Apesar de
Estive perambulando na vida com a ansiedade de descobrir algo sobre meu próprio ser. Era quase um martírio que não oferecia respostas claras nos momentos em que me deixava abater verificando em mim tal confusão mental que só os que estão desesperados possuem e apresentam a olhos vistos...
A indiferença com qual era tratado muitas vezes feria-me o coração, pois não entendia ao certo o porquê daquilo tudo... Por acaso eu não era um ser humano como aqueles que eram indiferentes para comigo? Por acaso eu não tinha fome como qualquer outro? Se eu buscava partilhar tudo o que ganhava, o pouco aliás, que eu ganhava de uma alma caridosa, por que os outros tantos que passavam por mim não poderiam me auxiliar a aplacar minha fome.
Só diz que não se deve dar o pão e sim ensinar a pescar aqueles que nunca sofreram ou passaram fome realmente em sua vida. Alguns ficam apenas poucas horas sem se alimentar e dizem estar “morrendo de fome”... Morrer de fome é algo muito mais angustiante do que jejuar algumas horas...
Concordo em “ensinar a pescar”, mas para isso acontecer a fome deve ser aplacada. Até as crianças recebem um lanche na escola todos os dias para facilitar o aprendizado. Aprender de barriga vazia é tortura com pingos de enfática crueldade!
Pensando um pouco mais, por acaso eu não tinha a necessidade de me higienizar e sentir-me mais apresentável, ter uma roupa limpa para vestir como as pessoas a minha volta? Não tinha este direito? Enfim, não fui eu um ser humano que merecia ter os mesmos direitos dos demais irmãos e irmãs que viviam no mesmo mundo que eu? Dificilmente alguém se levanta sozinho, sem ter alguém que lhe estenda verdadeiramente a mão.
Apesar de tudo isso, graças ao nosso Senhor, não me revoltei! Pois sempre acreditei em Sua justiça! Sempre que as necessidades me eram mais agoniantes algo acontecia para me dar um pouco de paz e ter o mínimo para sobreviver! E sobrevivi com alegria sempre procurando auxiliar também... Muito pouco fiz, é verdade, mas o que fiz foi de coração!
Apesar de tudo amei e mais... Nunca odiei! E agora, continuo amando e trabalhando agradecido a Deus pelos sofrimentos e aprendizados. Tenho fé no futuro do mundo, pois o mundo está mudando para melhor de “corpo e alma”. Vivam no bem e verão! Agradeço de coração!
Wellington – 27.01.12
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