Esclarecendo Dúvidas: A Arte Auxilia o Homem a Cumprir Sua Missão


A questão 712 da obra “O Livro dos Espíritos” afirma que Deus colocou atrativos nos bens materiais para instigar o homem a cumprir com sua missão. A arte estaria no gozo dos bens materiais? De que forma ela auxilia no cumprimento da missão do ser humano?
Não há como ser diferente! A arte, apesar de não ser considerada na espiritualidade como algo supérfluo1, ainda encontra no mundo, tal conotação que pode apenas relacioná-la ao gozo da vida humana. Gozar é se entusiasmar, alegrar-se, aproveitar com satisfação alguma coisa através dos sentidos materiais. A arte proporciona essa satisfação, este gozo para o ser humano. É evidente que nem toda a arte consegue provocar tal reação, pois depende de vários fatores. Cabe destacar, que uma arte pode agradar a uns e não a outros.
Entretanto, a arte tem este aspecto muito forte na matéria. Porque ainda se busca as emoções dos cinco sentidos estudados pela ciência humana. Algo que limita a compreensão maior da humanidade sobre a própria arte.
A arte quando é resumida e encarada à satisfação sem objetivos mais profundos2: como a educação do intelecto e do espírito imortal em seus valores morais. Encontra-se estritamente neste parâmetro com características do gozo dos bens materiais. Destarte, não é por isso que Deus deixa de aproveitar esta realidade em favor da própria humanidade. Como foi muito bem colocado no Livro dos Espíritos, o Criador coloca atrativos nos bens materiais, neste caso na “arte mundana” - termo empregado apenas para especificar a arte que não estaria ligada diretamente a valores morais e religiosos, o que não significa serem desvirtuadas -, a fim de interessar os sentidos da humanidade para o belo e por que não para o bom?
Atraindo os cinco sentidos, a arte desperta o homem para refletir3, pensar, procurar mudar em si o que ela chamou a atenção de forma positiva. Quantos são os filmes, as obras literárias, esculturas, peças, músicas, arte virtual, tecnológica, que abordam temas interessantes para a evolução do espírito4? A grande parte não está ligada a religião5. São apenas abordagens e reflexões inspiradas por Deus através dos anjos tutelares dos artistas para procurarem mostrar ao mundo que é preciso evoluir nos sentimentos para atitudes positivas, que são correspondentes às atitudes de amor!
É através desta abordagem sutil que o ser humano vai entregando-se aos valores morais, mesmo que não se aperceba disto. Deus não impõe a nós o entendimento das Leis. Contudo, o homem busca a Justiça Divina, o conhecimento das Leis e a harmonia universal de forma natural. A arte é um dispositivo, é uma força que permite à qualquer ser humano conectar-se com Deus sem preconceitos e intermédios de pensamentos inacabados ou falsos.
Aqueles que trabalham com a arte estão mais abertos a se ligarem a ideias novas, a conceitos novos, a inovações de pensamentos e atitudes que abordam a justiça de vida! Ainda há muita arte desvirtuada, pelo fato que há um grande número de artistas que não compreenderam suas missões. Mesmo assim, aqueles que mais se destacam deixando um legado inesquecível para a humanidade, em sua grande maioria conseguem alcançar padrões de espiritualidade satisfatórios6 que atingem tanto os padrões de beleza que permite o gozo dos sentidos físicos, quanto os padrões de moralidade que elevam a alma ao que podemos chamar de “gozo espiritual”, para alguns o nirvana, para outros o êxtase, ou a harmonia com o Criador e a obra divina!
O auxílio que provém daí está mais claro do que podemos mesmo afirmar em simples frases e conceitos. O auxílio da arte é a evolução individual e coletiva da humanidade7! A arte atrai, desperta, ensina, permite a evolução, conserva as conquistas dos espíritos e permite galgarmos novos degraus de sabedoria moral e intelectual!
Obrigado! Jesair e amiGOS – 16.11.12, psicografado por Jerônimo Marques.
1 – “Temos de convir que todas as expressões de Arte na Terra representam traços de espiritualidade, muitas vezes estranhos à vida do planeta. Através dessa realidade, podereis reconhecer que a arte, em qualquer de suas formas puras, constitui objeto de atenção carinhosa dos invisíveis, com possibilidades outras que o artista do mundo está muito longe de imaginar. No Além, é com o seu concurso que se reformam os sentimentos mais impiedosos, predispondo as entidades infelizes às experiências expiatórias e purificadoras. E é crescendo nos seus domínios de perfeição e de beleza que a alma evolve para Deus, enriquecendo-se nas suas sublimadas maravilhas.” (EMMANUEL (Espírito), psicografado por Francisco Cândido Xavier. O Consolador. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008)
2- “Porém, em nossos dias, muito frequentemente a arte é aviltada, desviada do seu objetivo, escravizada por mesquinhas teorias de escola e, principalmente, considerada como um meio de chegar à fortuna, às honras terrestres. Emprega-se a arte para adular as más paixões, para superexcitar os sentidos, e assim faz-se da arte um meio de aviltamento. [...]. A verdadeira arte não procura os prazeres da mesa, da carne, e aqueles dos quais o espírito e o cérebro não participam.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
3- “A beleza é um dos atributos divinos. Deus pôs nos seres e nas coisas esse encanto misterioso que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche a alma de admiração, às vezes de entusiasmo. A arte é a busca, o estudo, a manifestação dessa beleza eterna da qual percebemos, aqui na Terra, apenas um reflexo.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
4– “Uma obra de arte deve ser válida por si mesma, pela sua beleza e, se possível, pela sua originalidade. [...]. Uma obra de arte é livre em sua essência e portanto pode, em decorrência mesmo de sua liberdade essencial, revelar conteúdos doutrinários.” (TOURINHO, Nazareno. A Dramaturgia Espírita. 2. ed. Brasília: FEB, 1992)
5- “[...] Aqueles Espíritos que vieram no século XIX para a instalação de O Consolador, e que ficaram no Além, agora virão para a grande transição. Alguns já estão reencarnados. A partir de 1978, eles começaram a reencarnar em massa, em vários países, não necessariamente na área religiosa, mas nas Artes, na Ciência, na Tecnologia, procurando dignificar os valores que estão em decadência, dilatando os horizontes do mundo. [...]. As grandes forças do bem chegarão para este trabalho de enfrentamento de natureza emocional e espiritual.” (FRANCO, Divaldo Pereira. SAID, Cezar Braga. Joanna e Jesus. 1. ed. Curitiba: FEP, 2011)
6– “[...] Tendes artistas maravilhosos que criaram obras admiráveis em todos os domínios. Os artistas da Renascença constituíram, devo vos dizer, uma plêiade inspirada por um número não menor de grandes artistas do espaço. Esses artistas da Renascença haviam encontrado sua fonte criadora na Antiguidade grega e latina. Após terem vivido na Grécia, no Egito e em Roma, retornaram ao espaço. Lá seus conhecimentos se ampliaram, adquiriram um brilho, uma aparência particular e, quando reencarnaram, deixaram o paganismo para celebrar, em todos os domínios, a glória de Deus, da qual eles tinham se impregnado durante sua última passagem nas esferas celestes. Suas vidas anteriores sobre a Terra haviam sido consagradas a um trabalho de base, isto é, à preparação dessa pequena chama que devia ser como um dos pólos atrativos da essência divina. É por essa razão que a obra dos pintores, dos escultores e dos músicos dessa época tem essa cor de piedade, de doçura, de quietude [...].”(DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
7 – “[...] A arte propicia a interação espiritual, com os canais superiores da vida, favorecendo a intuição. Consegue atingir caminhos que somente a razão não consegue alcançar. A arte pode nos levar a sentir vibrações sutis, ampliando nossa sensibilidade, favorecendo nossa sintonia com sentimentos elevados e nobres, com vibrações elevadas que estuam pelo universo de Deus. A arte pode trabalhar com o intelecto e com o sentimento e, ao mesmo tempo, estimular a vontade para os níveis superiores da vida, auxiliando o desenvolvimento das potências do Espírito imortal, filho de Deus, que somos todos nós.” (ALVES, Walter Oliveira. O Teatro na Educação do Espírito. 1. Ed. São Paulo: IDE, 1999)

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