Quanta Fé
Era uma hora da tarde...
Genaro, um amigo
Andava sob o Sol a pino...
Pensava consigo, onde estaria o Divino?
Lágrimas ao rosto,
Rolando suas faces...
Não compreendia os sorrisos vivaces
Dos companheiros de jornada que sorviam outros ares...
O drama que vivia
Era dor lancinante,
Em que o coração era como chaga alucinante...
Revoltosa e até infame!
Perdera a fé,
Pois a amada mulher
O deixara apenas um bilhete ao lado do bule do café...
Enquanto um turbilhão de pensamentos o envolvia...
Levando a dores cruciantes que ninguém via...
Os transeuntes sorriam para a vida!
Como podiam ver alegria enquanto ele sofria?
Sem perceber por andar cabisbaixo na via...
Trombou fortemente a canela, batendo a cabeça nada vazia...
Enfezado já procurava palavras infelizes...
Quando viu-se à frente de sorridente menino,
A pedir-lhe “desculpa tio”!
Um nó na garganta lhe surgiu,
Pois o menino sentado numa cadeira de rodas lhe sorria...
Encabulado perguntara por que toda essa alegria?
“Por que hoje vou à escola como há muito não fazia”...
Estava doente de cama e de lá não saía!
“Agora, posso ir-me com minha nova cadeira,
Terei novas companhias”...
Quanta fé aquele menino possuía!
E Genaro agora entendia...
Dotado de plena saúde e energia,
Nada mais de chorar as mágoas da agonia!
Seguiria em frente com alegria!
Meses depois encontrara uma nova eleita...
Em que seu coração lhe embevecia!
Era a mãe do garoto, brava lutadora da vida,
A lhe entregar o amor de mulher e mãe sem enxovias...
Viva Deus, escritor maior da vida!
Unindo pai e filhos de outras vidas!
Sodré, o ritmista – 19.03.12
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