Esclarecendo Dúvidas - A Arte Pode ser Aplicada na Evangelização? Qual a sua Importância na Tarefa de Evangelizar?
Apesar de termos mencionado sobre este assunto anteriormente, é importante analisarmos um pouco mais este aspecto. A arte pode e deve ser aplicada na evangelização, porque ela atrai os sentidos e o coração daqueles que necessitam. Assim, é nosso dever saber utilizá-la1 com sabedoria, uma vez que temos esta ferramenta que atrai e incentiva mudanças no ser humano de forma integral.
A arte pode proporcionar grandes momentos e marcas positivas ao espírito2. Tanto ao vermos, quanto ao fazermos algo diferenciado para tocar os corações necessitados de amor e sabedoria universal.
Os ensinos contidos no Evangelho podem ficar mais atraentes às mentes jovens quando são dinamizados3. Dessa forma, a arte é ferramenta fortíssima para atender às necessidades destas mentes juvenis e infantis.
Uma música, um poema, um teatro, e qualquer manifestação artística do ser humano utilizando os conhecimentos evangélicos baseados na Doutrina e no Evangelho são ferramentas para atender aqueles que procuram algo mais e encontram em apresentações belas, pois desejam aprender e realizar algo em seguida.
É preciso entender que a arte não se limita aquelas que são mais comumente utilizadas nos trabalhos espíritas. Há muitas outras que inclusive acompanham as novas tecnologias que surgiram nos últimos anos. A arte também cresce e acompanha a evolução humana. Os desenhos não se limitam mais às pinturas e desenhos à lápis. A arte gráfica tem agora o auxílio dos computadores, infelizmente essa, ainda é encarada apenas como um trabalho, ou um auxiliar das divulgações de eventos. Por que não trazê-las à evangelização?!
A música que é ferramenta tão explorada, ainda não esgotou as formas de manifestar-se, pode evoluir para algo mais interessante à evangelização. Por que não trabalhá-la de forma conceitual e prática relacionando os conhecimentos musicais às Leis Divinas?
A literatura infanto-juvenil ainda precisa ter mais senso de aproximação da realidade, não estamos fazendo apologia ao descarte de histórias antigas, pelo contrário. Por que não trabalhar mesmo as parábolas do Mestre de forma atrativa e atual? Tudo se baseia no “como” se faz... E os contos de histórias? As trovas, os poemas, as poesias, os cordéis... E tantas formas diversas de texto.
Onde estão os quadrinhos de qualidade enfatizando os conhecimentos morais de forma lúdica? As expressões ainda são poucas no meio espírita. Muito tímidas. Faltam trabalhadores dispostos a encarar tal desafio.
Será que faltam recursos? Talvez não os haja em abundância, mas isso não é desculpa para a falta de criatividade e vontade. O teatro pode sair do senso comum e procurar avançar na qualidade moral e também técnica. Por que não? Basta dedicação e trabalho sério.
A evangelização precisa sim e muito da arte e vice-versa4. Não se faz arte espírita cristã sem evangelizar. A começar por quem leva este projeto à frente.
É preciso na verdade, buscar mais, deixar de lado o comodismo. Está na hora de abandonar o desejo de querer receber tudo pronto, como se não tivéssemos cérebro e boa vontade para criar. Temos pouco tempo? Será mesmo? Por que criamos tempo para os prazeres e os lazeres? Como já disseram vários irmãos, não estamos na Terra à passeio. O descanso é necessário, mas o trabalho é fundamental para o progresso!
A evangelização através da arte deve seguir o princípio da boa vontade, criatividade, ludicidade sem descuidar do estudo sério e do trabalho prático!
É preciso mais pessoas que se habilitem e se disponham para trabalhar com os jovens e as crianças utilizando-se da arte! Isto é algo tão lógico, tão claro como a água límpida e pura, mas ainda assim, quase não se vê esta movimentação.
Muitos pensam erradamente que as crianças não têm a capacidade criativa e não conseguirão trabalhar se evangelizar com a arte, pois esta necessita da técnica e do conhecimento doutrinário. Cabe lembrar, que estamos trabalhando com espíritos milenares, que possuem conhecimentos acumulados e latentes.
Caso trabalhássemos mais com a arte, verificaríamos que nossos evangelizandos nos surpreenderiam em todos os aspectos. Tanto na assimilação maior dos conhecimentos que queremos transmitir, quanto com relação às técnicas da arte trabalhada. Veríamos que somos apenas alunos vaidosos que podemos e temos muito o que aprender com nossos próprios amigos menores de corpo, conquanto muitas vezes mais experientes de alma imortal!
Usemos a nossa consciência e trabalhemos com mais confiança utilizando da arte para com os nossos futuros cidadãos formados no mundo5. Estaremos assim, contribuindo para que se instale na Terra uma nova geração mais criativa e responsável diante do bem que devemos construir e plantar!
A arte é uma ferramenta essencial para o futuro da humanidade. Invistamos nesta prática e a Terra será um palco de luzes, conhecimentos e harmonias em futuro não muito distante!
Jesair e Amigos - 24/08
1 – “O impulso criativo do ser, que deseja buscar o Cristo, construindo a sua transformação moral, alicerçado nos conteúdos evangélicos, provoca manifestações artísticas as mais diversas. Essas manifestações culminaram no surgimento de um segmento novo de trabalhadores espíritas, conscientes dos objetivos de sensibilização, evangelização, divulgação doutrinária, entretenimento e terapia, além de se observar a importância da utilização da arte como poderosa ferramenta pedagógica.” (KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 1 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005)
2 – “A arte pode trabalhar com o intelecto e com o sentimento e, ao mesmo tempo, estimular a vontade para os níveis superiores da vida, auxiliando o desenvolvimento das potências do Espírito imortal, filho de Deus, que somos todos nós [...]. Não resta dúvida quanto a excelência da arte na tarefa de evangelização em seu profundo sentido de educação do Espírito [...].” (ALVES, Walter Oliveira. O Teatro na Educação do Espírito. 1 ed. São Paula: IDE, 1999)
3 – “Existem várias modalidades de expressão artística que devem e podem ser estimuladas ou desenvolvidas na evangelização. Estas atividades promovem a desinibição pessoal e permitem maior entrosamento entre os evangelizandos, que se confraternizam e concretizam a cooperação mútua. Além de contribuir para a participação mais efetiva, desenvolvendo a capacidade de trabalho em grupo. [...] As atividades artísticas possibilitam no evangelizando o interesse pelo estudo da Doutrina Espírita, em decorrência do contato com produções doutrinárias, quer no campo da música, teatro, poesia. Cabe destacar, que é preciso ter todo o cuidado diante das apresentações quanto à arte aplicada no campo da evangelização. É imprescindível que sejam realizadas sob planejamento antecipado e orientação equilibrada. É importante lembrar, que as atividades artísticas são consideradas ferramentas no processo globalizado da educação, isto significa, que conjugam com outras atividades, como as do estudo doutrinário.” (Allan Kardec, André Luiz e outros Autores. Arte e Espiritismo. 1 ed. Rio de Janeiro: CELD, 1996.)
4 - “Educar para a arte, com arte, pela arte, é, pois, colocar o indivíduo em contato com as forças mais profundas de sua alma – é trabalhar com camadas do inconsciente, é buscar o fio condutor que nos leva à essência de cada um[...].” (INCONTRI, Dora. Meditações J. H Pestalozzi. 1.ed. Bragança Paulista: Editora Comenius, 2009)
5 - “Deixai que as crianças bebam nas fontes mais puras da Arte terrestre... Que elas possam exercitar a sua sensibilidade, ouvindo as melodias mais doces jamais feitas; olhando as cores e as luzes mais sutis já tecidas; declamando os poemas mais elevados jamais compostos; sentindo as produções mais próximas da divindade que o homem já atingiu. Fazei isso com todas elas e se não tiverdes no futuro todos os homens literalmente artistas, tê-lo-eis moralmente melhores e mais criativos.” (INCONTRI, Dora. Meditações J. H Pestalozzi. 1.ed. Bragança Paulista:Editora Comenius, 2009)
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