Gatinho Mansinho

Era um gatinho mansinho,
Que cresceu em meio a todo carinho
Recebido de seus “pais” humanos...
Corações fiéis e cheios de amor soberano.

Recebia carinho dia a dia...
Em cada afago
E brincadeira que fazia...
Mesmo quando a peraltice o dominava e um estrago vinha...

Certa feita, o gatinho manso
Saiu curioso pelas ruas do bairro
Encontrou um homem grosso,
Que não gostava de animais, muito menos de gatos...

Aproximou-se dele e um tapa levou...
Assustado o gatinho correu,
E naquele dia não mais voltou...
Pobre do gatinho, só queria um carinho e não uma palmada...

Contudo, no outro dia,
Lá estava nosso felino
A rodear o terreno do suposto inimigo...
Assim que o viu, aproximou-se amigo
Levando mais uma vez um tapa no umbigo!

Correndo, nosso gato voltou para o lar...
Recebeu muitos carinhos de seus donos,
Comida gostosa e uma cama quentinha
Diante daqueles “dias frios”...

E assim foi nosso gatinho...
Que não desistia de nosso rabugento amigo,
O resultado era o mesmo: sempre levava um tapa...
Às vezes no ouvido...

Quando não via objetos jogados
Em sua direção...
Podia ser pedra, sapato,
Ou mesmo um papelão...

Foi assim... Nosso gatinho
Nunca desistia de tentar um dia
Dar um pouco do carinho que recebia
De seus donos, o que era uma sementinha!

Até que certo dia,
O homem zangado sofria...
Sentado na calçada se desfazia em lágrimas aturdidas...
E nem percebeu o gatinho se aproximando mais manso do que sempre o fazia...

De repente o homem sentiu
Um carinho nas pernas...
Escutou um ronronado feliz...
Era o seu alvo de todos os dias...

Mas dessa vez, não bateu!
Nem jogou nada a revelia...
Pela primeira vez sorriu ao gatinho que
Só queria dar um pouco do muito carinho que recebia!

Sua dor foi consolada
E em seu coração nasceu uma simpatia,
Gratidão pelo gesto manso
Do nosso gatinho!

Foi apenas um gesto,
Que mudou o dia daquele homem...
Antes irritado, agora paciente e feliz,
Que valoriza pequenos gestos provindos de fontes
Antes nunca pensadas e admitidas!
Sodré, o ritmista agradecendo os amigos felinos – 15.02.13, psicografado por Jerônimo Marques.

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