Responsabilidade Na Herança
Responsabilidade na Herança
(L.E.)
809. Se uma fortuna foi mal adquirida na origem, os que a herdam mais tarde,
são responsáveis?
Sem
dúvida, eles não são responsáveis pelo mal que outros fizeram, tanto menos que
podem ignorar. Mas fica sabendo, frequentemente, uma fortuna não chega a um
homem senão para lhe dar oportunidade de reparar uma injustiça. Bom para ele,
se o compreender! Se a faz em nome daquele que cometeu a injustiça, a reparação
será contada para ambos, porque, frequentemente, é este último que a provoca.
O conceito de justiça de boa
parte da humanidade ainda está baseado em algo parecido com o “olho por olho,
dente por dente”, só que um pouco mais leve, ou talvez, para alguns, mais
disfarçado.
É curioso, e porque não triste,
que muitos espíritas, por exemplo, acreditam que a lei do carma é algo
matemático. Pensamentos de que se uma pessoa roubou, ela será roubada, se
matou, será assassinada, se cometeu suicídio, deverá voltar à vida após sofrer
abortos espontâneos ou não, com alguma grave deficiência corporal... Ainda são
pensamentos muito comuns... Considerados normais...
Quando na verdade são crenças
nada caridosas. A questão citada no Livro dos Espíritos entra neste rol de
julgamentos, por vezes equivocados, na cabeça de muitos espíritas e cristãos de
todo o mundo.
O fato de uma fortuna ter sido
mal adquirida e repassada como herança para os descendentes não os obriga a
serem responsabilizados, principalmente se não tiverem a noção da situação
inicial.
A fortuna em si é uma prova importante
e muitas vezes difícil por si mesma. Não são necessários tais julgamentos para
os que a recebem. O dinheiro, as posses e o poder material são parte da
existência universal, no entanto, são instrumentos de evolução. Cabe ao
espírito saber se conduzir ao tê-las. Pois tudo isso é efêmero, passageiro...
Logo se desfaz nas brumas do tempo, ou mesmo no pó dos caixões...
O que importa mesmo para o
Criador é o que é feito com a fortuna. Se foi bem utilizada para o bem comum,
ou apenas para si e os seus... Se deu oportunidades de crescimento coletivo, ou
apenas serviu de regaço para os prazeres do corpo... Se alimentou bocas,
oportunizou trabalhos, alegrias, lazeres de toda uma comunidade, ou se
refastelou nos gastos exagerados e sem sentido de futilidades mil...
Além disso, quantas fortunas
mal adquiridas que são devolvidas aos verdadeiros donos pela benção da
reencarnação daquele que fora prejudicado na família do espírito delituoso,
como um neto, ou parente próximo...
Por fim, não importa a origem,
mas o tratamento dado à fortuna recebida. Basta ser justo e espalhar a
solidariedade, amizade e amor pelo caminho!
Efésio, o humílimo servidor do
Pai – 11.12.19
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