Esclarecendo Dúvidas - Irmãos que não Acreditam na Espiritualidade

Gostaria de saber como devemos nos portar diante dos irmãos que não acreditam na espiritualidade? É possível fazer algo por eles além da oração? É viável convencê-los que há algo além do que a matéria?
A resposta é "sim" para as perguntas finais, e respeito sincero para a primeira. Contudo, é preciso fazer algumas ressalvas importantes a fim de que não sejamos surpreendidos com contradições aparentes.
Vamos à primeira questão. A nossa postura como espíritos que já aceitam, acreditam e lutam para divulgar sobre as verdades espirituais deve ser sempre de respeito incondicional para com qualquer pessoa que se diz não acreditar.
Conquanto, isto não significa omitir-se, esconder-se justificando esta postura como uma atitude respeitosa. Isso seria covardia e negação de tudo o que se sabe sobre a vida verdadeira!
Por outro lado, não devemos “jogar” os nossos conhecimentos espirituais à face destes irmãos descrentes. É preciso acima de tudo, respeito! Muito respeito!
Respeito à sua história de vida. Respeito aos seus pensamentos. Respeito às suas dificuldades de entendimento. Enfim, sempre o respeito! NUNCA a omissão!
É importante destacar que a atitude mais bela de respeito à estes irmãos é a oração1! Ela é um pensamento positivo e de energias condensadas para o bem. Não há nada nesta Terra bendita que seja imune aos efeitos positivos da oração! Até porque somos todos filhos de Deus e sempre, mesmo que inconscientemente, queremos e necessitamos de energias positivas como as que são direcionadas à nós pela oração!
Orar é elevar o pensamento ao Criador, entrar em equilíbrio benéfico e em sintonia com os amigos espirituais para que a paz invada nossos seres!
Como nos afirma “A Gênese segundo o Espiritismo”, há os que não creem porque são materialistas, os que não creem porque não querem crer, porque não querem mudar, não querem perder a tranquilidade de nada fazer para melhorar e assim por diante.
Contudo, o respeito pregado a estes irmãos deve ir ao limite em que a omissão não apareça. É claro, ninguém será um doutrinador de almas descrentes. Estes que não creem assim pensam porque sua lógica de vida é esta. A maioria não é por mal e sim porque ainda não conseguiram admitir algumas verdades...
Como um materialista, e isto aparece no livro da Gênese, vai admitir que há espíritos se ele só crê na existência da matéria? Havendo apenas a matéria, porque haveria de existir o espírito? Ao não acreditar na vida após a vida, não encontra motivos para ser diferente. Esta é sua visão.
Mudar tal visão não é nem um pouco fácil, se ele não se abre à novas perspectivas. Se não quer ao menos analisar sem paixões os fenômenos que volta e meia lhes é mostrado por alguma fonte confiável ou não! Tudo é ilusão dos sentidos, doença do cérebro e outras justificativas, a seu ver, plausíveis!
Para estes, nada que a dor da decepção, a mudança brusca, a morte não seja cadinho purificador do ser. Muitos deles, muitos de nós gastamos várias vidas para reconhecer o caminho incorreto!
Não seremos nós que mudaremos suas visões ainda estreitas para a crença na espiritualidade. Há populações, nações inteiras que pouco admitem o que para eles é “sobrenatural”, quando na verdade é Lei Natural, já estudada e comprovada por aqueles que já admitem várias situações sem pré-conceitos e preconceitos2!
Deus aguarda pacientemente diante de tais manifestações infantis. Quando a dor ou a dúvida atroz invade o ser, este pode dar início a um processo reflexivo das coisas espirituais. Isto não significa que admitirá, mas ao menos irá pensar sobre o assunto.
É importante assim, nunca desconsiderar a vida, a cultura e a criação daquele que descrê no Criador e na sua criação além da matéria!
O que fazer então? Esperar como Deus? Sim, mas não apenas isso.
O mais importante para nossa atuação perante tais amigos descrentes e com certeza cheio de vazios inexplicáveis em suas vidas é o bom exemplo de nossa parte.
Ter fibra moral perante as dificuldades. Paciência e respeito incondicional ao próximo. Estar sempre pronto para servir e auxiliar o outro. Estar sempre preparado para dar o braço e oferecer o ombro amigo, um sorriso sincero, uma palavra de incentivo. Enfim, amar o próximo como o Mestre Nazareno veio à Terra nos ensinar é o que fará com que estes irmãos possam dar início a um processo reflexivo incomum e talvez inédito em suas vidas imortais!
Deus é paciente e nos utiliza como instrumentos para educar os que ainda não O conhecem. Para nós, resta a sabedoria de nos fazer bons instrumentos, o suficiente para cumprir com nosso dever moral de sermos úteis ao próximo em qualquer de suas dificuldades!
Estejamos sempre alertas. Esqueçamos a vontade de converter pela boca, pois as palavras sem ações são vazias e tornam-se manchas negras que deturpam a boa mensagem para aqueles que as recebem.
Sejamos pacientes e amorosos. Sejamos semeadores3. A colheita não dependerá de nós, e sim daqueles que foram a terra ao qual jogamos nossas sementes! É a terra que fará germinar naquele instante ou não tais sementes! Que dure vidas e mais vidas, mas a sementes estará ainda por lá, até que a terra fique pronta!
Obrigado! Jesair Pedinte – 31.10.11
1 – “Se existe um elixir que possa atuar como bálsamo revigorante para o Espírito, esse é a prece. [...]. Tal fato não se circunscreve logicamente à condição material do órgão fonador [...]. O homem está orando quando trabalha com honestidade, quando enfatiza a dignidade, quando ensina o bem, exalta o belo, fortalece o frágil, quando é útil.” (PINHEIRO, Luiz Gonzaga. Diário de um Doutrinador. 13 ed. São Paulo: EME, 1998)
2 – “O preconceito conduz ao julgamento. O julgamento sustenta os rótulos. Os rótulos distanciam da realidade... A experiência leva ao discernimento. O discernimento é a porta para a compreensão. A compreensão identifica a Verdade.” (DUFAUX, Ermance. Escutando Sentimentos. 1. Ed. Belo Horizonte:  Dufaux, 2006)
3 – “O semeador é aquele que traz consigo o coração vibrando no entendimento fraterno, plenamente integrado na conjugação do verbo servir, é, indiscutivelmente, o semeador que sai com Jesus a semear, sem afligir-se com o tempo de rememoração e sem preocupar-se com os resultados, identificado com a luz da verdade que lhe indica o futuro ilimitado e divino, na direção da seara de sabedoria e amor em pleno infinito.” (BITTENCOURT, Esmeralda Campos. Dicionário da Alma. 5 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004)

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