Vida Contemplativa
Vida
Contemplativa
P.657 (L.E.) Os homens que se abandonam à
vida contemplativa, não fazendo nenhum mal e não pensando senão em Deus, têm um
mérito aos seus olhos?
Não, porque se eles não fazem mal, não fazem
o bem e são inúteis. Aliás, não fazer o bem já é um mal. Deus quer que se pense
nele, mas não quer que se pense apenas nele, visto que deu ao homem deveres à
cumprir sobre a Terra. Aquele que se consome na meditação e na contemplação não
faz nada de meritório aos olhos de Deus, posto que sua vida é toda pessoal e
inútil à Humanidade, e Deus lhe pedirá contas do bem que não haja feito.
O movimento faz parte da vida!
Agir, tomar decisões, manifestar-se... O trabalho é uma obra que exige esforço
e movimentações.
A contemplação é o oposto da
movimentação. É aquele momento em que paramos para observar, analisar,
refletir, pensar na grandeza da vida, da criação e tudo o que nos rodeia.
Está na lei do trabalho, uma
das leis divinas, uma das leis morais, que precisamos trabalhar, movimentar no
limite de nossas forças. Conquanto, temos também o direito e o dever do
descanso. A contemplação se encaixa neste descanso, e até mesmo no trabalho,
dependendo de como é realizada.
Entretanto, onde está o
problema da contemplação? Está no exagero. Foi isso que os espíritos da falange
de Jesus quiseram alertar a humanidade. O excesso!
Contemplar por um período de
tempo é importante e todos nós poderíamos fazer isso. Desde que fosse para algo
útil! Fosse para observar e aprender com aquilo que estava sendo contemplado.
Contemplar para recuperar as energias, para buscar novas soluções, novos
caminhos e direcionamentos é importante.
Mas não se pode fazer isso por uma vida inteira. Ou pelo menos não
deveria...
Deus nos ofereceu a vida, a
saúde do corpo, a capacidade de manifestar nossa inteligência e os
aprendizados. Se desistimos de usar todas essas capacidades, o que nos
acontece?
Somos como qualquer máquina que
enferruja pelo desuso e pelas intempéries... Todavia, muito mais do que
máquinas, devemos ser úteis para os outros, devemos compartilhar, ensinar,
aprender, doar. Aquele que só contempla, por mais que busque ligar-se ao
Criador, na verdade acaba se afastando. Disse-nos Jesus: “meu Pai trabalha até
hoje”.
Se Deus que é nosso Pai, não
para de trabalhar, de ser útil, porque acreditamos que devemos apenas viver uma
vida meditativa. Podemos até não fazer o mal, mas estamos errando por não fazer
o bem. A lição é simples, mas é necessário que aprendamos melhor. Poderíamos
dizer também que há contemplações em que perdemos tempo com coisas fúteis.
Talvez essas sejam ainda pior, por não nos levar a algo bom e às vezes, para
pensamentos e atitudes equivocadas. Portanto, meditemos sim, contemplemos a
vida e suas belezas, mas por tempo determinado a fim de logo em seguida sermos
úteis!
Obrigado! Efésio, o humílimo
servidor do Pai
Comentários
Postar um comentário