Ester: Auto-Apresentação
Meu nome é Ester Bueno... Não vou além disso, pois o nome é apenas um detalhe que é alterado de encarnação para encarnação. Como vocês mesmo já estudaram, o nome tem influência muito grande sobre o que o Espírito irá executar no plano material.
Desencarnei há cerca de 50 anos na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Fui uma menina criada em família tradicional da Lapa carioca. Muito gentil e inocente: inocente até demais. Diria que sonhadora. Esperava um príncipe encantado para viver feliz para sempre como as histórias encantadas.
Meus pais criaram-me como uma princesinha. Protegendo-me de tudo e de todos, até mesmo das dificuldades da vida. Assim, não tive a oportunidade de conhecer os perigos da sociedade. Estudei num internato, éramos muito tolhidas de informações sobre o mundo em si, mas isso fazia parte da minha programação que não soube conduzir-me perante uma paixão, que acabou complicando-se. Meus pais amaram-me muito, mas esqueceram que cada ser humano necessita viver experiências que irão lhe ensinar a ter caráter, força, fibra, vontade de tornar-se alguém útil para outros.
Depois de alguns anos, conheci um jovem e me apaixonei. Iludi-me pensando ser ele o tal príncipe. Sem aprofundar-me muito, entreguei-me a ele de corpo e alma. Fui abandonada grávida. Infelizmente perdi o bebê porque desiludida, desisti de viver, tamanha a dor que tive ao ser abandonada pelo ente “amado”. Confesso que faltou um pouco da humildade que achei ter conquistado como espírito em outras existências. Faltou à fé no futuro, o amor de amar o filhinho.
Este bebê seria o meu arrimo na vida. Seria minha luz de viver, mas desisti dele antes mesmo de tê-lo e desfaleci. Não o abortei conscientemente, mas o fiz de forma inconsciente, pois não ofereci condições e forças para manter-me digna perante a vida. O bebê morreu pela falta de nutrientes devido a meu abatimento moral. Parei de comer e cuidar-me e em consequência, tive infecção na área uterina que se agravaram e mesmo operada, desencarnei com apenas 19 anos.
Posso ser considerada uma suicida indireta, pois fazia parte de minhas provas vencer a mim mesma e optar pela vida, testando outra aspecto da humildade que eu já achava possuir devido ao que construí em encarnação anterior.
Também posso ser considerada uma “aborteira”, desculpe o pleonasmo, mas é assim que me senti depois que tomei a consciência do que fiz. Fui resgatada pelo mesmo espírito que abortei inconscientemente. Ele perdoou-me e hoje é um grande amigo aqui no plano espiritual.
Hoje, depois de recuperar-me, estudar e planejar a nova encarnação estarei numa família que não está ligada diretamente a minha família espiritual. São bons pais, mas que não terão aquele carinho que recebi nessa minha última existência, exatamente para que eu conheça desde cedo os perigos da vida. Que eu procure lutar desde cedo contra essa “inocência” que cultivei. Devido a isso, vem minha timidez que nada mais é que um remédio amargo para minha personalidade de outras vidas e também uma boa pitada de orgulho ferido que ainda carrego em mim mesma. Irei encarnar no Brasil. A cidade não posso dizer, mas espero reencontrá-los um dia.
Aprendi muito com o professor Jesair e com a minha mãezinha do coração, Abigail. Primeiro a refletir. A escutar. A planejar. Pois nem sempre temos essa disciplina. São dificuldades que muitos irmãos de humanidade possuem, e eu mesma posso dizer que ainda as cultivo. Disciplinar-se não é fácil, mas compreendo que não é algo impossível, basta acreditar e agir, para conquistá-la.
Aprendi que a comunicação entre os dois mundos é natural, mas ao mesmo tempo é muito difícil. É um trabalho árduo de sintonia digamos eterna. Vocês não imaginam quantos espíritos estão aqui para que esta atividade se realize. Que vocês continuem firmes com este belo trabalho, sem esmorecer com a rotina. Que o Mestre Jesus os abençoe para que tenham forças para seguir em frente. Fiquem com Deus!
Ester Bueno
Nota – “Há alguns meses o médium psicografou uma mensagem denominada ‘Três Pontos’ onde informei três virtudes que me salvaram em uma existência. Sendo: paciência, humildade e obediência. Essa encarnação foi uma experiência anterior da existência citada acima. É importante observar que quando desenvolvemos uma virtude, ela é testada em diversas formas, em várias situações e até mesmo em várias existências para saber se aprendemos realmente a adquiri-la. O que quero esclarecer é que posso adquirir uma virtude em uma vida corporal, mas isso não significa que a terei no mesmo grau em existências futuras, isso caso venha a adquiri-la.” (Ester Bueno)
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