Compartilhando o Melhor que se Tem
Genaro era um talentoso
pintor o qual gostava de tudo observar a fim de que sua arte pudesse sempre
lembrar... Seus desenhos e pinturas buscavam a verdadeira essência e sempre
tocava os corações daqueles que estavam ao redor, a começar pelo próprio.
Era incrível e talentoso em
sua vida de artista, mas depois da fama com o respeito conquistado, Genaro não
se encontrava por satisfeito, ao contrário, estava ainda mais vazio. Não tinha
mais problemas com dinheiro, como tivera na infância e juventude, era agora
muito procurado e seus trabalhos valiam muito.
No entanto, sentia-se como um
objeto frio que lhe faltava alma. Queria contribuir com a humanidade, tocar
realmente o sentimento de todos e não apenas daqueles os quais pudessem pagar
para ver o seu dom materializar na Terra em todo seu esplendor e harmonia.
Assim, certa tarde
melancólica e quente, resolveu ir ao centro da cidade a qual vivia e com seus
instrumentos de trabalho, parou num calçadão, observou a vida pulsante. Com o
olhar educado, valorizou apenas os bons acontecimentos que lhe rodearam naquele
instante. Então, percebeu um homem de terceira idade, levantando um caído. Não
se sabia muito sobre o irmão jogado ao chão. Sabia-se apenas que ele deveria
necessitar de auxílio.
Genaro preparou seus pinceis,
lápis, tinta, tudo que era necessário. Entregou seu coração aos gênios da arte
naquele instante, ao seu mentor espiritual e desenhou ali mesmo, no chão, no
calçadão a bela cena do homem estendendo as mãos e auxiliando o próximo. O
desenho ficou belo, muitos foram tocados pela sensibilidade inspirada de Genaro
que havia deixado no chão um chapéu para receber doações. Aquele desenho com
certeza, na sua visão duraria poucas horas no calçadão, pois na primeira chuva,
seria varrido pelas águas, uma vez que as tintas eram à base d’água.
No entanto, em poucos
minutos, as pessoas lhe deram numerários por terem a oportunidade de ver uma
obra prima no calçadão. No final de um tempo, quando o chapéu parecia cheio,
Genaro agradeceu a todos e ao pegar o chapéu se dirigiu às compras de alimentos
e roupas, por fim se dirigiu ao homem ali retratado o qual necessitava de
amparo e proteção. Esse que havia recebido um pão, uma palavra de carinho do
amigo que estendera as mãos, agora recebia algo mais. Roupas, calçado e comida...
Mas o melhor de tudo era a alegria e a fraternidade de Genaro para com o irmão
antes desiludido da vida.
Passou Genaro então a
preencher suas horas vagas oferecendo de graça seu talento para conseguir
angariar fundos e ter como auxiliar os humildes do mundo. Tais atitudes preencheram
sua alma de artista e lhe ofereceram mais alegria para criar o belo e o bom. É
o efeito do bem de quem compartilha o que de melhor tem em seu coração!
Jesair Pedinte – 08.05.15,
psicografado por Jerônimo Marques.
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