra empenhada ou faltando aos compromissos e votos que assumimos, não nos precatamos quanto à lei de correspondência, que nos devolve, inteiro, o mal que praticamos e em cuja intimidade as bênçãos do conhecimento superior nos agravam as agonias, de vez que, no esplendor da luz espiritual, não nos perdoamos pelas nódoas e chagas que trazemos na alma. [...] Intelectuais e artistas que despedem sagrados recursos do espírito na perversão dos sentimentos humanos, por intermédio da criação de imagens menos dignas, rogam aparelhos cerebrais com inibições graves e dolorosas para que, nas reflexões de temporário ostracismo, possam desenvolver as esquecidas qualidades do coração [...]. Grandes faladores que escarneceram da divina missão do verbo, conturbando multidões ou enlouquecendo almas desprevenidas, suplicam doenças das cordas vocais, para que, atravessando afonias periódicas, desistam de tumultuar os espíritos por intermédio da palavra brilhante.” (LUIZ, André. Ação e Reação. Rio de Janeiro: FEB, 2013)
 5- “[...] O poder de criar é uma força natural do pensamento, um ato da vontade de cada um. [...]. Daí o afirmamos nós outros a soberana conveniência de os homens em geral se alistarem nas hostes do Consolador, a fim de se re-educarem, reconhecendo em si próprios os valores que possuem, as faculdades e possibilidades de que são dotados e os meios de dirigi-las para culminâncias recompensadoras, pois todos esses magníficos dons anímicos lhes foram conferidos pelas leis da Criação para que, através deles, possam servir à sua própria glória, servindo ao próximo e à causa da Vida Mortal.” (PEREIRA, Yvonne A. Devassando o Invisível. 3 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009)  

6- “Que fazes, portanto, dos talentos preciosos que repousam em teu coração, em tuas mãos e no teu caminho? Vela por tua própria tarefa no bem, diante do Eterno, porque chegará o momento em que o Poder Divino te pedirá: - ‘Dá conta de tua administração’.” (EMMANUEL. Fonte Viva. 36. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008)

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