O Sábio
O sábio quis ser,
Além do que Deus representa...
Achou que na parca confiança que conquistara,
E nos afins e súditos que lhe admiravam...
Era tão querido e bem visto pelos que o exaltavam...
Pobre sábio...
Mais sábio que ele,
Haviam vários, a começar pelos que ele mais menosprezava...
As crianças que na suposta inocência e desconhecimento
A ele, o sábio, ensinavam!
Haviam também os mendigos,
Os presos e os desvalidos,
Os perdidos e esquecidos do mundo social...
Longe do bem comum e perto de todo o mal!
Esses em muitos pontos eram tão sábios e não se achavam o tal...
Os analfabetos e os ignorantes completos,
Das letras e perto das sarjetas mais abjetas!
Sabiam muito mais do que o sábio que não tinha paz!
Ele que considerava ser o maior entre todos...
Desconhecia que era menor que os mais moucos...
Pobre sábio!
Esquecera do velho conselho de um grande sábio...
Saber que nada sabia!
E por isso era a esperança de todos que não desistiam...
Por que, pobre sábio?
Por que não descera do pequeno elevado,
Que se acreditava estar e merecer,
E não se ajoelhara perante o mais belo ser?
Sábio, sábio!
A tua sabedoria sem o bem,
É bem comprado e retirado,
Pela falta de pagamento, pois lhe falta o dinheiro
Pobre sábio sem sabedoria...
É mais detestável que o último verme da barriga...
Acorde enquanto há tempo!
Leve a vida sem o sofrimento!
De achar sábio e sem sentimento...
Aprenda sem arrependimento
Que a verdadeira sabedoria
Inicia na humildade reconhecida
E no amor fraternal sem rebeldia
Aí sim, serás sábio com verdadeira alegria!
Sodré, o ritmista – 05.12.11
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