Um Pedido de Ajuda

Eram quase três horas da manhã e um homem que dormia nas calçadas da cidade, sob marquises escuras, ardia em febre. O frio tomava-lhe conta do corpo físico. Apesar de estar coberto com uma simples coberta e estar vestido de calça e camiseta, estava longe de estar aquecido.
O tempo mudara de repente e como na rua nem sempre se tem como guardar as coisas que se ganha ou até se compra, perdem-se roupas, cobertores e outras coisas que amenizariam o sofrimento do frio.
Acentuando as suas dificuldades estava adoentado. Procurar um posto de saúde naquelas horas, debilitado e febril, trêmulo e só era uma temeridade. Não conseguiria.
O que fazer então, meu Deus? Pobre homem! O que fizera ele para estar ali? Com certeza seria um vagabundo que se embriagava nas ruas, pensariam logo alguns!
Sempre o mau hábito da humanidade em julgar antes de estender a mão! O pobre perdera tudo numa enchente dias antes... A família, a casinha os materiais de trabalho... Como não tinha mais ninguém a quem procurar, pois os amigos que achava ter negaram-lhe alguns dias sob seu teto com receio de que o pobre homem seria prejuízo financeiro justamente por ter pegado uma pneumonia durante a tragédia da enchente, não poderia trabalhar, o que o tornaria um peso.
Sempre o egoísmo dos que pensam mais com o bolso do que com o coração! Até quando iremos aprender a estarmos mais abertos a oferecer algo a mais de nós mesmos?
Estava ali o homem, quase beirando a inconsciência, quando se lembrou de que a prece seria a única aliada à sua situação rara. Rezou de coração pedindo auxílio com humildade e alegria, apesar de tudo o que passava!
Logo adormeceu e seu espírito saiu do corpo. Era uma madrugada de domingo. Cerca de duas horas depois um grupo de samaritanos do bem chegou até o amigo caído na rua e lhe ofereceu um café da manhã. Deram-lhe roupas, mais um cobertor, comida... Oraram por ele e ainda lhe trouxeram uma pomada, segundo diziam, espiritual. Quando acordou, já se sentia mais animado não sabia por qual motivo.
Contou ao grupo sob sua situação e este o auxiliou com o incentivo e levando-o até um posto de saúde mais próximo. Deram-lhe algumas orientações para que pudesse procurar algumas autoridades e assim se reerguer, começar de novo.
Foi só um impulso... Parece pouco, mas foi o ponta pé que ele necessitava para continuar tendo confiança em Deus e na vida!
O que houve depois? É de se imaginar que ele tenha vencido, pois até hoje sua gratidão paira pelo ar da vida, a revolta ou o desânimo não fazem morada em seu coração! O importante foi o aprendizado e a experiência. Por mais dolorosa que tenha sido, foi a melhor para seu aprendizado!
Obrigado! Wellington – 14.05.12

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