Entrevistando Uma Flor de Luz


Entrevista através da psicofonia do médium Jerônimo Marques, em diálogo fraterno sob a orientação da coordenadora espiritual, Abigail, do Instituto Flor de Luz.
Meu nome é Débora e faço parte da equipe da nossa amada irmã Abigail há alguns anos. Junto a ela, auxilio no resgate de algumas irmãs desencarnadas. Vim para falar um pouco desta atividade relatando-a. Desde já esclareço que nós temos os nossos dramas, nossas quedas, no entanto este não será o foco de nosso relato.
P – Que atividade você realiza no Instituto Flor de Luz?
Sou auxiliar na missão de resgate com relação as nossas irmãs que desencarnam com problemas na sexualidade, pois dividimos em grupos de resgates especializados, de acordo com a necessidade de cada espírito que vamos resgatar.
Há grupos que auxiliam almas femininas que desencarnam por problemas na sexualidade, outras mais ligadas aos vícios das drogas ilícitas, há aquelas que estão focadas no combate das drogas sociais - bebida e cigarro principalmente -, algumas recebem irmãs que desencarnam em avançada idade do corpo, e há aquelas que trabalham recebendo crianças. São vários departamentos de resgate e recepção da atividade do Instituto Flor de Luz.
Nós estamos ligadas enfim aos vícios na área da sexualidade, o que não significa que estas irmãs não possuam outros vícios, mas este seria o que mais se destacaria entre suas dificuldades e quedas.
P – Temos o conhecimento que trabalhamos em regime de parceria com a espiritualidade. Referente à atividade “Caravana do Juninho”, todos os meses atendemos pelo menos uma jovem, pois a maioria são homens. Algumas se drogam, outras estão grávidas, outras apenas estão perdidas nas ruas com os seus respectivos motivos. O que podemos fazer, além de levar a palavra amiga a estas irmãs?
Primeiramente a oração. Porque a prece envia energias benéficas a estas pessoas. É claro que podemos fazer mais a favor destes irmãos de fraternidade.
Por exemplo, a atividade que realizam na “Caravana do Juninho”, onde alguns de nós participamos deste lado, como o irmão Wellington, a própria Abigail, quando verifica a necessidade ou quando o tempo permite sua presença, e nós outras que também estamos a oferecer-lhes as boas intuições, influenciações positivas em favor destas irmãs. Muitas vezes falta, na parte material, um pouco mais de disciplina no sentido de fazer o trabalho com mais atenção, sem austeridade, que é desnecessária.
Neste trabalho há toda uma preparação anterior, inclusive dos espíritos afins destes irmãos para que os sensibilizem diante do atendimento que será vos oferecido. Da mesma forma ocorre com os trabalhadores da equipe encarnada, há todo um preparo antecedente que vocês participam. Inclusive na noite que ocorre o trabalho. O nosso irmão Wellington que aqui se encontra, orienta que não deixem de dormir mais cedo nesta noite que é realizada a atividade, exatamente para auxiliar melhor no preparo. Pois vocês visitam a rota antes da realização desta atividade. É claro que esta visita pode ocorrer também em outros dias. Mas se é feita horas antes, fica mais fácil saber como agir. Tudo fica gravado no subconsciente e isto auxilia bastante no recebimento das intuições.
É muito importante sintonizar, dormir com o objetivo de se preparar.  Para isso é essencial fazer uma prece, estarem vigilantes e com vontade de trabalhar. Pode ser feito muito mais. Contudo, a princípio fiquemos com estas orientações. Com o decorrer do tempo e a melhoria no cumprimento das atividades, poderemos transmitir novas orientações. Tudo a seu tempo!
P – Recordo que no depoimento da nossa irmã Abigail, ela informou que o Instituto Flor de Luz atende as irmãs em diversas situações e posteriormente, elas se tornam trabalhadoras do mesmo. Logo deduzo que você deve ter sido uma atendida e hoje é uma trabalhadora. Como foi sua última existência e qual sua importância no Instituto?
Minha última existência ocorreu no Brasil com este nome que lhe informei: Débora. Fui uma pessoa muito dinâmica sempre pronta para realizar muitas atividades. Também trabalhei fora com meu esposo em nosso negócio, que infelizmente aos nossos olhos não deu certo. Mas compreendemos que era um momento de prova para nossos espíritos a fim de continuar em frente com fé.
Éramos uma família muito católica ligada à Igreja. Tínhamos as atividades de catequismo das crianças. O meu esposo era um grande auxiliar na comunidade de nossa igreja. Sempre estávamos ligados às atividades em favor do próximo. Foi uma vida muito tranquila. Desencarnei junto ao meu esposo numa viagem em favor das obras da igreja. Estávamos buscando recursos. Foi um carma coletivo. Estávamos num ônibus que perdeu o controle, saiu da estrada e capotou. Com a graça de Deus e merecimento da nossa parte, fomos recolhidos pela espiritualidade e levados à colônia, que não era o Instituto Flor de Luz.
Alguns anos depois do desencarne, adaptando-me a algumas Leis Divinas que desconhecia, principalmente no que se refere à vida espiritual, algo que vocês espíritas possuem, é que ingressei ao Instituto. Vamos dizer que continuei católica, mas com a aceitação e compreensão dos princípios que a Doutrina Espírita nos esclarece, e por questões lógicas não podem ser contestados devido a sua veracidade para os que estão no plano espiritual. O que não vem ao caso, pois não estou aqui para firmar proselitismo na espiritualidade.
O meu esposo continua com atividades mais ligadas à igreja nesta pátria, pois há muitas. Enquanto que, da minha parte, tenho uma ligação muito forte com a irmã Abigail, pelo que entendo de outras existências, apesar de não me ter sido revelado, sinto isto no coração.
Desta forma, aceitei o convite feito por ela para trabalhar na área da sexualidade, pois quando estava na Terra auxiliei várias mulheres que tinham dificuldades nesta área. Atendi muitas pessoas que se desviaram em suas condutas. Um atendimento fraterno. Dessa forma, apenas continuem com as atividades, aprofundando e expandido as ações devido à experiência acumulada. O convite foi feito depois de um tempo que nossa irmã Abigail realizou uma palestra em nossa colônia, palestra que nos chamou muita atenção, a partir deste momento mantive contato e logo aceitei com alegria o convite para ingressar neste trabalho.
Não estou longe do meu esposo. Continuamos juntos aqui na espiritualidade, só que cada um na sua área trabalhando com alegria. Isso faz parte do aprendizado, saber compartilhar o ser amado. Nós temos nossos dias de descanso e neles dias nós nos vemos. Somos como qualquer casal. Temos nossas atividades juntos. Nós continuamos a trabalhar para Jesus.
Tive uma vida muito boa, feliz e grata ao Senhor! Caso voltasse ao tempo, talvez mudasse poucas coisas, não porque sou perfeita, mas porque com o coração em paz posso afirmar que fiz meu melhor e tenho a consciência tranquila.

P – Fiquei surpresa, pois imaginava que no Instituto Flor de Luz havia apenas espíritos femininos que haviam desencarnado por problemas de violência, sexualidade, drogas, dramas familiares e não como você que viveu uma vida plena e cheia de realizações positivas. Agora compreendemos que há espíritos que não tiveram esses vícios e desvios de conduta que integram o Instituto.
Com certeza, até porque falei apenas das coisas positivas. Caso fosse falar das minudências de minha vida, facilmente encontraria um pouco de maledicência, de vaidade, orgulho, egoísmo e etc. Esses vícios estão longe de serem eliminados da minha alma. Da mesma forma que vocês procuram eliminar seus vícios, continuo a fazer deste lado. Não sou diferente, talvez só poderia colocar como diferença os princípios de uma religião, pois vocês hoje têm um conhecimento da vida espiritual o qual não tive quando encarnada, nem meu esposo, nem meus filhos. Hoje apenas o primeiro retornou ao plano espiritual, os demais estão encarnados. O caçula possui a fé da Doutrina Espírita, os demais continuam como católicos que procuram também ser pessoas de bem, fazendo o melhor diante da vida, que é o que realmente importa. Não foi por acaso que a Abigail me convidou para vir aqui a fim de vos falar. Foi justamente para ampliar e esclarecer algumas impressões que talvez tenham dado esta visão que foi ponderada na pergunta acima.
O Instituto Flor de Luz não pode se pautar pela presença de irmãs apenas em recuperação, até porque precisa haver pessoas à frente com mais experiência para conduzir outras pessoas. Tudo o que se faz no plano espiritual é uma continuidade do que foi feito no plano material e vice-versa. Nada do que vai realizar na pátria espiritual será muito diferente do plano material. A vida é uma continuidade. É claro, considerando toda aquela amplitude de conhecimento das outras vidas, assim como o merecimento. De acordo com a necessidade de evolução. Não é diferente para ninguém. Quanto mais consciente de suas responsabilidades, do seu crescimento, dos seus conhecimentos, mais responsabilidades. É uma sequência lógica da evolução.
P – Alguma observação?
Sim, temos mais alguns direcionamentos. Nem tudo na pátria espiritual é perfeito, nós também temos as nossas falhas. Precisamos estar sempre receptivos às questões do mundo, sabendo analisar com tranquilidade, paciência e firmeza nos ideais positivos sem pensar que as pessoas são maiores ou menores do que as outras apenas porque elas pensam diferente. Não é uma crítica particular, mas uma observação geral a todos nós, pois querendo ou não, quando não estamos passando por dificuldades ou contrariedades nós ascendemos em nós à vontade de julgar uma situação sem conhecer a sua profundidade. Sem conhecer a intimidade das pessoas que realizam e acabamos por fazer julgamentos pré-concebidos.
É importante que tenhamos um pouco mais de sobriedade. Paciência para emitir tais julgamentos que deveriam ser fraternos a fim de proporcionar a melhoria geral, estendendo as mãos para auxiliar o crescimento. A humanidade precisa deste tipo de pensamento e comportamento. É preciso parar um pouco de criticar por criticar.  Aliás, a crítica é, por vezes é sinônimo no plano material, de algo negativo, quando sabemos que pode ser positiva ou negativa.
Por fim, a humanidade poderia em vez de gastar seu tempo em críticas azedas, dedicar-se a, por exemplo, cultivar plantas. Pois essas são vida! E vida trás energias que se os encarnados pudessem ver e sentir visualmente, perceberiam que é algo magnífico. Não só plantas, mas cuidar dos animais. Entre outras coisas mais, principalmente o cultivo dos bons sentimentos. Agradeço imensamente pelo carinho e a acolhida.
Fiquemos com Deus! Débora - 03.12.12.

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