Agora Sim, Aproveitando o Carnaval!
Boa noite! Chamo-me Ana Flávia. Hoje vim com uma tarefa bem específica. Informar como participamos das atividades de um evento religioso em pleno Carnaval , festa pagã e com inúmeros prejuízos sociais. Principalmente a nós, jovens distantes de Deus e do sentimento da espiritualidade.
Posso afirmar que teria a aparência de cerca de 20 anos de idade se pudessem me ver. Quando estava encarnada fui o que podem chamar de uma jovem normal. Cheia de vida, atividades, sonhos, planos. Tinha pais amorosos, família tranquila, com os problemas que todas as outras possuem. Inteligente, estudava direito, um curso tão almejado por tantos jovens.
Era responsável com meus estudos. Amava minha família. Mas algo que sempre gostei foram as saídas de final de semana. As baladas e tudo mais que envolvesse este tipo de ambiente e amizades, nem sempre sinceras. Infelizmente, foi neste espaço que perdi a vida, ou melhor, foi por sempre procurar aproveitar meu tempo de lazer nestes lugares que acabei resgatando um débito passado que poderia ser adiado, caso eu procurasse ser útil e preocupada com as outras pessoas, com os desvalidos da sorte que tive na vida. Isso não me impediria de sair com os amigos e divertir-me entre outras coisas.
Não... Não desencarnei numa balada. Mas na volta dela. Causa? Acidente de trânsito, irresponsabilidade minha em dirigir levemente embriagada. Na verdade, para mim, estava completamente sã. O que são dois copos de cerveja e mais um ou dois goles de coquetel? Por sorte, levei apenas a minha própria vida. Perdi a direção numa curva, fechei demais o trajeto e a roda bateu no meio-fio e pela velocidade o carro capotou várias vezes. Para piorar, achei que estava com o cinto, mas o encaixei mal e ele não cumpriu sua função. Fui jogada para fora do carro de forma letal. Conhecia algo da vida após a morte, pois tinha uma prima espírita que sempre conversava comigo. Às vezes até me acompanhava nas baladas, mas era mais mesmo para me segurar nos abusos e voltar dirigindo. Acho que ela nunca gostou de estar naqueles ambientes. Essas conversas que para mim eram chatíssimas me ajudaram muito neste momento da minha vida.
Tenho a consciência que sou uma espécie de suicida e arrependo-me por isso. Mas tive a felicidade de acompanhar uma amiga de minha prima neste carnaval diferente. Em vez de viajar para as cidades que festejam o Carnaval nas ruas, nos bares, nos clubes, fui para um Congresso Espírita. Confesso que meio obrigada, e em parte um pouco curiosa... Afinal, fiquei sabendo que teria quase 600 jovens neste evento espírita. Que coisa!? Fiquei pensando, tinha que ter algo interessante para tantos irem e passar dois, três ou quatro dias neste local. Rezar somente é que não era! Isso eu já tinha certeza!
Dessa forma, fui saciar a minha curiosidade. Eu e mais alguns milhares de jovens. Alguns como orientadores, monitores, e outros, a maioria como visitantes e participantes do mesmo Congresso, porém no plano espiritual. A orientação e meta é que não ficássemos parados, até nos intervalos tínhamos tarefas a cumprir! Confesso que eram bem legais! Mas tínhamos algumas obrigações! A movimentação no plano espiritual é muito intensa, mais do que vocês conseguem visualizar e/ou imaginar. Para se ter uma ideia, o público desencarnado é cerca oito vezes a mais que dos encarnados.
A primeira tarefa que tivemos ao chegar ao local do evento foi de ouvir, anotar as orientações dos trabalhadores, coordenadores espirituais sobre o que faríamos no sábado, 09 de fevereiro de 2013. A minha atividade e de mais alguns amigos? Acompanhar divididos em grupos, as diversas equipes de trabalhadores jovens do Congresso Espírita. Anotar tudo que fizessem e procurar influenciar apenas quando justo e necessário através de intuições. Para isso, tivemos que passar por um treinamento de alguns meses antes de estarmos naquele ambiente. A partir daí vocês podem compreender que tenho algum tempo de vida após a vida.
A movimentação foi muito intensa em todas as áreas, é interessante verificar a grande presença de entidades infelizes e algumas com intenções contrárias à proposta do evento. Simplesmente por que necessitavam ser encaminhadas ou pela razão que os próprios trabalhadores invigilantes davam “passe livre”, apesar de limitados à estes irmãos. As atividades eram muito intensas e aqueles que entravam de penetras eram monitorados pelos amigos mais experientes. Isto para não atrapalhar a realização dessas que foram planejadas há meses.
Eu e mais algumas centenas de jovens estávamos nas equipes que acompanharam os artistas e os estudos do Congresso. No sábado, 09/02/13, quase o dia todo ficamos como auxiliares para os ensaios que ocorreram no Teatro Rio Vermelho para os encarnados, imenso para os desencarnados. Éramos responsáveis por receber e encaminhar os que chegavam deste lado, plano espiritual, para ver os ensaios. Destes havia uma divisão interessante de se ter uma nota:
Os mais desequilibrados e combalidos chegavam em espécies de macas ou cadeiras de rodas sofisticadas. Eram postos mais à frente, próximos ao palco. Aqueles que tinham alguma facilidade de locomoção e percepção da realidade ficavam logo no segundo pelotão, ainda nas proximidades do palco. Os que tinham uma condição mais normal ou estavam em desequilíbrio preenchiam todos os espaços restantes, já estavam convalescentes, mas necessitavam ainda de adaptação, estudo, direcionamento para a nova condição, foi o que me informaram.
Por fim, havia aqueles que já são trabalhadores, comprometidos com o próprio crescimento e aprendizado. Esses, como nós estavam no Congresso para trabalhar. Mas ficariam nos bastidores observando os “artistas” ou evangelizadores pela arte e procurando vibrar positivamente por cada um desses obreiros.
Era um processo bem interessante, pois que alguns destes amigos um pouco melhor condicionados e adaptados ao plano espiritual tinham alguma experiência com a arte nas existências anteriores. Desta forma procuravam transmitir algumas intuições aos encarnados para facilitar o processo de execução do trabalho.
Realmente, quando alguém fala que o artista, espírita, católico, evangélico e etc., que procura levar uma boa mensagem de cunho moral para um público, seja do tamanho que for, que este artista é um médium... Está completamente certo! Pelo menos do meu ponto de vista! O artista é um médium pela arte! No palco não é apenas ele que está se apresentando e doando energias benéficas, mas um ou mais espíritos que se prepararam, estão ao seu lado também realizando o mesmo e até muito mais.
Apenas nos ensaios foram atendidos mais de seiscentos jovens que estavam em desequilíbrio e todos os demais jovens que já estavam convalescentes, em macas, cadeiras. Todos estes receberam um tratamento utilizando as energias benéficas das cenas teatrais, danças e notas musicais, além da alegria natural destas atividades.
Por outro lado, muitos baderneiros também compareceram com intensidade nestes momentos por invigilância dos próprios encarnados. Ainda assim, não puderam fazer tudo o que queriam, pela tarde, houve uma significativa vigilância dos que abriram suas portas para estes amigos sofredores.
Em todas as apresentações artísticas eram preparadas as entidades que receberiam com maior intensidade as vibrações positivas destes momentos. Os artistas encarnados para começar, receberam algumas entidades para que pudessem evangelizá-las com o seu exemplo durante toda a semana que antecedeu o evento. Os locais das apresentações possuíam um campo magnético criado pelas mentes mais importantes e puras que já vi do lado espiritual. Espíritos que trabalham com a arte divina e que procuram isolar seus tutelados das vibrações negativas a fim de que as energias boas provindas da arte executada chegassem aos corações presentes nos dois planos da vida.
Isso não significa que já vi muitos espíritos puros, mas devido a minha falta de evolução considero estes amigos que trabalham com sinceridade pela arte benfazeja possuem verdadeiramente uma evolução muito grande. Tanto pelo conhecimento de arte, quanto e principalmente pelo conhecimento moral. Foi impressionante vê-los agir. Realmente todos sabiam o que fazer. Não precisavam ordenar nada para nós outros que auxiliávamos, apenas olhavam para nós e sabíamos o que deveríamos fazer.
Em determinados momentos das apresentações artísticas havia ondas de choque magnético por todo o ambiente espiritual com o objetivo de sensibilizar e até imobilizar algumas entidades mais endurecidas. Para alguns era um momento de despertar da inconsciência moral. Para outros, era um momento ímpar de sentir uma energia positiva atravessando todo o seu ser, limpando as energias deletérias e repondo as energias benéficas. Isso tudo é explicado, segundo as nossas irmãs mais experientes, pela questão da sintonia.
A cada momento destes de maior intensidade, de maiores emoções das apresentações estas ondas de choque magnético eram utilizadas. Umas eram maiores, outras menores, de acordo com o nível de energia utilizada naquele instante. O que variava de acordo com as emoções dos que estavam presentes.
Pelo que tenho percebido a arte não é uma ciência, não é exata, é uma forma de tocar o ser. Não há como pré-definir exatamente quantas pessoas serão despertadas, tocadas, sensibilizadas em cada trecho de música, peça, coreografia ou tudo isso junto! Durante as apresentações, em todas elas, foram muitos os espíritos recolhidos. Como por exemplo, na peça sobre Paulo de Tarso. Muitos espíritos endurecidos, perseguidores dos primeiros cristãos, daqueles tempos do cristianismo primitivos foram resgatados finalmente, depois de tantos séculos.
No dia seguinte, na programação dos jovens. Muitos sorriram com as comédias inteligentes e bem realizadas pelos jovens que foram despertados no sentido de que o estudo da Doutrina, das Leis Divinas, podem ser divertidas. Na apresentação seguinte, vários jovens que se perderam pelas drogas foram trazidos, amparados, despertados naquele local.
Os atendimentos foram variados. Jovens que haviam se perdido na vida por desvalorizar os pais, a família, que se perderam por vícios, por futilidades, perceberam que a juventude pode se divertir falando de Deus, aproveitando o momento com amigos e familiares sem usar de drogas lícitas ou não!
E nos estudos? Quantas pessoas foram encaminhadas diretamente das apresentações para estes?! Principalmente aquelas que já possuíam um pouco mais de discernimento e tranquilidade para tal! Quantas foram sensibilizadas e saíram dali com energias renovadas!? Quantos “Saulos de Tarsos” foram convertidos naquelas manhãs em que jovens vestiram-se de Apóstolos dos Gentios para tocar os corações de todos os planos doando uma energia que só a arte amorosa pode dinamizar e compartilhar!
Foram palestras artísticas com teatro e música, foram oficinas de arte e estudo que não só despertaram, mas prepararam muitas mentes e corações para o bem! O bem através da utilidade em focar e ensinar diversos caminhos para se alcançar a paz de espírito!
Obrigada amigos! Obrigada por proporcionar estes dias e momentos únicos a mim e aos meus companheiros deste lado! Aprendemos muito com vocês! Arrependo-me por não ter aproveitado as oportunidades que tive para praticar o bem. Tenham a certeza que não estão perdendo nada, pelo contrário! Estão ganhando e muito! Estejam firmes! Obrigada mais uma vez! Vemos-nos no próximo trabalho!
Ana Flávia – 04.03.13
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