Praticando a Fé
Osório, homem reto de caráter. Sempre foi um ser humano questionador, crítico e que gosta de analisar cada passo. Para ele, religião sempre fora algo íntimo e pessoal. Cada um deveria ter a sua opinião. Nunca condenou este ou aquele por acreditar em Deus de diferentes formas. Sempre acreditou que o respeito deveria estar acima de tudo.
Pequeno, via os colegas que diziam ser Deus apenas uma invenção, pois seus pais assim o ensinavam. Quando falava a estes sobre as belezas de Deus e de Suas obras...Coitado, era motivo de chacota... “Fanático”, diziam uns. “Crente” debochavam outros! “Bobo” outros tantos. E ele, Osório, apenas dizia que Deus amava a todos eles. Era uma saraivada de risos e impropérios.
Osório mantinha-se firme na frente de tantos, mas ao voltar pra casa as lágrimas em seus olhos eram fartas. Chegava em casa e sua mãezinha lhe consolava pedindo que ele permanecesse na fé, pois Deus queria que ele visse a importância de crer Nele provando com determinação os ataques dos que não acreditavam. O tempo foi passando. Osório avançou nos estudos chegando à faculdade. Pensava que lá, por ser um local de pessoas mais versadas e inteligentes, estudiosas estaria em meio a pessoas crentes no amor e na existência divina. Quanta decepção!
Como poderia haver tantas pessoas que desacreditavam em Deus? E pior, as que criam, na verdade eram intolerantes e sua fé era considerada heresia, fala dos demônios... Mesmo assim, lá se foi Osório, paciente e fraterno. Sorriso terno e calmo. De situações em situações. Exemplos e mais exemplos tornou-se procurado, mesmo que na obscuridade, no pedido de segredo pelos que viam nele âncora segura, apesar de mal-vista por aquela comunidade. Pensava “o que importa é servir a Deus com fé e boa vontade”.
O tempo passa mais e mais e no mundo profissional repete-se a história. Ateus e intolerantes. Todos o ferem e tentam ferir seu coração generoso atacando-lhe e testando sua fé. Por vezes, encontramos Osório pedindo socorro ao Pai e aos seus anjos da guarda. Sente-se no limite de suas forças, mas tamanha é a fé deste irmão que ao sentir-se fraco recolhe-se ao trabalho para o bem alheio e recupera-se. É um verdadeiro repositório de energias. É uma usina de forças o bem ao próximo! E de fé renovada segue Osório. Enfrenta a incompreensão e o desrespeito dentro e fora de seu lar. Vai em frente amparando e sendo amparado pelos que ele busca auxiliar. A cada revés, sua fé em Deus aumenta e dá-lhe mais forças para seguir adiante!
No fim da existência reflete... Quantos que o criticaram, acabaram rendendo ao seu exemplo e humilhados pela própria consciência foram procurá-lo para que seus corações fossem acalmados e amparados. Eram nessas ocasiões que as sementes de fé que Osório plantara antes em cada coração desabrochavam sem violências ou imposições. Era como uma chuva de amor libertadora regando e dando substância à terra que acolhia cada futura flor!
Quantos se perderam por não ter a mesma fé de Osório... Quantos não tiveram um destino de paz, pois só acreditaram na própria fé e esqueceram da sua prática fraterna. A fé para Osório nunca foi estar num leito confortável orando a Deus, mas sim a busca incessante de servir ao outro e agradecer ao Pai pela chance. Foi assim que Osório desfez-se na vida material para acordar lúcido e cercado de sorrisos dos benfeitores na vida espiritual.
Quem dera que nós tivéssemos mais um pouco de fé. Seríamos novos “Osórios” que o mundo insiste em ignorar a história, preferindo os ídolos de barro ou das imagens das telas de TV ou do mundo virtual. Aprendamos a lição da fé praticada com amor e transformemos a Terra numa estância de paz e harmonia! Obrigado!
Jesair Pedinte – 20.06.11
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