Esclarecendo Dúvidas: Arte e Lei de Sociedade
Qual é a relação da arte com a Lei de Sociedade?
A arte é um dos efeitos desta Lei Divina. Aquela evolui junto ao ser, ao indivíduo e este só o faz com real proveito através das relações sociais. Está contido na obra “O Livro dos Espíritos” que a convivência social é uma necessidade de todos nós, pois Deus fez o homem para viver em sociedade1 e não isolado num ponto escuro do Universo.
Desde o princípio das coisas, da evolução dos seres a tendência é que estes procurassem estar próximos de seus iguais ou semelhantes. O ser humano sempre teve a necessidade de viver em sociedade, mesmo quando elas se limitavam a família consanguínea. Sozinho o espírito não evolui2.
Com o tempo, as relações foram surgindo e outras necessidades também. Quando o homem está triste, satisfeito, pensativo, amando, compartilhando, ele necessita expor seus sentimentos para os demais ou mesmo que apenas para si através de uma manifestação exterior. Daí surge à arte!
Com isso, a arte pode ser considerada fruto das relações sociais3, da necessidade do progresso, da adoração, da reprodução, da liberdade, da igualdade... E assim por diante. Arte e Lei de Sociedade. Quão grande é a interação desta manifestação do espírito com esta Lei específica4! A evolução da sociedade permite que a arte evolua cada dia com mais vigor5!
As relações sociais são matérias primas para que a arte se manifeste em todas as suas formas possíveis e imagináveis ao grau evolutivo da atual humanidade. À medida que a sociedade vai evoluindo, as formas mais variadas de arte vão surgindo ou sendo aperfeiçoadas, ou reinventadas.
Quantas são as formas artísticas existentes na espiritualidade e que ainda estão em estado latente no plano físico. Outras que estão em gestação devido ao avanço alcançado pela sociedade contemporânea. A qualquer momento novas formas de arte6 vão sendo geradas no seio do mundo material alavancando o progresso da sociedade.
Não se pode falar de arte sem mencionar progresso através das relações sociais... A Lei de Sociedade aliada às demais é que delimitam e expandem ao mesmo tempo este caminho a ser trilhado, reinventado e aberto daqui para frente.
É preciso compreender que as Leis Divinas não são limitadoras do avanço, mas catalisadoras de um processo amoroso e sábio! Na verdade, através do respeito a estas Leis tem-se a expansão das consciências e se alcança o progresso e a felicidade tão almejados! Desta forma podemos afirmar que a arte não se torna limitada ao reconhecer a necessidade da Lei de Sociedade, pelo contrário, ela amplia seu raio de atuação e permite que se expanda e contribua de volta para o próprio progresso social num “feedback” ininterrupto e necessário, sublime e admirável!
Arte e Lei de Sociedade caminham sempre juntas, de mãos dadas hoje e sempre!
1 – “[...] Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus não ofereceu inutilmente ao homem a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 182. ed. Araras: IDE, 2009)
2 - “O homem deve progredir. Sozinho, ele não pode porque não tem todas as faculdades; é-lhe preciso o contato dos outros homens. No isolamento, ele se embrutece e se debilita.” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 182. ed. Araras: IDE, 2009)
3 – “A atividade artística também se inclui entre as atividades que requerem profundo senso de colaboração. Ao participar de uma apresentação artística, o indivíduo faz parte de um grupo maior, onde ele é, de um lado, peça importante, e de outro, parte integrante de um todo. O ‘todo’ em nosso caso, não é apenas uma reunião das partes, mas é um ‘organismo’ vivo, que depende da atuação de cada um. O valor de colaboração, que é a essência primeira do sentimento cristão, caminho para o amor ao próximo, se faz marcante. O sucesso de uma apresentação depende da colaboração de muitos. E esse sentimento se torna uma certeza para todos os que participam.” (ALVES, Walter Oliveira. O Teatro na Educação do Espírito. 1. ed, Araras: IDE, 1999)
4 – “A Arte protagoniza as mudanças sociais e o processo de construção da sociedade. Na Educação, ela forma um cidadão consciente, crítico e participativo, capaz de compreender a realidade em que vive. A ação educativa da Arte tem como objetivo a preparação do jovem para a vida plena da cidadania, buscando a formação de cidadãos que possam intervir na realidade, podendo ser considerada como um instrumento de transformação social. [...]. Educar com Arte significa educar através do contato com o outro, do despertar dos sentimentos e da troca. É sair de si mesmo para enxergar o outro. O que se almeja é que a descoberta interiorizada de sentimentos reais evolua para a externalização dos mesmos de maneira consciente e engajada [...].” (LACERDA, Vivian. A Importância da Arte na Educação: Vida Plena à Cidadania. Disponível em: http://www.rumosdobrasil.org.br/2009/10/29/a-importancia-da-arte-da-educacao-vida-plena-a-cidadania. Acesso em: 21 fev. 2013)
5 – “Quanto mais a inteligência se apura, aperfeiçoa-se e se eleva, mais se impregna da ideia do belo. O objetivo essencial da evolução, portanto, será a procura e a conquista da beleza a fim de realizá-la no ser e nas suas obras. Tal é a norma da alma na sua ascensão infinita. Nisso já se impõe a necessidade das vidas sucessivas como meio de adquirir, por esforços contínuos e graduados, um sentido sempre mais precioso do bem e do belo. Os inícios são modestos aqui na Terra, a alma se prepara primeiro nas tarefas humildes, obscuras, apagadas, depois, pouco a pouco, por novas etapas, o espírito adquire a dignidade de artista. Mais elevado ainda, ele se abrirá às concepções vastas e profundas, que são o privilégio do gênio, e se tornará capaz de realizar a Lei suprema da beleza ideal.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
6 – “[...] Notai ainda isto: o que é sublime para vós, em vosso mundo atrasado, não é senão criancice perto dos mundos mais avançados. Como quereis vós que os Espíritos que habitam esses mundos, onde existem artes desconhecidas para vós, admirem isso que, para eles, não é mais que uma obra escolar? Eu disse: eles examinam aquilo que pode provar o progresso.” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 182. ed. Araras: IDE, 2009)
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