Esclarecendo Dúvidas - Compartilhando a Arte

Gostaria de voltar a um assunto já abordado, a arte. Qual é a nossa responsabilidade em levar o pouco que sabemos e construímos para os que “achamos” pouco possuir?
Pergunta interessante. Principalmente pela forma de questionar. Não é difícil saber que a responsabilidade da qual pergunta é grande.
Sempre que estamos imbuídos num ideal que foge ao conceito de trabalho remunerado, ou um trabalho por obrigação, nos sintonizamos com a espiritualidade amiga. É o que já viemos discutindo nos últimos dias. Tudo se resume às intenções, sintonias e à própria mediunidade como um todo.
Ao estarmos de forma sincera voltados para um trabalho que sirva1 os outros, sem esperar receber nada em troca, nem reconhecimento ou agradecimento, Deus está “lá”, ou melhor, está dentro de nós observando-nos e nos abençoando, facilitando nossos “caminhos” para que possamos levar o conhecimento o mais longe possível.
Jesus quis nos mostrar ao dizer “conheças a verdade e ela vos libertará”. Foi assim que Paulo de Tarso saiu a pregar aos cantos do mundo.
Aqueles que querem servir não arrumam justificativas de falta de recursos, nem material e nem intelectual. Claro, ninguém pode sair por aí sem ter o que oferecer. Então, como dizem muitos dos antigos, “o conhecimento é o maior bem de todos, pois ninguém o rouba”. Estão certos neste sentido. É claro que nesta afirmativa faltou falar que o conhecimento aliado ao amor é o maior dos bens!
A nossa responsabilidade em sair por aí falando de uma arte boa, voltada para os princípios divinos é enorme. Se soubésseis realmente o quanto este caminho é facilitado por inúmeros irmãos sob o aval de Jesus e sobretudo de Deus, não deixariam passar oportunidade alguma!
Pensemos. Nada acontece pelo acaso, pois este não existe. Sendo assim, ao recebermos uma instrução, aprendermos, praticarmos, aperfeiçoarmos e nos deleitarmos com os conhecimentos que a arte do bem nos trás, seria realmente um imenso egoísmo reter tudo para nós, deixando aos outros apenas a apreciação de nossos egos inflados! Coisa de seres pequenos e infantis! Tão infantis que são dignos de pena...
O que aprendemos deve ser compartilhado2. O aprendizado não é como um bem material em que quanto mais se acumula, mais se tem... Ledo engano de quem pensa assim...
O conhecimento é como o amor, quanto mais se compartilha, mais se adquire! É fácil perceber isto quando estamos em frente à pessoas interessadas no que estamos proporcionando pelas nossas experiências. Quando compartilhamos, ensinamos, estamos aprendendo. Parece “história” de professores. Contudo, isso faz parte da lei natural! É por isso que geralmente os professores gostam de ser quem são. É sempre digno compartilhar o que se sabe. O problema está em como fazer isso; se é por egoísmo e orgulho, para obter reconhecimento e sentir-se o maior de todos... Sendo desta forma, perde-se tudo, pois nada de adquire além de ilusões!
Contudo, se é com sinceridade, respeito, alegria e com verdadeiro sentimento de trocar experiências, tem-se tudo! Ganha-se tudo! Inspiração, reconhecimento, alegria, afeto, carinho, AMOR!
O mais interessante desta pergunta está no fato de que ela por si só já nos alerta sobre o perigo do orgulho através da prepotência. Muitos dos que estão à frente de algo acreditam piamente que sabem mais e são melhores em tudo do que aqueles que lhes assiste...
É um grande erro. Como diz um de vossos amigos, que inclusive é professor, “a diferença entre os que nos assistem, aprendem conosco é apenas o tempo. Se hoje estou à frente é porque tive oportunidade, mas amanhã os outros também terão sua vez”... Sábias palavras que deveriam ser levadas mais a sério.
Atenção artistas espíritas ou simplesmente da arte do bem e para o bem! Lembrem-se da passagem de Jesus no “lava pés”... Foi à extrema lição de humildade. “Para se fazer o maior de todos, serei o vosso servo”.
Podemos e devemos sair e compartilhar com os que menos sabem “ainda”. Pois faz parte da Lei Divina, os que mais sabem devem passar a frente aos demais que pouco sabem. Destarte tenhamos sempre em mente que não somos melhores do que ninguém. Somos sim, mais devedores, e não falo aqui de carma. Somos devedores porque é a lei que nos cobra agir assim, com bondade perante os famintos de conhecimento do mundo!
Sejamos fraternos3. Não há quem ensine que não aprenda ao mesmo tempo. Enfim, sejamos práticos, mas amorosos. Sejamos perfeccionistas, mas humildes com os erros alheios. Sejamos estudiosos, porém compartilhemos. Sobretudo, sejamos bons e nos coloquemos a disposição de fazer, mas façam com AMOR! COMPARTILHEM!
Obrigado! Jesair e amigos – 08.07.11
1 – “Servir, no sentido cristão, é esquecer-se de si mesmo e devotar-se amorosamente ao auxílio do próximo, sem objetivar qualquer recompensa, nem mesmo o simples reconhecimento daqueles a quem se haja beneficiado.” (________ . Parábolas Evangélicas: À Luz do Espiritismo. 8.ed. Rio de Janeiro: FEB. 2004)
2 – “[...] A solidariedade é um compromisso interior assumido livre e espontaneamente, mediante o qual as pessoas se comprometem a ajudar-se reciprocamente na efetivação de esforços: ‘todos por um e um por todos’. [...] Antítese do egoísmo [...] constitui-se dínamo da ação bem dirigida, líder da operosidade valiosa, impulsionador dos avanços morais e intelectuais das comunidades que a estimulam.” (ÂNGELIS, Joanna. Estudo Espíritas. 7.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999)
3 – “A fraternidade é um sol composto de raios divinos, emitidos por nossa capacidade de amar e servir.” (_________. Dicionário da Alma. 5.ed. Rio de Janeiro: FEB. 2004)

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