Esclarecendo Dúvidas - Uso de Objetos em Reunião Mediúnica
Existe alguma influência em utilizar apetrechos como relógios, alianças, correntes durante o trabalho mediúnico? Essa é de teor positivo ou negativo? Por quê?
Com certeza há influência. Isto fica claro até mesmo nas obras básicas do codificador e em outros estudos como o da psicometria1 ou mesmo dos apetrechos, talismãs, objetos condensadores de energias utilizados mesmo pelos magos antigos.
Todo objeto recebe e absorve as energias provenientes do ambiente e da pessoa que o possui. Cada objeto, de certa forma, atrai as energias que produzimos2 e absorvemos dia a dia, sejam elas, positivas ou negativas. Como ainda estamos num mundo de provas e expiações, no qual a maioria da população, entre encarnados e desencarnados se apresentam como espíritos de vibrações baixas, a maioria das vibrações e energias absorvidas pelos objetos são destas últimas: negativas.
Sendo assim, fica claro que os objetos pessoais em sua maioria, com raras exceções ficam “carregados” de energias mais densas. Isto é um problema para o trabalho mediúnico por vários motivos.
Expliquemos. Toda reunião mediúnica séria deve privar pela limpeza do ambiente, tanto material quanto no plano espiritual. É por isso que se indica a todos os médiuns que cheguem com uma antecedência mínima de trinta minutos para que se concentrem antes de qualquer trabalho desta natureza. É necessário a concentração para que a sintonia com os amigos espirituais seja feita mais facilmente. Para filtrar os pensamentos desgovernados. Para esquecer, ao menos momentaneamente, os problemas materiais. Tudo o que for negativo, que não for construtivo e não for benéfico à reunião deve ser deixado de lado.
Isto explica outra orientação, façamos um parêntese. A de se tomar banho antes de participar de uma reunião desta natureza. Não que o médium não possa estar em reuniões mediúnicas sem ter tomado um banho. Mas esse além de fazer relaxar o corpo físico, também faz relaxar o corpo mental e é sinônimo de higiene. Contudo, voltamos a afirmar que este não é um fator que impede o trabalho mediúnico.
Assim, os objetos que receberam todas as cargas, a maioria delas estressantes e negativas, no decorrer do dia ou semana, tornam-se “pesados” fluidicamente perante o trabalho. Isto dificulta a ação da espiritualidade amiga. Não impede o trabalho, mas atrasa e atrapalha. Pois a equipe espiritual deverá cuidar de mais uma limpeza antes de iniciar a atividade. Isolando as energias densas presentes nos objetos.
Não raras vezes, além de isolar, os amigos espirituais limpam totalmente. Contudo, há casos específicos em que os objetos estão tão carregados de energias negativas que inviabiliza o trabalho daquele médium naquele dia, caso o objeto não seja isolado. É preciso esclarecer que isso só acontece quando a responsabilidade é do próprio médium por sua invigilância. O objeto por si só, não impedirá a atividade do médium.
Nestes casos é provável que o médium cultive algum vício material e moral, que tenha frequentado ambientes fluidicamente pesados, mesmo dois dias antes, dependendo, até mais dias e isto ficou gravado e de certa forma aderido aos objetos.
Importante destacar que os objetos de metal ou com algum tipo de tecnologia, como relógios, por exemplo, absorvem um pouco mais das vibrações pesadas por sua própria constituição. Não entraremos ainda em detalhes hoje, devido ao tempo, mas podemos retornar a este assunto mais a frente.
É preciso ter sempre este cuidado ao se participar de uma reunião mediúnica, ou qualquer trabalho desta natureza, mesmo aqueles que envolvem a arte. Se os objetos não são necessários aos ensaios, evitem-nos tê-los como apetrechos. Lembrem-se da simplicidade do mestre Jesus que não utilizava de objetos para curar e nem para falar aos outros. Quando nos referimos a isto, não somos contra os recursos tecnológicos para palestras, oficinas e apresentações. Não tem nada a ver com este fator.
Evitemos apenas estes acessórios que ainda podem simplesmente e apenas desviar a atenção e tirar a concentração do próprio médium ou dos companheiros de trabalho, além de chamar a atenção de forma desnecessária dos irmãos desencarnados ainda em desequilíbrio e necessitados de tratamento.
Como dizíamos, tais objetos podem ser um empecilho para a pureza do trabalho. Contudo, para várias pessoas servem como “muletas”. O que isso significa?
São médiuns ou pessoas que simplesmente acham que precisam ter aquele objeto em mãos, ou junto a si para realizar bem o trabalho mediúnico. Tudo isso, em decorrência, provavelmente de práticas passadas de outras encarnações na qual os objetos serviam de “muleta psíquica” e de condensadores energéticos para facilitar a concentração do médium. Assim, da mesma forma que o objeto pode atrapalhar uma reunião mediúnica, ele pode potencializar a mediunidade de uma pessoa que não consegue se desvencilhar deste tipo de prática. Mas potencializar não significa exatamente auxiliar. O objeto pode continuar sendo um empecilho para a reunião mediúnica séria, desde que esteja carregado de vibrações negativas, que isto fique bem frisado!
O problema é que poucos têm a certeza que seu objeto não está carregado negativamente e geralmente aqueles que conseguem ter essa noção, não se prendem a um objeto.
Daí, podemos deduzir que esta “vontade” de estar com o objeto o tempo todo, mesmo durante a atividade mediúnica pode indicar, mesmo que levemente, certo materialismo do indivíduo que pode trazer consequências não muito interessantes num futuro próximo ou distante.
Para encerrar nossas reflexões sobre o assunto, lembremos que em reuniões mediúnicas que prezam pela seriedade e por seguir as orientações da Codificação Espírita, deve-se prezar pela simplicidade das práticas e do ambiente. Evitando ritualismos e imagens3, assim como outros objetos sem objetivo prático. O mais importante é a boa vontade, o estudo sério e o comprometimento com a atividade, mesmo que haja uso de um ou outro objeto.
Muitos amigos espirituais e mentores, não raras vezes, ao se comunicarem influenciam os médiuns a se disporem dos objetos (pulseiras, relógios, anéis, brincos, correntes) justamente por serem desnecessários. Inclusive, em algumas ocasiões os objetos estão positivamente carregados, e mesmo assim são retirados por um simples motivo, não alteram em nada as boas vibrações se não estiverem no médium.
Jesus que foi o maior médium que já pisou nesta bendita Terra não se utilizou de nenhum acessório, objeto a não ser a coroa de espinhos que lhe impuseram no momento final da encarnação. Comunicar-se entre os planos da vida, entre as várias dimensões é um processo mental e não material. Estudemos e reflitamos!
Jesair Pedinte e amigos - 03.08.11
1 – “Na psicometria, [...] os objetos apresentados ao sensitivo [...] constituem verdadeiros intermediários adequados, que, à falta de condições experimentais favoráveis, servem para estabelecer a relação entre a pessoa ou meio distantes, mercê de uma influência real, impregnada no objeto, pelo seu possuidor. Esta influência, de conformidade coma hipótese psicométrica, consistiria em tal ou qual propriedade da matéria inanimada para receber e reter, potencialmente, toda espécie de vibrações e emanações físicas, psíquicas e vitais, assim como se dá com a substância cerebral, que tem a propriedade de receber e conservar em latência as vibrações do pensamento.” (________. Os Enigmas da Psicometria: Dos Fenômenos de Telestesia. 5 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999)
2 – “[...] Os ambientes do mundo etéreo são, em grande parte, condicionados pelos pensamentos dos seus habitantes, de forma que, por exemplo, suas casas e modo de viver são, em larga escala, obra deles. [...]” (FINDLAY, J. Arthur. No Limiar do Etéreo, ou Sobrevivência à Morte Cientificamente Explicada. 3.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1981)
3 – “Devemos lembrar sempre que uma casa espírita é um templo sem imagem nem rituais, sem sacerdócio militarmente organizado, mas dispondo de hierarquia funcional imprescindível ao estabelecimento da ordem, da disciplina e do amor à Doutrina codificada por Allan Kardec. Essa hierarquia, no entanto, terá de ser rigorosamente subordinada aos princípios doutrinários. Quanto maior for a obediência a esses princípios, mais seguros serão os resultados da colaboração entre os médiuns e os espíritos, porque estes sentirão menos empecilhos para levar a bom termo seus elevados desígnios. [...]” (MENDES, Indalício. Rumos Doutrinários. 3 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005)
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