Estranho Fato
Eram 22 horas quando uma luz iluminou uma rua quase deserta... Aurélio que voltava da faculdade estacou o passo... E agora? O que seria aquilo? Era só o que faltava... Depois de um dia tão difícil...
Ele que se considerava um ateu, tinha dificuldades em ter amigos. Não conseguia ter controle sobre suas próprias limitações e sempre acabava por zombar daqueles que se importavam com ele. Apenas por acreditarem em Deus, no sobrenatural!
E agora? Que luz era aquela? Seria uma moto com um grande farol? Não... Era diferente... Curioso, foi se aproximando e quando chegou perto viu uma silhueta que não lhe era estranha... Estava no meio da luz... “Só pode ser uma brincadeira daquele bando de beatos”... E a luz leu seus pensamentos: “Uma brincadeira muito séria, caso fosse”. Sentiu gelar todo seu corpo. Só podia estar sonhando pensava. “Não, você não sonha, isto é mais real do que qualquer coisa que você já viu na vida”.
- Quem é você? O que quer?
- A questão é: você não se lembra de mim? Quero que repense sobre sua vida!
- Não sei quem é você. E por que repensar? Estou bem, sempre estive.
- Será? Nem você acredita nisso. Não se lembra de mim... Filho.
- ... pare com essa brincadeira sem graça. Minha mãe já morreu há muito tempo. Quem morre não volta.
- Filho, sei que você não acredita, mas olhe para mim. Sou real. Mais real do que você gostaria de admitir. Estou aqui por que lhe amo e quero que pense em sua vida. Não precisa acreditar em mim ou em qualquer pessoa, espírito, ou o que quer que seja. Mas procure respeitar mais as outras pessoas. Elas só querem seu bem. Seja mais tolerante. Procure observar mais antes de tirar conclusões “racionais” que de racionais tem muito pouco, acredite. Há muito preconceito em teu coração e a culpa é minha que nunca lhe obriguei a pensar em Deus. Foi meu grande erro.
Nisto, o espírito se torna mais opaco por alguns segundos. Sorri à Aurélio que finalmente vê sua mãe como anos atrás, como ele lembrava ainda em sua memória. Não... Não podia ser. Deveria ser uma ilusão. Mas e suas palavras? Tudo tão real! E mesmo que não fosse, “aquilo” tinha razão. Ele precisava mudar, estava cansado de ser daquele jeito e afastar as pessoas. De viver só!
Chegou em casa e quase não dormiu. Pensou em toda sua vida. Lembrou-se da mãe e da “aparição”. Pela primeira vez acreditou em algo... E decidiu-se... Precisava mesmo mudar. Mas como? Foi a partir daí que nosso amigo começou sua mudança... Tratou de mudar sua forma de agir com os outros. Começou a ouvir mais, sem falar tanto. Passou a analisar mais. Perguntar mais para só depois falar... era nítida sua mudança. Isso atraiu as pessoas à sua volta. A “aparição” tinha razão. Precisava daquilo, de mudar sua vida, seus atos.
Não se tornou um religioso, contudo, passou a acreditar em Deus, na vida após a morte. Na alegria de auxiliar os outros. Na verdade que deve ser analisada sem preconceitos acumulados da sociedade. Construiu família. Tornou-se um grande defensor de Deus e da fé. O ex-ateu, agora era um religioso e pensador. Mas acima de tudo um executor da bondade divina. Não importa à qual religião serviu, nem se viveu como um santo. O que importa é que passou a ser exemplo de mudança e de amor dedicado a se reformar no íntimo e também no exterior...
O que importa é que um estranho fato para muitos foi o gatilho para uma mudança num ser desacreditado da vida e de Deus! Quantas histórias no mundo se assemelham a esta? Inúmeras! Portanto, não duvide da capacidade de Deus que olha a todos! Ele sabe o que faz, como faz e qual hora deve agir!
Obrigado! Jesair Pedinte – 17.10.11
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