Salvo do Egoísmo
Salvo do Egoísmo
Com as mãos vazias
Outrora abarrotadas
Estende o homem
Trêmulo e fraco em minha direção...
Num movimento quase automático
De cortar o coração...
Paro numa espécie de susto e surpresa
E rapidamente analiso o semblante
Que demonstra provas de rudeza
De toda a natureza...
Numa espécie de medo, revolta, egoísmo e
orgulho
Desvio o olhar e sigo no meu rumo...
Andando em frente
Como se minha mente
Não tivesse registrado o considerado
indigente...
Pela graça divina,
Ainda tenho uma consciência
Que logo me alerta
Para o ato egoísta
Que acabara de ser protagonista...
Então, os passos vacilantes se tornam
A vontade de voltar a ter um segundo olhar
me toma
E finalmente decido atender, vacilante
A consciência insistente
Volto enfim ao indigente, quase que
cambaleante
Para oferecer uns trocados de meu bolso
farto
Para que novo alerta consciencial
Peça para olhar com mais bonomia
Aquele ser esquecido à revelia.
Quando os olhos meus
Se dão conta dos olhos dele
Vejo finalmente a monstruosidade do meu
egoísmo
Pois aquela criatura indigente
Era meu próprio filho há muito perdido...
Sodré,
o ritmista compartilhando um relato arrependido de um Cristão que se descobriu
cego pelo egoísmo – 04.02.20
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