O Próximo

Geraldo era um homem probo e humilde. Buscava sempre ser o mais justo possível. Era correto, leal e amigo. Sempre bondoso, estava a olhar a sua volta e procurar os famintos e desvalidos. Seu soldo era repartido entre os mais humildes e feridos... Feridos pela vida, pisados e repassados em imensas feridas.
Reconhecia-se apenas mais um dentre aquelas criaturas que procuravam servir diante do exemplo maior, do Cordeiro Divino. Família, ele não tinha. Abandonado fora ainda na infância sofrida. Os pais nem se lembrava, os irmãos a vida lhe tirara.
Com a pobreza sempre andara de braços dados com a alforria dos prazeres carnais, pois para ele, tais prazeres eram notícias distantes e até ilusórias. Foi ele mesmo quem pedira ainda na espiritualidade redentora, a oportunidade de nunca ser tentado pelas facilidades ilusórias e mesquinhas da vida humana, das dores perdidas.
Não procurava destaque, mas com o tempo os desvalidos da vida viam em nosso amigo o amparo e o sorriso. Era um servidor do Divino Amigo! Não tinha muitas posses a não ser um pequeno barracão, roupas simples e um carrinho pobre que servia para que levasse os mantimentos às pessoas sem qualquer rendimento ou acolhimento.
Para ele, hora não havia para chorar e sorrir com seus problemas, pois os problemas dos outros vinham em primeiro plano sem qualquer arrependimento exclusivo. Era um feliz missionário divino. Tinha voz mansa e forte. Energia boa e trato solene nas questões mais delicadas de qualquer mente!
Era um filósofo que agia na mais pura bondade e harmonia! Sem qualquer ironia, ia remendando, costurando os rasgos feitos pela crueldade do mundo à vida de seus queridos atendidos!
Sozinho não era, pois que sempre tinha aqueles que o seguiam e direta ou indiretamente auxiliavam, serviam. Apenas concentrava em seus exemplos a direção de servir e amparar com segurança e retidão sem qualquer agonia!
Feliz, o nosso Geraldo foi... Mesmo entre injustiças e apupos infelizes dos que não entendiam sua vida de sacrifícios, bondade e harmonia! Foi pelos homens esquecidos, mas bem recebido e envolto na paz da legítima alegria pela espiritualidade bela, como se fosse uma gentil cotovia retornando ao ninho eterno de conforto e soberana alegria.
Obrigado! Sodré, o ritmista em prosa de alegria e serviços do Geraldo – 11.09.12

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