Esclarecendo Dúvidas - Paciência
Amigo, podemos falar um pouco sobre a paciência nesta noite? O que é na verdade? Como cultivá-la? Por que nos falta tanto quando mais precisamos?
Boa pergunta. Este é um tema muito delicado para todos nós.
Quantos de nós achamos que temos muita paciência, mas na primeira contrariedade do dia, ou daquele momento que antes era de calmaria, “perdemos” a paciência e vamos às “favas”.
Inclusive, não se perde o que não se tem! Sermos “calminhos, bonitinhos, tranquilinhos e educadinhos” com os outros, principalmente os que pouco ou nada convivem conosco é até muito fácil, mas e para com os nossos próximos mais próximos? Não nos referimos apenas à família de sangue, mas aos amigos e aos colegas de estudo ou trabalho... Um verdadeiro desastre!
Paciência é vigilância e não é fácil adquiri-la... Pensemos numa caverna recém-surgida... Do teto começam a cair gotas d’água, pois logo acima passa um lençol freático... Pacientemente a água que cai vai confeccionando, criando e aperfeiçoando a futura e bela estalactite... Contudo, vem um homem que descobre aquele paraíso subterrâneo e simplesmente quebra, depois de milhares de anos de formação e de esforço, a ponta daquela obra de arte natural. O que fazer? Xingar? Quebrar mais coisas? Não, para a água, continua o trabalho, agora de recuperação do que foi perdido. Nada de desânimo e esmorecimento! Mesmo que isso signifique mais alguns milênios de trabalho. A natureza é paciente!
Paciência1 meus filhos, é muito mais do que contar até mil! Paciência é escutar assuntos torpes e não desmerecê-los, ainda mais quando o interlocutor a torpeza está realmente interessado em contar detalhadamente cada ponto e deseja sua atenção.
Paciência é observar os pequenos detalhes da vida e enxergá-los com naturalidade. Principalmente quando há imprevistos.
Toda relação social, amizade, amor compartilhado é um exercício que realizamos para obter verdadeiramente a paciência. Há níveis de aprendizado desta virtude.
Na Terra hoje, os que são mais pacientes podem ser considerados “lentos” ou até preguiçosos, o que em parte não deixa de ser verdadeiro, até por que para ser tranqüilo, sereno, não é necessário que a pessoa seja inerte. É possível ser paciente e ao mesmo tempo atuante e dinâmico.
Enfim, a paciência só é conseguida através de muitos esforços! A sua antítese decorre simplesmente do egoísmo e do orgulho. Temos a mania de pensar que tudo o que desejamos deve ser logo atendido ou que devemos sempre ser servidos prontamente, sem esperas. Talvez agindo assim, pensemos que somos Deuses... Só esquecemos que Jesus nos disse: “O meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também”. O trabalho2 é um grande aliado da paciência. Com o trabalho a desenvolvemos, exercitamos!
A paciência é virtude adquirida em inúmeras passagens e vidas. Com paciência3, um dia todos entenderão e quanto mais cedo o fizermos, mais preparados estaremos para a virtude plena do amor!
Quem ama é paciente! Busquemo-na então!
Jesair Pedinte e amigos – 24.06.11
1 - "A verdadeira paciência é sempre uma exteriorização da alma que realizou muito amor em si mesma, para dá-lo a outrem, na exemplificação. Esse amor é a expressão fraternal que considera todas as criaturas como irmãs, em qualquer circunstâncias, sem desdenhar a energia para esclarecer a incompreensão, quando isso se torne indispensável." (EMMANUEL. O Consolador. Rio de Janeiro: FEB. 28.ed. 2008).
2 - "Se as provas te encarceram nas grades constringentes do dever a cumprir, tem paciência e satisfaze as obrigações a que te enlaçaste! Não renuncies ao trabalho renovador! Recorda que a Vontade de Deus se expressa, cada hora, nas circunstâncias que nos cercam! Paguemos nossas contas com a sombra, para que a Luz nos favoreça! Em verdade, alcançaremos a concretização dos nossos projetos de felicidade, mas, antes disso, é necessário liquidar com paciência as dívidas que contraímos perante a Lei." (EMMANUEL. Fonte Viva. Rio de Janeiro: FEB. 36.ed. 2008)
3 - "Paciência, em verdade, é perseverar na edificação do bem, a despeito das arremetidas do mal, e prosseguir corajosamente cooperando com ela e junto dela, quando nos seja mais fácil desistir." (EMMANUEL. Encontro Marcado. Rio de Janeiro: FEB. 11.ed. 2005)
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