Sua Justiça

Não sabe a humanidade compreender a justiça de Deus. Ainda versa no mundo a mesma lei de Talião que Moisés “imortalizou”. O “olho por olho, dente por dente” que já foi sim uma evolução, uma conquista humana é na atualidade a chaga que consome e desvirtua os seres do amor divino.

Não entendemos ainda como Deus pensa e executa sua justiça. Nem aqueles que acham entender...  a começar pela infância, nós continuamos a perpetuar o mal da revolta, da revanche e por fim... da vingança infeliz... A fraqueza humana do orgulho exarcebado contribui para falta de bom senso.  O que nos leva a revidar negativamente um olhar? Ou o que nos leva a ofender para descontar a ofensa que recebemos? Pior do que isso, o que nos leva a agredir fisicamente um irmão por este nos ter agredido?

Queremos ser anjos e somos um repasto de animais ainda muito primitivos. Cheio de orgulho por sermos assim. A cultura assim exige... A sociedade assim o exige... Os amigos exigem, as pessoas que vivem exigem esse tipo de comportamento vingativo... Mas e Deus? Já paramos para pensar o que Deus quer de nós em situações como essa?

O que vale mais? A opinião de Deus, nosso Pai e Criador ou das pessoas que são tão ou mais infantis do que nós? Deus quer sim que se faça a justiça! Mas Sua justiça é diferente. É verdadeira e é coberta de um amor que não se vende ou se pega emprestado. É apenas conquistado intimamente junto aos irmãos que caminham ao lado.

A Sua justiça é perfeita e vem sempre na hora certa. Nunca tarda e não chega cedo demais. Espera o nosso amadurecimento para que saibamos crescer até Ele! Sua dádiva provém do amor e não do ódio. Deus nos quer feliz e bem! Ele sabe aguardar, pois o tempo escorre diferente em Sua visão.

Deus prefere que possamos cumprir a justiça amando os que prejudicamos antes. Proporcionando a felicidade que tiramos destes, retribuindo o mal que fizemos com o bem que faremos. Todos ganhariam muito mais se buscassem a recuperação do erro e perdoassem o erro recebido.

Nosso Pai não olha nossos erros com olhar de condenação e sim de uma melancolia amorosa... Única e ainda inexistente para nosso conhecimento tão incipiente. É como olhar uma criança que pega um bicho de estimação e o aperta até machucá-lo. Sabemos que isso não é bom para o animal e que a própria criança pode se machucar devido a reação do bichinho. Mas nem por isso condenamos a criança. Sorrimos, explicamos, pedimos e mostramos como cuidar daquele animalzinho sem maltratá-lo.

Assim é a justiça de Deus para os maiores crimes da nossa visão humana, para os maiores e terríficos ditadores e cruéis malfeitores. São apenas crianças que vão crescer um dia.

Saibamos nós procurarmos ter o jugo leve. Contudo, não estamos em defesa dos crimes bárbaros e da impunidade. A justiça terrena ainda necessita de meios que se utilizam da força bruta, da coibição e restrição da liberdade de algumas almas delinqüentes. A diferença está em não olharmos para estes irmãos condenando-os ao inferno sem direito a remissão. Pensemos nisso para poder um dia compreender melhor a existência de Deus.

Obrigado! Jesair Pedinte – 03.06.11