Rastros de Luz

Rastros de Luz

Um servo certo dia viu seu amo cuidar de um cachorrinho doente... Acolheu-o com carinho e o levou para seu castelo. Sem nada pedir a outros servos, cuidou das feridas do animalzinho, preparou um alimento e aconchegou-o em seu colo por algum tempo, deixando-o após adormecer o pobrezinho aquecido numa cama improvisada, embora confortável.

O mesmo servo, acompanhou os cuidados de seu amo para com o bicho, viúvo e sem herdeiros, ele acolheu o bichinho e deu-lhe um lar.

Noutro dia, o mesmo servo viu o mesmo amo, atender um pai de família e sua filhinha que passava próxima ao castelo como mendigos, com fome, frio e sem lugar para ficar...

Mais uma vez, sem dizer nada a ninguém, acolheu pai e filha. Deu-lhes roupas, comida, lugar para ficar e trabalho. Volta e meia visitava-os junto a Duque, o cachorrinho acolhido para levar alegria, amizade e alguns mantimentos. Ninguém exceto o servo, sabia que pai e filha haviam sido um dia, mendigos...

Foram várias as vezes que o servo presenciou a bondade de seu amo e até achava estranho, pois ele era sempre calado e quase não sorria, embora muito educado e justo com todos seus servos.

Um dia este servo adoeceu e para sua surpresa, o próprio amo guardou leito nas noites solitárias em que tinha febre e dor, às vezes até delirava. E dali para frente o seu amo sempre lhe oferecia um sorriso amável como se fosse ele quem devesse alguma gratidão.

Outro dia, o amo se foi... Deus o chamou e em seu enterro, centenas de desconhecidos compareceram para prestar as homenagens àquele homem que deixou inúmeros rastros de luz sem dizer a ninguém. Rastros que permaneceram como lições ao servo e aos que dele receberam luzes de esperanças, carinho e amor!

Aquele que faz o bem acende luzes inconsumíveis nas trevas!

Sodré, o ritmista e Wellington 

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