Enferrujado

Haviam noites que estávamos sempre  a tilintar os nossos corações com o frio das dificuldades de fé em nós mesmos. Era algo normal vacilar na fé diante de tanto sofrimento, tantas situações que nos deixava a questionar se havia realmente a bondade de Deus. E mais... Muitos até questionavam se o Criador existia...
Era tanto sofrimento... Era tanta aflição nas ruas que o mais natural fosse que cada um de nós procurássemos fugas entre os vícios do corpo. Fossem as bebidas, ou as drogas ilícitas de todos os feitios...
É claro que aqueles de nós que se entregavam para tais vícios eram realmente os que ainda não estavam fortalecidos como deveriam. Fortalecidos na fé e no amor! Fortalecidos na força de vontade, na coragem de enfrentar os obstáculos, as expiações e também as provas! Isso porque vários, aliás, todos nós éramos e ainda somos possuidores dos vícios da alma!
Entretanto, é preciso que não julguemos a pensar erroneamente do porque tantos de nós nos entregávamos às drogas materiais e morais mais deprimentes, uma ligada à outra... Pensemos melhor. Quem dos que vivem uma vida comum, que possuem um lar, uma família, um emprego, uma vida com conforto realmente pode julgar os que não possuem nada disso e buscam a fuga das drogas morais e materiais?
Isso não pode ser levado como desculpismo barato... O mal não se auto justifica, contudo, Deus que é amor e verdade,  justiça e caridade não tem o coração enferrujado e imóvel e que não considera cada gesto, cada pensamento, cada intenção! O contexto conta muito! A justiça de Deus é sobre humana! Ainda estamos longe e compreendê-la em sua totalidade, mas isso não significa que não possamos compreender vários aspectos que a humanidade já tem possibilidade.
Jesus nos ofereceu vários ensinos maravilhosos. “O não julgai, o não vedes o cisco no olho alheio quando não vemos a trave em nosso próprio olho”!  Diante de tudo isso, ainda assim, sou testemunha de quantos belos irmãos e amigos que vagavam pelas ruas e sabiam ser melhores exemplos do que muitos que possuíam e possuem bens da matéria!
Não falo por nós que ainda temos muito a melhorar e a cultivar melhores sentimentos em nosso coração! Falo pelo João, pelo José, pelo Frederico, pelo Francisco, pelo Antônio, pela Maria, pela Consuelo, pela Célia... Enfim, por todos que foram e são moradores das ruas das cidades do mundo e que são exemplos de amor e fé!
São espíritos imortais que estão nas ruas em provas e expiações, como muitos de nós já estivemos ou quem sabe, ainda estaremos um dia... São espíritos imortais tão belos de coração, tão vivos na alma de caridade e de verdade que são realmente exemplos de espíritos que já se encaminham para o bem maior da evolução!
Deixemos de lado os preconceitos da alma. Saibamos procurar a verdade nos atos, nos exemplos, na humildade vivida e não as aparências... Somos todos irmãos! Somos espíritos imortais que caminham juntos e que necessitam uns dos outros!
Não deixemos o nosso coração enferrujado na vaidade, no orgulho que geram os preconceitos da alma. Busquemos desenferrujar a alegria, a caridade, o amor fraternal! O mundo precisa de que comecemos por nós a mudança para o bem. Auxiliemos antes, perguntemos depois! Obrigado!
Welington – 09.03.12

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