Mais um Alerta

Em noite calorosa, estavam dois meninos sorridentes e alegres por terem a primeira oportunidade nos seus treze e quatorze anos de vida a saírem às ruas sozinhos, embora usando meias-verdades como estratégia diante dos preocupados e corretos pais os quais tinham...
Passariam a primeira noite de suas vidas sem a proteção harmoniosa dos familiares. Amigos desde a primeira infância, acostumados a se visitarem, passando finais de semana e dias próximo um do outro. Na casa, ora de Leonardo, ora de Fábio. Contaram uma pequena mentirinha.
Leonardo dormiria na casa de Fábio, e esse dormiria na casa de Leonardo, disseram aos pais. Acostumados com isso, os pais não se preocuparam de averiguar a veracidade do momento aventado... E lá se foram os dois pelas ruas da cidade. Queriam aventuras nunca vistas e sentidas. Desejavam passar a noite com uma garota que pudessem experimentar o beijo, e quem sabe algo mais, sonhavam inocentemente os meninos.
Com um pouco de dinheiro das mesadas, os dois foram ao shopping da cidade. Assistiram um filme cheio de balas e tiros. Cenas violentas e até de sexo... Precisariam estar acompanhados para poderem entrar, mas convenceram um rapaz maior a comprar os ingressos e se fazer passar por irmão mais velho. Funcionários despreocupados e sem vontade de barrar os dois, para evitar dores de cabeça e reclamações, deixaram-nos passar.
Ao sair, buscaram as ruas para entrar numa festa cheia de “gatinhas” e não foi difícil. Além das meninas, muitas tão novas quanto eles, outras mais velhas e experientes, havia bebidas alcóolicas a vontade, salgadinhos “batizados” e bandejas de drogas estimulantes e outras depressoras do sistema nervoso. Tudo ali, no mesmo lugar sendo oferecidos gratuitamente ou incluso no pacote da entrada para a festa, somente para os inexperientes ou iniciantes no mundo dos entorpecentes, a fim de conquistá-los.
Os meninos que nunca haviam experimentado nenhuma dessas coisas, “jogaram-se” de corpo e alma. Primeiro na bebida para tomar coragem... Daí para o êxtase, um cigarrinho de maconha... Foi um pulo... Fábio que era mais velho e despojado, conseguiu mais que um beijo... Perdeu sua virgindade... Mas perdeu muito mais... Regrada à bebida alcóolica e a drogas mais pesadas, o menino não aguentou e entrou em coma alcóolico...
Leonardo quando achou o amigo se desesperou... Pediu ajuda... Mas o que recebeu foi impropérios, agressões e por fim, alguns que estavam a frente da festa vendo o estado preocupante e pensando nos problemas com a polícia, resolveram levar os meninos ao hospital. Mal estacionaram na frente e praticamente jogaram Fábio na calçada... Empurraram o amigo do carro, saíram fritando os pneus em alta velocidade...
Meio aparvalhado, Leonardo correu para a recepção e gritou em desespero, embora meio bêbado, mas ainda consciente... Pedia ajuda e apenas um segurança é que se condoeu da situação do menino que tinha a idade de seu filho...
Correu com o garoto lá fora que lhe mostrou a situação de Fábio... Foi aí que o segurança vendo a gravidade correu com o garoto no colo e entrou na recepção gritando ajuda sendo atendido de imediato... Pelo menos levado para dentro da enfermaria... O atendimento mesmo ainda demorou... Por conta disto, Fábio não resistira... Parada respiratória, cardíaca... Overdose...
Eram quatro horas da manhã. O telefone toca na casa dos pais de Leonardo... Alguém na linha dizia que o filho estava no hospital... Desespero... Os pais ligaram para os de Fábio que se assustaram... Não haviam dormido lá? Não seria o contrário? Só aí perceberam que os meninos haviam mentido.
Não tinha notícias de Fábio... Mas se encontraram e foram os dois casais ao hospital... A cena? Desesperadora... Fábio desencarnara ali... vítima de um mundo desvirtuado, mas nada virtual, bem real!
Leonardo... Ficou alguns dias em observação... Mas sua consciência o massacrava... Não conseguia encarar os próprios pais, muito menos os de Fábio...
Só queriam se divertir! – pensava... Queriam ter a vida que viam nas novelas, nos filmes, nas séries da TV. Desejavam apenas curtir! Provar o que pudessem para depois dizer se era realmente bom ou ruim! Garotos que deixaram se influenciar pela sociedade, a qual pouco a pouco valoriza tanto o supérfluo... Onde os desvios morais tornam-se metas, na maioria das vezes...
Vidas foram ali marcadas para sempre... Meninos que eram filhos exemplares, por um momento de descuido e ilusão, deixaram-se levar para o abismo. Talvez alguns perguntem: onde está a justiça de Deus? Deixar que bons filhos passassem por tal situação? Onde estariam seus mentores e anjos da guarda?
Oh! Humanidade! Até quando pediremos contas de Deus, quando Ele é quem deveria nos pedir contas? Por mais jovens que sejam hoje é impossível que a informação do certo e do errado não cheguem ao conhecimento destes pequenos.
Os pais eram pessoas boas... Então por quê? Infelizmente, vacilaram na atenção. Atualmente, o cuidado deve ser redobrado! Observem as consequências de uma mentira aparentemente inocente...
No dia anterior à tragédia, pais e filhos viram um documentário na TV sobre drogas, já intuídos pelos amigos espirituais... Infelizmente, nem os pais, nem os filhos se preocuparam com o assunto. Fizeram comentários superficiais como se fosse algo distante da realidade de cada um...
Assim, o livre-arbítrio foi a opção para a educação deste grupo de espíritos. Lamentavelmente, optaram por aprender da forma mais dolorosa, algo que poderiam aprender apenas com os avisos, alertas do mundo promovidos pelos amigos da espiritualidade.
Pais! Cuidem de seus filhos sempre! São dádivas emprestadas por Deus, mas que necessitam de educação integral! Filhos! Honrai pai e mãe! Não mintam, não se revoltem e entendam que eles são os primeiros a quererem o seu bem na vida!
Deus abençoe todas as famílias hoje e sempre!

Wellington – 29.09.14, psicografado por Jerônimo Marques.

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