Esclarecendo Dúvidas: Direitos do Artista Sobre Sua Arte

Elucide-nos sobre os direitos do artista perante sua arte? A obra possui apenas um proprietário?
Todo aquele que cria tem o direito de sentir-se feliz por sua criação, principalmente se essa for direcionada pelos princípios de amor e bondade. Entretanto, os direitos de um artista sobre sua arte trazem juntos os deveres. Afinal a obra é a expressão de um pensamento e forma de viver que o artista tem diante do mundo.
Quanto aos direitos de sentirem-se os proprietários da obra é natural e legítimo este tipo de reivindicação. Conquanto, dificilmente uma obra de arte é criada por uma única mente pensante. Cabe destacar, que “O Livro dos Espíritos” nos informa sobre o fato de estarmos sendo sempre acompanhados e por vezes, literalmente guiados por entidades espirituais1, sejam boas ou ruins, de acordo com a nossa sintonia.
Afirmo-vos que as mais belas obras de arte são na verdade, cópias apagadas e lacônicas das originais2 presentes no plano do espírito. Algumas são inspiradas em planos tão altos que para chegar a serem realizadas na Terra física é preciso que vários artistas de vários planos da vida recebam inspirações ou mesmo se comuniquem conosco passando de forma apagada, reduzida, a obra completa.
Assim, as obras de arte têm no mínimo um autor espiritual, quando não for dois, três e assim por diante. É quase sempre uma reunião de muitas mentes que inspiram a arte a ser realizada. Quanto mais bela e aperfeiçoada é a obra, maior a probabilidade disto ocorrer.
É por esta razão que todo artista é médium3 das belezas do Universo! Há quase sempre uma parceria entre os planos físico e espiritual. Em raras ocasiões, quando o próprio espírito reencarna para reproduzir o que já havia feito do plano espiritual é que pode acontecer da obra ser cem por cento individual.
Portanto, acostumem-se com o fato de que bem provavelmente, os méritos pessoais na verdade são coletivos4. Somos apenas os representantes encarnados de um trabalho em equipe! Pensemos nisso para que nosso orgulho, vaidade e egoísmo5 não tomem conta de nossas almas!
Obrigado! Jesair Pedinte e amiGOS – 04.10.13, psicografado por Jerônimo Marques. 
1 – “459 – Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?
- A esse respeito sua influência é maior do que credes porque, frequentemente, são eles que vos dirigem.” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 182. ed. São Paulo: IDE, 2009)
2 – “Quanto mais a inteligência se apura, aperfeiçoa-se e se eleva, mais se impregna da ideia do belo. [...]. Os inícios são modestos aqui na Terra, a alma se prepara primeiro nas tarefas humildes, obscuras, apagadas, depois, pouco a pouco, por novas etapas, o espírito adquire a dignidade de artista. Mais elevado ainda, ele se abrirá às concepções vastas e profundas, que são o privilégio do gênio, e se tornará capaz de realizar a lei suprema da beleza ideal. [...] No espaço, a arte reveste formas ao mesmo tempo mais sutis e mais grandiosas e se ilumina com um reflexo divino.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
3 – “O artista verdadeiro é sempre o ‘médium’ das belezas eternas, e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o Infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e de amor.” (EMMANUEL. O Consolador. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008)
4 – “Quase todas as grandes obras tiveram colaboradores invisíveis. Essa associação se fortifica e se acentua pela fé e pela prece, que permitem às forças do Alto penetrarem mais profundamente em nós e impregnarem todo o nosso ser. [...]. Entre os homens de talento, muitos reconheceram essas influências invisíveis. [...]. Schiller – escritor alemão, declarou que seus mais belos pensamentos não eram de sua própria criação, eles lhe vinham tão rapidamente e com tal força que ele tinha dificuldade em compreendê-los bastante rápido para transcrevê-los.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)
5 – “O orgulho do homem é que fez a fonte das altas inspirações secar. A vaidade, que é o defeito de muitos artistas, torna o seu espírito insensível e afasta as grandes almas que concordariam protegê-los. O orgulho forma uma espécie de barreira entre nós e as forças do Além.” (DENIS, Léon. O Espiritismo na Arte. 1. ed. Rio de Janeiro: Edições Léon Denis, 2006)

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