Ciúme
Era eu uma senhora respeitável da sociedade carioca da década de 1950. Meu marido um grande empresário que começava a ganhar muito dinheiro, amava-me muito. Apesar do temperamento genioso que eu apresentava. Vivia sempre a reclamar dos empregados, dos servidores, daqueles que tornavam minha vida mais fácil, e por que não dizer mais fútil. Contudo, a futilidade não decorria disto, mas do meu coração invigilante, orgulhoso e prepotente. Agora reconheço isso, mas naquela época... Era a dona da razão. Amava muito meu marido, porém de uma forma estranha. Muito ciumenta, acabava sempre cobrando dele além do necessário. Qualquer atenção que desse às outras mulheres, mesmo que fosse a nível profissional ou social, devido aos vários compromissos que ele tinha diante do mundo dos negócios, era motivo para acusações de que ele não mais me amava e estava querendo me trair. Inicialmente, estas cobranças eram feitas a sós. Em momentos em que deveríamos aproveitar a presença um do outro. ...