Cultura da Paz

Pela cultura da paz
Muitos fazem demais,
Embora, às vezes, equivocadamente...
Querem a paz nos lábios,
Mas não no coração!

Bernardo era homem sozinho,
Pacato e de poucos amigos...
Não porque fosse carrancudo,
Mas porque era tímido...

Achava-se feio e desengonçado!
Não estava de todo equivocado,
Mas também não de todo certo...
Era homem bom, com cenho sério...

Procurava sem nada dizer
Aos outros que procuravam o que dizer....
Fazer o que muitos só nos lábios conseguem falar...
Doar sem nada querer receber...

Muito doou e fez pelos outros
Mais pobres que ele mesmo o era,
Ou mais ricos que ele nunca seria...
Sempre com sorriso no rosto e gratidão...

Embora fosse bom e benevolente,
Era também bem inocente!
Não percebeu as tramas da inveja,
Do ciúme mal aconselhado...

Numa armadilha então foi jogado,
Acusado de traição e roubo
Dos que dele muito receberam
Sem que ele nada pedisse em troca...

Bruxo! Embusteiro!
Saia daqui seu encrenqueiro...
E sua paz se foi
Como se nunca houvesse existido...

Foi perseguido
Caluniado e torturado...
Física e mentalmente...
Pior... Social e espiritualmente!

Chegou ao fundo do poço
Onde preferira ser morto,
Em vez de vivo-morto...
Com tristeza constante oprimindo o moço...

E por onde andou,
A má sina continuou,
A inveja o perseguiu
E o caluniou... O execrou!

Ainda assim, fez amigos.
E nos braços de um deles,
Já velhinho e de consciência limpa
Se entregara aos braços caridosos da Morte libertadora!

Morte do corpo...
Renascimento do espírito!
Colheu então,
Os bons frutos de sua cultura...

Cultura da paz!
Do não revide...
Do amor sincero que ao próximo
Sempre transmite!

Sodré, o ritmista admirado com a humildade e alegria do Bernardo dos Santos! Novo amigo admirado, mas não invejado! – 15.09.14, psicografado por Jerônimo Marques

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