Deixando a Preguiça para Trás
Na vida estive a meditar por muito tempo, foi só o que fiz. Assim, adquiri por falta de bom senso, o vício da inoperância e preguiça, do ócio e da maledicência. Essa história de comentar uma coisinha aqui e outra ali, comentar rapidinho sobre a vida alheia... Isso parece tão natural... Todo mundo faz, mas todo mundo erra! Erra muito, podem acreditar! Meditei bastante, mas sem utilidade. Quem me dera ter meditado menos e ter feito mais! Não foi por falta de oportunidade, mas o vício da preguiça e maledicência envenenava meus pensamentos e depois minhas ações.
Fui uma freira, mas posso dizer que só vesti o “hábito”. Não honrei com meu compromisso, minha entrega a Deus. Era até boa pessoa, feliz, com pensamentos de fidelidade a Deus e no início, muita vontade de ajudar. Entretanto, a vida contemplativa que muitas de nós levamos estraga os ideais da juventude de mudar o mundo auxiliando o próximo. Desculpem-me, não estou a me isentar da culpa que a mim pertence. Tive chances de fazer tudo diferente, não o fiz por que não quis!
Mente preguiçosa, sucumbe nos mesmos erros de vidas pregressas, apesar de não ter sido freira, padeci do mal da preguiça. Agora creio que não terei mais como adiar uma nova oportunidade com dificuldades físicas a fim de educar-me para a utilidade da vida. Quando desencarnei percebi que havia me equivocado. Sinceramente eu acreditava que iria para o céu e poderia descansar eternamente. Pobre de mim! Iludi-me a mim mesma, pois do contrário que muitos pensam, temos muitas informações verdadeiras deste plano espiritual no interior da chamada Igreja. Apenas fazemos ouvidos moucos para não sair da situação cômoda que nos encontramos. Entretanto, isso não vem ao caso.
Após a morte do corpo físico fiquei alguns anos vagando perdida. Não me revoltei, talvez por preguiça mesmo. Mas pelo sofrimento comecei a me movimentar como há muito não fazia. Tinha a consciência que o corpo havia morrido. Passei a acompanhar as pessoas então nos conventos. E nestes recintos havia muita luz, espíritos iluminados, mas também havia outros tantos viciados na alma e estes me fizeram correr, pois se eu ficasse, talvez me tornaria escrava de suas bizarrices. Contudo, não se enganem! Passei por todas as igrejas e por centros espíritas, também a umbanda, em minhas andanças e vi a mesma situação em várias destas casas de oração e comunicação com o Criador.
Nenhuma religião é garantia de salvação, pois quem nos salva é nossa própria atuação no caminho do bem! Há espíritos muito bons que dirigem estas casas de luz e outros tantos nada bons que penetram pela invigilância daqueles que participam de tais locais.
Aos poucos comecei a ajudar esses recintos. Igrejas católicas, evangélicas, centros espíritas, umbanda, entre outros templos a divulgar para outros espíritos que aqueles locais eram bons. Comecei a fazer isso por conta própria... E sempre que conseguia encaminhar alguém para estes locais, sentia-me muito feliz!
É claro que para isso, adotei um discurso diferente, sem rótulos. Só falava de Deus. Eliminei meu hábito e vesti-me com uma outra roupa que “peguei” de uma mulher, se é que vocês me entendem. Não se assustem, mas nunca disse que eu era santa, pelo contrário!! Entretanto, começou a dar certo e eu percebia que os responsáveis pelos locais não me criticavam, em sua maioria. Em alguns locais fui expulsa como um espírito do mal, um demônio... risos....
Depois de algum tempo atuando assim. Percebi que aos poucos estes espíritos amigos foram me atraindo pelo sorriso, depois pela conversa. Nunca sem imporem nada... Comia, conversava, sorria de volta e ia embora ressabiada. Um dia, resolvi entrar numa igreja, afinal, ainda me considerava católica. Entrei porque uma velhinha não queria entrar sozinha, com ela entrei e fiquei! Fui atendida e encaminhada.
Acabei conhecendo o trabalho do Instituto que tem suas atividades também nos diversos templos de oração da humanidade. Afinal, não há só mulheres que são espíritas. Há mulheres com fé diferente e necessitam de amparo. O Instituto Flor de Luz procura atender a todas e auxilia também espíritos de forma masculina, encaminhando-os após os primeiros atendimentos.
Hoje, sou uma das trabalhadoras do Flor de Luz que executa a mesma função que fiz por conta própria antes de ser recolhida. Tenho facilidade em me comunicar e acredito no poder e na fé em Deus. Dirijo uma equipe composta por dez “meninas” como eu que se revezam nas portas dos templos religiosos para identificar e auxiliar os espíritos que necessitam de atendimento e estão vagando por um tempo após o desencarne.
Para esse cargo, necessitamos passar por estudos e treinamentos específicos. Devemos conhecer sobre as religiões diversas e suas filosofias, origens, rituais, história. Enfim, tudo! Preguiça? Hoje não sei o que é isso, graças a Deus! E não me arrependo! Maledicência? Muito menos! Quem trabalha muito não tem tempo de falar mal dos outros! Só tenho a agradecer a Deus pela oportunidade. Ainda devo voltar à Terra. Ainda não sei em que condições, mas espero que seja a que possa me permitir ser útil aos planos divinos! Enquanto isso, fico por aqui procurando auxiliar algumas almas que como eu estive, hoje estão perdidas!
Obrigada! Janaína – 18.03.13, psicografado por Jerônimo Marques.
Comentários
Postar um comentário