É Santo e Cego...

Divino era um homem bom.
Um dia atravessou o portão
Da casa que lhe era o lar cristão.
Passava os dias a trabalhar
Na carpintaria longe do lar...
Sempre a enfatizar o seu desejo por bem trabalhar.
Não via problemas em verter lágrimas saudosas,
Ou suores calorosos nas lides da pátria que vivia...
Para sua má sorte, um acidente acontecera,
E a visão, Divino perdera...
Triste sua situação como carpinteiro cego...
Não podia mais trabalhar no serviço honesto...
Com filhos para sustentar, mulher para cuidar...
E agora? Como Divino iria se virar?
Nos primeiros dias...
Adaptando-se ao novo caminhar e olhar...
Do mundo que continuava lá, mesmo sem a vista voltar...
A tristeza começando a lhe ameaçar...
A impaciência dos que lhes dependiam o sustentar...
Veio-lhe um pensamento a buscar...
Lembrando de imagens belas que guardava
Na mente terna das recordações,
Das viagens que fazia para o trabalho dia após dia...
Começou a talhar em madeiras
Obras de arte perfeitas!
Apenas com o tato sensível às verdades,
Que apenas um cego veria...
Com isto, passou de um pobre cego para um grande artista...
Ainda sem visão da carne, mas lúcido na alma!
Tanto é que grande parte da arrecadação de sua obra
Foi destinada para os que menos possuíam...
Outros cegos do mundo... Pobres e esquecidos...
Doentes e caídos!
É então que refletimos...
Precisamos ter todos os sentidos
Para sermos bons e bem quistos?
Ou necessitamos perder algum
Para ser mais um instrumento divino?
Sodré, o ritmista – 27.02.12

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