Depoimento: Compromissos Familiares da Alma Feminina

Meu nome é Marieta. É um prazer estar aqui para que possamos refletir sobre a vida. Sou uma das companheiras da nossa querida irmã Abigail há cerca de 40 anos. Temos vivido ao lado desta irmã no Instituto Flor de Luz, apenas nos últimos quinze anos.
Sou responsável pelas atividades do núcleo familiar procurando mostrar, auxiliar e fortalecer as demais irmãs, através da intuição, no que se refere às atividades do lar. Quando nos referimos desta maneira não estamos defendendo a questão da mulher se dedicar exclusivamente ao lar. Até porque a mulher tem seu espaço na sociedade que foi conquistado com muito mérito.
Conquanto, há que se pesarem tais conquistas... Por isso a nossa preocupação grandiosa para com nossas irmãs por ter acumulado tantas funções na sociedade atual de estar conduzindo um lar cristão exaltando os valores positivos e além de tudo, procurar trabalhar para o sustento material.
Mesmo nos lares que possuem a participações dos esposos ao lado da mulher existem muitos desvios de conduta, de pensamentos que atrapalham essa compreensão da sociedade através da educação das almas que estão reencarnando na Terra. Basta observar as últimas 8 ou 9 décadas da humanidade. A nossa meta é a evangelização dentro do lar! É neste tópico em especial que estamos trabalhando.
Primeiramente no plano espiritual realizando cursos, oficinas, estágios de preparação das almas que estão reencarnando no corpo feminino, o que não significa que as almas que reencarnam nos corpos masculinos não sejam atendidas por nós. Procuramos servir a obra universal, através da humanidade pela célula principal: a família.
P – Quais são as orientações para os recém-casados que desejam edificar um lar e uma família?
É realmente um processo. A família não se constitui apenas quando se dá o casamento. Nós que já compreendemos as Leis Divinas, sabemos que existe um planejamento que foi firmado por nós na espiritualidade, ou seja, que a família inicia-se no plano espiritual. Com os compromissos assumidos, com os acertos e resgates que serão realizados. E a missão dos pais é muito importante para o futuro da humanidade.
A família se inicia na Terra quando há o reencontro das almas afins. O período do namoro é muito importante em todos os sentidos. Para o conhecimento mútuo, a fim de harmonizar os sentimentos. Passado aquele primeiro momento de paixão, que é normal e é assim que se deve ser, muitos pontos, antes camuflados, são analisados com mais profundidade pelo casal. Sempre respeitando um ao outro. Há que se considerar que alguns valores estão invertidos na sociedade. Não nos referimos com relação a procurar o sexo antes do casamento. Talvez isso não seja o mais importante, pois se é feito de forma responsável, procurando respeitar os sentimentos um do outro, não há problema maior, quando também é respeitada a estrutura e a formação do corpo físico.
A questão vai muito, além disto. O período de namoro é o primeiro contato que estas almas têm para se harmonizarem, planejarem e/ou relembrarem o planejamento inicial da espiritualidade. O noivado é uma responsabilidade a mais que pesa um pouco além no coração e nas almas dispostas a se unirem. Contudo, ainda é um idílio. Os casais, neste momento, em sua maioria encaram o futuro um pouco como um conto de fadas. Não que o casamento seja algo ruim. Pelo contrário, o casamento é uma benção divina. Mas nos primeiros períodos, quando há o casamento é preciso ter um pouco mais te paciência, cautela para analisar melhor a vida a dois que se inicia.
Percebemos neste momento que ainda há muito que se aprender um do outro e com o outro. Algumas questões que eram camufladas nos períodos anteriores são agora mostradas e colocadas a prova nos primeiros tempos. Isso, aliás, vai acontecer até o final da existência... Da vida conjugal, pois há sempre uma coisa e outra que vai se aprendendo com o cônjuge.
Para os recém-casados, o que seria importante. Primeiro: compreensão acima de tudo! Entender que estão dando o primeiro passo para a formação familiar. Quando vierem os filhos há que se ter uma base para que esses tenham e sejam bem educados. De onde alcançar essa base? Dos ensinos do Mestre Jesus. Do sacrifício, da compreensão de às vezes, deixar suas vontades para oferecer a passagem às vontades do outro. Abnegar-se, sacrificar-se! Essas são as bases necessárias as quais o casal recém-unido deve começar aprender. Pois é abnegando-se, é sacrificando-se nos interesses muitas vezes egoístas que se compreende como a família pode se tornar uma família de bem.
É pelo exemplo de cada um, pessoalmente dos pais que os filhos irão aprender que devem compartilhar, ceder as vontades que vem, às vezes de forma instintivas de seu espírito. A base maior seria o estudo e a prática das Leis Divinas através da bandeira da caridade, do perdão e do amor fraterno.
Quando nos referimos à caridade, não nos referimos apenas às práticas assistenciais, apesar dessa ser muito importante. Mas cabe recordar que a maior caridade está dentro do lar. Na compreensão, no entendimento das necessidades do outro. Claro que as palavras colocadas desta forma são muito fáceis, mas na execução na maioria das vezes exige muito esforço e persistência. O casal não deve esmorecer, nem desistir logo nos primeiros embates. Pelo contrário, devem insistir, parar, pensar, conversar e encontrar um ponto em comum para seguir em frente juntos, não apenas uma das partes.
P - Que orientações você daria para os casais que têm filhos?
Com os filhos o casal já percebe que há uma responsabilidade muito maior. Afinal há uma vida que depende dos seus cuidados, em especial nos primeiros anos, por serem totalmente dependentes em todos os sentidos: material, psicológica, física e espiritualmente. É uma dádiva divina, um presente de Deus aos pais. Independente da saúde física e da psique do filho (a) os pais têm a mesma responsabilidade: primeiro amar, segundo abnegar de suas vontades. Nós percebemos que esta fase é uma continuação da primeira etapa. É um processo natural.
Quando os filhos chegam ao seio familiar, há apenas uma continuidade. É como se fosse um novo estágio a ser cumprido pela família que está em formação. À medida que os rebentos vão crescendo, surgem novas dificuldades, novas alegrias, novas oportunidades de aprendizados mútuos. Cabe destacar, que não são apenas os pais que ensinam os filhos, os filhos também ensinam muitas coisas aos pais. Para isso é preciso mais transformações, reflexões, sacrifícios, entendimentos. Enfim, mais práticas das Leis Divinas, dos ensinos de Jesus.
O casal que tem filhos deve ter consciência de que aquela vida que tinham antes, de satisfazer apenas as suas vontades imediatas não existe mais. Daqui para frente, a principal meta de vida é educar essas almas que nos foram confiadas por Deus, o que nos será cobrado por Ele, pois é uma responsabilidade que nós pedimos para ter.
P - Quais são os conselhos que você ofereceria aos filhos perante os pais?
À medida que os filhos crescem vão tendo mais responsabilidades e maiores deveres, o que é natural na vida de todos. Dentre essas obrigações, estar a de respeitar os pais independente de suas opiniões e atitudes, o respeito há de se ter, afinal foi através dos pais que eles vieram a este mundo. Muitos entram no erro comum de achar que não pediram pra nascer, quando na verdade imploraram, em sua maioria de joelhos, para estarem recebendo uma nova oportunidade de reencarnarem nesta Terra bendita. E infelizmente, passam pela vida sendo infelizes com o trato com os pais.
Muitos pais podem até não ter educado da melhor maneira os seus filhos, mas isso não justifica os comportamentos equivocados que os filhos têm para com os pais. É claro que estes também têm suas responsabilidades para com os filhos como já mencionamos. Mas os filhos têm, além do respeito, que procurar retribuir um pouco do amor que receberam dos seus pais. Caso não tenham recebido , porque há muitos que não recebem, devem procurar ser os mestres de seus genitores. Perdoando-os e através do exemplo ensiná-los, o que é raro, a recuperar um pouco da consciência e voltarem por um caminho digno.
A responsabilidade dos filhos também é muito grande. Na velhice todos nós precisaremos de auxílio. É um momento de muita alegria, mas de muitas reflexões, de muitas dificuldades físicas do corpo alquebrado, necessitado de amparo. Da mesma forma que os filhos receberam aquele amparo inicial quando eram totalmente dependentes, em algumas situações, os pais também ficam na mesma condição. Só que por outro motivo, pelo findar das energias do corpo. Neste período da vida entra a responsabilidade dos filhos em retribuir um pouco do que receberam, ou mesmo que não tenham recebido, que demonstrem, sem orgulho e com caridade, aos pais que não cumpriram seu papel, o que deveriam fazer perante a Lei Divina.
Enfim, a responsabilidade da família é daquele que mais possui, não só entendimento, mas possibilidades físicas, materiais e também de compreensão moral do ser.
P - Paulo nos orienta: “Filhos honrai teu pai e tua mãe”. Mas também nos esclarece: “Pais não levante a ira de seu filho”. O que nos pode dizer a respeito dessas orientações do Apóstolo dos Gentios?
Cabe destacar, que a responsabilidade sempre cairá nos ombros daquele que tem maiores possibilidades no momento. Em alguns instantes da vida esta responsabilidade é dividida meio a meio. Por quê?
Porque os pais ainda têm vitalidade, conhecimento, maturidade em níveis considerados excelentes para seguirem suas vidas. Da mesma forma os filhos que já estão formados, possuem suas responsabilidades perante a vida. Enfim, isso não significa que o orgulho, a soberba devam invadir o conhecimento e a cabeça de ambas as partes. Os genitores devem compreender os seus limites, assim como há filhos que quando se tornam pais acreditam ter o poder de interferir exageradamente na vida dos rebentos, além do necessário. Muitas vezes desrespeitando os sentimentos dos filhos, desprezando as vivências e experiências que os seus descendentes já passaram.
A idade cronológica nem sempre significa evolução moral, espiritual. Quantos são os filhos que são portadores de uma ascendência maior que os pais? Mesmo que sejam mais ou menos do mesmo nível evolutivo, as experiências dos pais nem sempre são iguais as dos filhos, e essas podem ser aproveitadas pelos genitores. É por isso que é tão bonito quando percebemos que uma família sabe ouvir uns aos outros. Os pais ouvem os filhos e vice-versa. Sempre cultivando essa relação boa, justa, honesta, fraterna. Algo que a própria Maria, mãe de Jesus, exemplificou com primazia. Pensemos nós se Maria agisse de forma ríspida e equivocada perante Jesus? Ele que é o Mestre dos Mestres, que veio a nos ensinar a verdade.
Contudo, não deixou de tratar a sua mãe com infinito respeito, e Maria de Nazaré soube compreender e aceitar que o filho tinha uma ascendência moral sobre ela. Há muitos outros casos, que se fôssemos citar ficaríamos horas e horas conversando, exemplificando. De forma resumida podemos dizer que as responsabilidades são iguais. Algumas vezes na vida são menores pelo impedimento físico e até de experiência, seja na infância ou na velhice. Conquanto, na grande parte da existência física as responsabilidades de pais e filhos são equivalentes. Mas sem menosprezar um ao outro.
Jesus nos disse: “Honrai pai e mãe”, porque nós temos e devemos ser gratos pela vida que recebemos, pela oportunidade. Ao mesmo tempo, Cristo questiona: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”. A humanidade inteira faz parte da família universal, sendo assim, ela merece o nosso respeito e gratidão.
P – Paulo de Tarso afirma: “Esposas, sejam obedientes aos seus maridos”. Como podemos interpretar essa orientação de acordo com os dias atuais que é tão diferente da época em que ele viveu?
Quando vamos ler as mensagens e o que foi deixado por Paulo, temos que compreender vários contextos. Primeiramente, a educação que o próprio apóstolo recebeu que foi uma educação patriarcal. Por mais que ele tenha se convertido aos ensinos de Jesus, toda conversão é um processo. Além de tudo, por mais que tenha compreendido que a humanidade tem os mesmos direitos, claro, o homem tem seus deveres e a mulher os seus específicos em que um complementa o outro. A própria sociedade na época era patriarcal. Por isso Paulo, referiu-se a obediência da mulher para com o marido.
Referindo-nos aos dias de hoje, essa obediência, na verdade, poderíamos até mudar o termo. A obediência da mulher atualmente se corresponde ao respeito das Leis Divinas para estar ao lado do homem como complemento um do outro!
Porque se houvesse igualdade em todos os sentidos, Deus não teria feito homem e mulher, mas quando falamos que há certa desigualdade, é apenas em questão de responsabilidades. O homem nunca irá gerar uma vida em seu ventre, não nesta forma física, ou nas atuais circunstâncias. A mulher sim, do contrário, ela não terá algumas características do homem. Por mais que haja mulheres fortes fisicamente, o homem sempre terá uma predisposição física maior do que a mulher, isso é natural.
Assim, a obediência que a mulher deve ter hoje em dia é de respeitar a si mesma, ao lar, o casamento e estar ombro a ombro com seu esposo nas atividades que levem a família a ser uma família de bem, educando uns aos outros. A responsabilidade da mulher talvez tenha até aumentado. Por isso mesmo há que se ter cuidado. Pois que muitas vezes, algumas irmãs se revoltam, achando que este tipo de colocação sobre a obediência é submissão, na verdade, são apenas informações para que possamos refletir sobre nosso papel na vida.
O homem não é melhor do que a mulher e vice-versa. Os dois se completam. Atualmente há uma característica muito interessante, na maioria dos casamentos que temos observado, a mulher tem sido aquele ponto de força moral maior do que o homem, e este tem apresentado uma força mais resignada, gentil, em alguns casos, sendo até submisso às suas esposas, o que é outro equívoco.
Mas isso é apenas uma situação momentânea, pois que os espíritos são imortais e vivem nos dois gêneros durante a sua evolução. Muitas mulheres de hoje, sem generalizar, que tem essa característica de presença forte, foram homens no passado e buscam aprender os sentimentos que se ligam mais ao sexo feminino e seus deveres perante a vida. E muitos dos homens de hoje que tem características de maior resignação, às vezes até submissos, são espíritos que um dia reencarnaram como mulheres e agora vem para soltar algumas amarras do espírito.
Enfim, tudo é um processo e Deus sabe a necessidade de cada um de nós. Quando pensarmos na questão da obediência da mulher ao marido não interpretemos como submissão ao mesmo. Vamos atualizar estes conhecimentos. Podemos também colocar que o próprio apóstolo dos gentios não foi perfeito naquela vida. Há um trecho dele que diz que a mulher deve não só obedecer, mas calar perante o homem, abaixar a cabeça e seguir. Talvez não tenha sido a melhor forma de apresentar a questão.
Talvez o próprio Paulo não tivesse a intenção de dar este sentido que é interpretado por muitas pessoas. Creio e quero acreditar que, quando ele a isto se referiu, pensava que era melhor calar para evitar contendas e não para que a mulher sempre abaixasse a cabeça e dissesse “sim senhor” e permanecesse desta forma sem ter a sua contribuição no lar. Mas os tempos mudaram e vão continuar mudando.
Cada dia mais, homem e mulher vão continuar lado a lado. Andando juntos, criando uma família juntos e evoluir em todos os aspectos sociais e espirituais lado a lado.
O que foi escrito muitas vezes não reflete o pensamento puro daquele que escreveu, sem falar que se passaram muitos anos. Com certeza, hoje este espírito do irmão Paulo de Tarso tem uma visão mais aprofundada, até diferente daquela época, em vários aspectos que ele colocou naquele instante de sua evolução. Com certeza, hoje, ele faria diferente do que fez em alguns pequenos detalhes. É a Lei do Progresso!
Não esmoreçamos na luta, pois se deixarmos nos abater diante das dificuldades nós paramos no tempo e na evolução. É importante refletir sobre o que vamos fazer, mas o abatimento não é o melhor caminho.
Devemos sempre seguir em frente. Foi assim que as mulheres conquistaram seu espaço pouco a pouco. E é assim que elas vão continuar alcançado novas conquistas. Assim como o homem, pois na verdade não queremos separar homem e mulher, e sim uni-los, pois fazem parte da humanidade e esta é uma só.
O nosso espírito é imortal, não tem sexo, apenas se aparenta no momento evolutivo de forma diferente. Contudo, no futuro este estágio será apenas um passado distante.
Marieta – 03.12.12, psicografado por Jerônimo Marques.

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