Ter Tudo Pode Não Ser Nada
Obter, adquirir, ter... são talvez algumas das palavras mais aventadas pela sociedade terrena atual. Tenha isso! Tenha aquilo! Adquira esta máquina ou este carro... Obtenha vantagens econômicas fazendo isso ou aquilo outro!
No fim das contas é sempre “o ter” posse sobre algo, sobre alguém! Estar por cima, ter valor social, adquirir e acumular bens materiais e expô-los para quem quiser ver... E para os que não quiserem também! Afinal, quem não é visto, não pode ser lembrado. Nesta ótica, quem não quer ser visto e lembrado pelos seus contemporâneos?
Ter o reconhecimento sobrepujando sobre os valores morais é mais importante do que mantê-los com a própria dignidade. Permitir que escorreguem pelas mãos este reconhecimento, “apenas” por que quis ser honesto e dedicado ao valor real da bondade e amor é inocência ou ignorância, para não dizer que é uma tontice sem tamanho...
Contudo, para o desespero ou decepção destes que assim levam a vida, acompanhando a grande corrente de pensamentos acríticos e robotizados pela onda das modas da matéria, ficará em “maus lençóis” ao retornar à vida verdadeira... “O que fizeste com os bens que te confiei”? Perguntará o Senhor através da sua serva justa e soberana: a consciência! Então, responderão: “Malbaratei meu tempo, meus recursos em meu próprio, único e exclusivo proveito, sem lembrar-me de meus irmãos necessitados que não possuíam como eu! Mas fiz isso, porque trabalhei! Porque mereci! Porque me esforcei!”
O Senhor então olhará a todos nós com olhos tristes, melancólicos, quase de pena... E nos fará raciocinar: “É certo que vós esforçastes para ter algo, mas Eu lhes permiti e movimentei recursos, situações e pessoas para vos auxiliar a adquirir, caso contrário não teriam conseguido por si sós... Adquirindo, obtendo bens... Tinham como dever moral auxiliar os que necessitavam. Vocês seriam a ponte do Meu amor para levantar também aqueles que estavam abaixo, mas viraram as costas com soberba e vaidade, orgulho e egoísmo! Aí de vós, pois plantastes ervas ruins e pela Lei as colherão mais a frente, perdendo as vantagens que vos ofereci”!
Baixando o olhar, envergonhados pediremos nova oportunidade e na Sua extrema bondade o Pai nos concederá através dos esforços e do trabalho pelo outro. É nossa última chance de esquecer “o ter, o adquirir e o obter” bens da matéria, mas também é a nossa última chance de ter, adquirir e obter os valores morais para o bem comum do espírito! A escolha é nossa! Façamos!
Obrigado! Jesair Pedinte – 03.02.12
Comentários
Postar um comentário