Em Outro Lugar

Muitos de nós espíritas quando encarnados construímos visões diversas sobre nós mesmos e também sobre a vida espiritual. Acreditamos que tudo é muito simples! Que somos perfeitos, comparando-nos com os demais companheiros, principalmente de outras religiões.
Não é fácil admitir, pois também assim pensava, sentia e com toda a certeza íntima dizia a mim mesmo: “Posso não ser perfeito! Confesso que estou longe disso, mas sou uma ótima pessoa. Combato meu orgulho, meu egoísmo... Nunca julgo os outros, quando me refiro aos demais são apenas observações para estudo ou alertas, etc.”
A quem eu tentava enganar? Apenas a mim mesmo. Vim esta noite para servir-lhes de alerta sobre este tipo de comportamento. Quando retornei a pátria espiritual, as decepções foram grandes perante as minhas atitudes e os meus pensamentos mais íntimos. Foi uma enxurrada de pesares... Minha consciência pareceu ter acordado e aberto as portas para mostrar todos os meus equívocos.
É... Fui uma pessoa considerada boa, trabalhadora, esforçada. Cheguei a dar palestras, estudos, coordenar algumas atividades assistenciais. Enfim, vivi como um esforçado cidadão que tinha a Doutrina Espírita aparentemente dentro de si.
Entretanto, isso não me trouxe condições especiais. Não fui acolhido pelas pessoas que auxiliei, não fui recebido por nenhuma comitiva. Apenas pelo meu mentor, que na verdade nem o identifiquei nos primeiros momentos. Acreditava que ele era um mero funcionário ou enfermeiro humilde.
É claro que estava errado, pois ele é um espírito de evolução bem maior que a minha. Não é um anjo, nem um espírito puro. Mas, é um espírito humilde e de vastos conhecimentos. O principal? Conhece a si mesmo e suas limitações para evolução.
Este grande amigo, aos poucos começou a mostrar-me a realidade da minha evolução. Fiz muitas atividades no plano material, mas não as aproveitei da forma como deveria. Faltaram o sentimento sincero, a despreocupação com o reconhecimento, deixar de pensar que os outros trabalhadores deveriam estar presentes, ao meu lado trabalhando e se não estivesse, eles estariam perdidos!
Faltou humildade em achar que a Doutrina Espírita salva! Ela é mais um dos vários caminhos para Deus! Não somos melhores que os outros por sermos espíritas! Somos na verdade, mais responsáveis pelos erros que cometemos, devido o conhecimento que a Doutrina nos oferece.
Não nos iludamos! Muito menos, julguemos nossos companheiros de lide espírita! Não sabemos os traumas, as dificuldades, as lutas que cada um passa. Há determinadas situações que as pessoas passam em vida que são testes grandes para os traumas de tantas outras existências que persistem no íntimo do espírito. Antes de julgar, vamos orar por eles. Lembremos Kardec que disse reconhece-se o verdadeiro espírita pelos esforços em domar as más tendências! Em momento algum ele disse que acertaríamos sempre! Erros fazem parte de nossa evolução, por maiores que sejam e isso não significa que aquele (a) infeliz deixou de ser espírita por ter errado gravemente.
Sejam mais fraternos! Estejam mais vigilantes convosco mesmo, a fim de não se decepcionarem perante as vossas atitudes e pensamentos quando estiverem na pátria espiritual.
Um amigo da casa. Obrigado! 19.03.13, psicografado por Jerônimo Marques.

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