Sempre Há Uma Luz
Meu nome é Consuelo. Minha última encarnação finalizou-se praticamente há 18 anos no sul do País, local onde vivi por cerca de 40 e poucos anos. Desencarnei por alguns problemas de conduta. Não soube aproveitar as oportunidades concedidas da melhor forma possível. Não posso reclamar de minha família, de meus pais, e muito menos da minha condição social: não era rica, mas também não era pobre.
Tive uma infância comum, de quatro filhos fui a segunda. Recebi uma educação carinhosa. Os meus pais não eram muito religiosos, apesar de sermos católicos diante da sociedade. Entretanto, nem meu pai e nem minha mãe iam à igreja. Como dizem por aí, era mais um rótulo no fim das contas. Talvez este tenha sido o ponto mais problemático da minha encarnação.
Porque apesar de ter recebido uma boa educação a nível intelectual, não fui direcionada a refletir as questões morais, mas apenas aquela educação para se ter boas maneiras... Saber me portar como uma dama... Maneiras para atender a etiqueta social.
Creio que as maiores dificuldades começaram na minha adolescência, ao findar os estudos no colégio e entrar na faculdade. Talvez o mundo novo, numa cidade diferente, pois antes vivia no interior e quando adentrei a universidade fui para a capital morar com duas primas que também haviam passado na faculdade no início da década de 70... Tendo a partir deste momento a liberdade de não ter os pais puxando para trás, começaram alguns desvios de conduta, principalmente na área sexual. Não que tenha sido um abuso, mas muitas atitudes neste aspecto, que não são consideradas orgias ou coisas do tipo pela sociedade, mas são atitudes que prejudicam o espírito em si!
Aparentemente, era uma moça normal que não tinha comportamento desregrado quanto à sexualidade... Aparentemente não... Contudo, a grande quantidade de parceiros, a grande volúpia de pensamentos neste sentido... Atraíram muitas entidades necessitadas como eu, de procurar tais necessidades físicas, que na verdade não são apenas físicas, mas principalmente espirituais, do meu próprio eu. Uma coisa vai levando à outra! Às vezes, as festas que íamos aqui e ali foram aumentando a quantidade de situações...
A introdução em nossa vida de vícios normais para a sociedade, como o cigarro, a bebida... Tudo foi acumulando... Dentro da minha existência. Mesmo assim, Deus sempre nos oferece oportunidades de não continuarmos no caminho equivocado.
Após a universidade, voltando a minha cidade, comecei a trabalhar. Conheci um jovem e este se tornou meu esposo em pouco tempo. Uma pessoa boa, com suas dificuldades como qualquer um... Temperamento um pouco explosivo em alguns momentos, mas nunca chegou a destratar-me fisicamente... Tivemos dois filhos, com o tempo o casamento não supriu minhas necessidades pessoais... Então aquela volúpia de pensamentos voltou a fazer parte do meu eu...
Uma coisa leva a outra! Infelizmente escolhi a infidelidade não apenas quanto ao casamento, homem-mulher, mas da família como um todo. Na época não achava isso, acreditava que só traía meu esposo.
Tudo isso vai gerando dificuldades maiores, emoções... Foi desgastando até que acabamos por nos separar. Até porque diante da sociedade ainda muito machista, o homem não pode ser traído, mas pode trair. Já a mulher não pode fazer o mesmo. Contudo, não vamos entrar neste assunto que não nos levará a nada...
Enfim, nos separamos. Acabou que por minha conduta, por meu desregramento... Pelo vício da bebida, principalmente, perdi a guarda das crianças e isso foi um choque, um baque muito grande em minha vida! Pois apesar de minha conduta, os meus filhos eram aqueles que ainda me chamava à razão da vida!
A partir deste fato afundei-me mais e mais nos vícios morais e materiais com a bebida e a sexualidade, sempre recatada diante dos olhos dos outros, daqueles que não me conheciam intimamente, mas infelizmente posso confessar-me que fui uma “depravada” diante da consciência. Pois os pensamentos que me tomavam poderiam assustar muitas pessoas pudicas e que possuem respeito por tais energias da vida.
Em decorrência dessas atitudes desregradas adquiri um câncer na área sexual que foi muito doloroso, principalmente porque tive que parar com essas minhas vontades, não só por mim, mas também por preconceito de possíveis parceiros, pois houve uma deformação na região sexual... Apesar dos tratamentos, do auxílio dos meus irmãos e pais, o câncer se alastrou, entrou no estado de metástase. Em pouco mais de dois anos da constatação da doença vim a desencarnar.
O mais triste foi que mesmo nos momentos de doença, os meus filhos nos poucos momentos que estiveram comigo devido a tudo que passei com o pai deles... Ainda me amavam muito! E... Eu vi que falhei como mãe... Esse sentimento de ter perdido esta oportunidade ainda me dói muito!
Porque uma coisa é o casamento não dar certo por questões de diferenças pessoal mais do que isso, saber que é a responsável por tudo ter dado errado e ainda assim continuar no erro... Além de tudo, continuar no equívoco, mesmo sabendo que meus filhos amavam-me muito. Queriam-me bem... Graças a Deus ele permitiu que eu percebesse isto antes de retornar a pátria espiritual... Isso foi muito importante pra mim!
Primeiro porque a doença conseguiu afastar-me, desligar-me aos poucos daquelas influências negativas, das energias da sexualidade desregrada, depois este fato dos meus filhos me amarem contribuiu ainda mais para o início de minha recuperação. A situação em si foi útil, pois tratou também alguns amiguinhos que estavam comigo através do sofrimento da doença. Essa dor moral levou-me a pensar um pouco em Deus, um pouco na questão espiritual.
Tive um contato muito rápido com as ideias do Espiritismo pouco tempo antes do desencarne, que foi também um bálsamo muito grande. Não digo que sou um espírito espírita... Mas o que estudei o que li antes, o que tive contato, com algumas pessoas, amenizou muito o meu sofrimento.
O momento mais feliz de minha encarnação foi o perdão dos meus filhos e do meu esposo, apesar de todo o mal que fiz para eles... Não sei até que ponto o perdão dele foi verdadeiro, mas foi muito importante pra mim...
Depois sofri bastante no plano espiritual em decorrência dos meus atos. Apesar de ter sido logo assistida por esta equipe maravilhosa, Instituto Flor de Luz, sofri muito porque... Eu fui preparada por estas irmãs para vir e fazer diferente... E falhei!
Em momento algum elas acusaram-me por ter falhado, pelo contrário... Estenderam-me as mãos, estendem-me o tempo todo e estão me auxiliando a me fortalecer! Eu só tenho a agradecer a Deus por isso! Agradecer a estas companheiras que não se dizem superiores a mim, mas eu sei que estou muito aquém delas! Obrigada!
Consuelo: 02.12.12, psicografado por Jerônimo Marques.
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