Perdido
Perdido
Era uma vez um menino e mais além, outra
menina. Ambos nasceram neste mundo de meu Deus para servir desde pequeno nos
caminhos da arte que atrai, desperta e também conforta, independente dos
valores e lucros, o mais importante era servir de instrumento ao bem no mundo.
Carol e Eduardo, nomes que pouco importam
na verdade eram amigos desde pequenos. Nasceram em berços revestidos de ouro e
abundância e foram muito bem acolhidos pelos pais que sempre estavam a
incentivá-los para fazer tudo bem feito. Logo cedo perceberam suas tendências
artísticas para dança e artes cênicas no geral.
Com todas as condições e investimento dos
pais, os dois foram conhecendo, ou relembrando diversos fatos e técnicas de
cada arte mais afim a seus corações. Bastava perceber o quanto os dois se
motivavam neste meio. Os pais é claro, incentivavam e como muitos dizem por aí,
“babavam” relevando diversos pequenos atos que demonstravam embriões de
orgulho, egoísmo, vaidade, desrespeito...
O tempo foi passando. O talento foi
crescendo e a soberba e estupidez também. Quando o pai de Eduardo percebeu o
erro, já era tarde... Ele já havia crescido o suficiente para ter suas próprias
escolhas. Ainda assim, tentou, mas foi voz única em meio a família que já o
idolatrava desde os primeiros trabalhos de destaque ao público.
Já Carol, era uma deusa, uma rainha de
corpo escultural, sensualidade, talento para a dança como poucos. Tudo isso a
deixava em destaque, que para ela fazia bem ao ego já bem expandido e
incontrolável.
Daí para os desvios morais e físicos foram
um pulo. A fama os deslocou do caminho pretendido... Amados pelos fãs,
sentiam-se quase Deuses que deveriam ser reverenciados por onde passassem. Não
deviam a gratidão a quase ninguém, e quando sabiam ter, agradeciam por pura
educação ou marketing de suas imagens perante uma multidão de fãs...
A sensualidade foi a porta aberta para
impregnação de energias sexuais desequilibrantes... Em decorrência disso, o
comportamento nesta área se desvirtuou.... Acompanhando esta derrocada, os
vícios da carne... O uso de substâncias tóxicas ao organismo, desde a bebida
alcóolica até às drogas ilícitas que todos sabem existir, mas que ainda
acreditam não serem tão ruins assim...
Uma porta após a outra foram se abrindo
para as influenciações negativas. O desrespeito a si mesmos, com o corpo, com os
sentimentos das pessoas, com o mau exemplo. A admiração pelo talento era grande
e com isso, a influência negativa na vida de jovens, principalmente, foi
conquista infeliz que gravaram em seus espíritos para um futuro recomeço de
sacrifícios.
Os dois ainda tiveram a misericórdia divina
de apressar o reencontro pelos laços de afeto num amor que teria tudo para dar
certo, mas apesar da paixão inicial, do amor que os seus espíritos já haviam
construído em tempos idos, a falta de disciplina e respeito pela vida,
utilizando e aperfeiçoando os vícios, ou melhor, dando vasão aos mesmos por
escolha própria, proporcionaram uma tragédia que poderia ser evitada...
A fama acaba cobrando e pressionando os que
dela se utilizam e vivem para tê-la. Uma discussão, devido a uma traição de
ambas as partes... Tudo isso aliado aos vícios do orgulho, egoísmo, melindre,
falta de perdão e respeito mútuo, provocou a cegueira do bom senso e
sentidos...
Após beberem muito, usarem outros produtos
tóxicos, entraram no automóvel, ainda em discussão feroz de quem acredita que
ferir emocionalmente o outro resolverá a decepção íntima do momento, acabaram
sofrendo trágico acidente. Eduardo desencarnara na hora, já Carol ainda viveu
por alguns meses em estado deplorável, embora totalmente consciente, viu seu
corpo e beleza se esvaírem e percebeu o abandono de muitos que a veneravam... Entretanto
foi aí que descobriu alguns valorosos corações que antes desprezava.
Arrependida voltou à vida verdadeira um
pouco melhor, e quando teve condições foi até onde Eduardo vivia em sofrimento
e dor. Arrependimento e culpa... Foi um belo momento de reencontro, agora
arrependidos e dispostos a recomeçar...
Antes porém, recordaram dos compromissos
assumidos antes da existência... Verificaram que perderam grande chance. Haviam
planejado usar a arte como ferramenta para despertar o bem nas pessoas. Para
auxiliar os necessitados de todas as formas. A fama seria apenas uma dádiva
para que tivessem numerários a fim de auxiliar os carentes do mundo
materialmente. Já moralmente eles se prepararam para estar lado a lado
ensinando, aprendendo, amenizando dores, levando alegria e beleza à todos, sem
distinção...
Tristes, entenderam que nada fizeram do
planejado... Pediram perdão a si mesmos, um ao outro e à Deus.
Agora, nossos dois amigos, pretender voltar
ao mundo sem os talentos que possuem. Como os maus servidores da parábola dos
talentos, eles mesmos pediram para vir como pessoas comuns, sem grandes
talentos e dificuldades materiais e emocionais... Ainda assim, Galhardo, seu
mentor e guia, os consola dizendo que se muito acertarem, poderão de alguma
forma ter contato com a arte que pulsa no íntimo de seus espíritos, mas apenas
para servir no bem. Para isso deverão cumprir rígido cronograma de ações em
favor do próximo!
Aqueles que usam da arte como ferramenta de
iniquidades, perde bênçãos e paz por muito tempo. Utilizem da arte para o bem
comum e terão construído um tesouro em seus próprios corações!
Jesair Pedinte e amiGOS
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