Inspirando Emoções
Quando dei por mim, estava
sendo levado a um recanto “escondido” no Centro do Brasil... Um local cercado
apenas de natureza, muito belo, mas o procuraria apenas para o descanso e não
para tal propósito, afastado da civilização... Estudos, orações, oficinas,
apresentações... Palestras... Quantas atividades! Aparentemente, inúteis.
Há muito vivia sempre com
medo, fome e frio... Talvez por encontra-me mais sóbrio decidi ficar naquele
ambiente, sem desejar fugir, pois tive várias oportunidades para tal. Felizmente,
estava fraco demais, sonolento, com medo. Afinal, nunca havia me interessado
por estudar e refletir sobre o bem, sobre o Criador... Aliás, nem sabia ao
certo se estava ou não morto... Descobri por dedução lógica naquele local...
Chegamos logo pela
manhãzinha. Estava um dia cheio de Sol... Muitos companheiros chegavam a este
local, uns chegavam em estado de sono profundo, outros piores que eu... Pelo
menos eu conseguia sentar e até andar...
Em poucos minutos, estávamos sobrevoando
uma construção e um jardim, vimos jovens e adultos formando um coração. Estavam
com as cores da bandeira brasileira nas cabeças. De repente o Hino Nacional foi
tocado, as vozes se uniram para reverberar o tal, as cores dos chapéus
começaram a sair e bailar... Passarinhos eram atraídos a todo instante. Um
deles sobrevoava como se estivesse agradecendo e dançando junto às cores
luminosas! Percebi que volta e meia essas cores passavam por cada um de nós!
Quando chegou a mim, senti-me leve e bem pela primeira vez há muito tempo!
Enquanto todos retornavam à
construção, passamos por uma espécie de seleção. Os que tinham condição de
caminhar foram levados com os grupos para os estudos... Coração, Brasil e
Evangelho...
No coração passei a sentir
mais sentimentos os quais estavam adormecidos. No Brasil, refleti sobre o que é
ser filho de uma nação a qual tem o destino de ajudar a melhorar o mundo! Por
fim, o evangelho mostrou-me a importância de ser bom independente dos outros...
Em alguns momentos, principalmente os primeiros, não queria dar o braço a
torcer, mas aos poucos fui me interessando e logo havia sido cativado por um
assunto o qual nunca havia pensado e se alguém me dissesse quando em vida do
corpo físico, com certeza riria da sua cara!
Acompanhei aqueles jovens se
divertindo, fui às cachoeiras, da queda d’água provinham sons maravilhosos os
quais circulavam com maior liberdade pelo espaço. Vi energias entrando e saindo
dos jovens do evento.
Quando a noite caiu, uma
história foi mostrada. No plano espiritual, víamos alguns espíritos que atuaram
naquele trabalho por diversos anos e agora tinham a oportunidade de redimir um
pouco dos débitos emprestando sua história para servir de alerta e ensino aos
que ali estavam... Atuavam sobre os atores, inspirando nas falas, nos gestos,
nas expressões, na energia, a qual era intensa!
Sons diversos transformavam-se
em cores, essas em energias! Energias e sensações as quais dominavam cada um
presente. Eram energias importantes para auxiliar a absorção de vibrações
positivas. Os próprios atores sabiam que não estavam ali por acaso, ninguém
estava, nem na plateia, nem no palco! Alguns refletiram “será que não estamos
revivendo nosso próprio passado? Já melhoramos, mas ainda falta muito.”
As cores produzidas pelos
sons eram manipuladas pelos amigos espirituais e canalizadas para as cenas. Quando
era uma cena mais pesada, forte, energias mais opacas e tristonhas, mais leves
e belas, as cores eram variadas.
Na cena das obsessões e das
bruxas, tentáculos enegrecidos de cores fluorescentes, mas escuras ao mesmo
tempo, saíam das mãos e dos movimentos dos atores... por outro lado, nas
danças, nos resgates, nos sorrisos estas energias, luzes eram de um brilho tão
belo e faziam diversos desenhos belos no ar que envolviam e destacavam cada
ponto da cena. Os mais importantes para nossa compreensão!
No fim, muita emoção,
lágrimas... Alguns por recordar que haviam vivido algo e por diversas vezes não
foram o melhor de todos, pelo contrário, um dos piores. Quando todos tiraram as
máscaras, foi como se toda a nossa dor saísse de nosso peito! Era o “homem
velho” cedendo lugar ao homem novo o qual recomeçará!
Alguns que dormiam despertaram
meio sonolentos... Quanto a mim, estava extasiado... Feliz e admirado por ver
tantos jovens, juntos, sem reclamar, procurando aproveitar cada instante a fim
de entender e emanar boas vibrações. Toda aquela alegria, algo que sinceramente
não lembrava de ter sentido na vida, agora tal emoção, abraçava-me e ajudava a
me concentrar para melhorar meu aproveitamento naquele cantinho de paz.
Confesso que antes não desejava
estar naquele local, agora estava realmente impressionado! Não sabia explicar,
tinha uma afinidade com as atividades que eram simplesmente inconfundíveis!
Durante a noite, no descanso dos participantes, esses nos visitavam nas
enfermarias localizadas na região. Havia diversas alas de acordo com o problema
de cada um de nós, fiquei na região do jardim do centro, recebendo medicamentos
medicinais aplicados pelas mães, pais velhos, caboclos e índios. Muitos jovens
estiveram desdobramento no momento do sono para auxiliar e aprender.
No outro dia, um coral belo
de vozes... Um silêncio o qual parecia sepulcral, mas na verdade era um
silêncio quase celestial! Todos procuraram viver aquele momento, voltaram os
olhos para si e a mãe natureza! À volta estavam espíritos amigos de caboclos,
índios, os protetores de cada um, a equipe espiritual ligada ao evento e ao tema
“Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho!”.
Caminhando pela mata, sob a
supervisão dos elementais e espíritos amigos, todos foram refletindo sobre algo
importante em suas vidas... Nós que tínhamos como caminhar fomos lado a lado
fazendo também a nossa reflexão. Os que não podiam, foram carregados pelos caboclos,
índios.
Na cachoeira, um banho de
energização! Alegria pelo momento e depois volta à reflexão com o som da flauta
e violino... Inesperadamente quando a música foi sendo repetida como um mantra,
os companheiros que haviam chegado há pouco adormecidos foram envolvidos aos
poucos pelas cores provindas da música entoada e um flash de luz forte se deu,
vários jovens despertaram sendo abraçados por cada um de seus acompanhantes. Enquanto
o coral ia ensaiando, chegava mais e mais jovens de outras caravanas. As
energias salutares dançavam cada vez mais organizadas e atraentes aos nossos
olhos, quando finalmente estas começaram a formar imagens belas as quais seguiam
a melodia e letra da música cantada.
Um grande mapa do Brasil foi
desenhado por cores da bandeira na parede de fundo do palco, vários pontos de
luz, como se fossem estrelas foram aparecendo. Depois nos explicaram que eram
pontos onde há muitas obras de amor e auxílio ao próximo. Para minha surpresa,
em cada cantinho do país havia pelo menos um pontinho de luz! Era um desenho
belíssimo que finalizava com a aproximação de Jesus a beijar a face do quadro
de Maria de Nazaré, na mesma parede ao fundo. Era simplesmente emocionante... Passamos
o restante do dia acompanhando as atividades. O lazer, os ensaios, a palestra
esclarecedora sobre o tema estudado durante aqueles dias e por fim... Mais
apresentações!
Aprendemos e divertimo-nos! O
mais bonito era apreciar a alegria dos jovens, adultos e crianças. Posso dizer
que naquele momento não sentia mais nenhuma dor! Estava até feliz, como nem me
lembrava... Percebi que aquelas artes ligadas à religião não precisavam ser
chatas, era possível criar comédia, mas com carinho e respeito! Algo bem
diferente das brincadeiras de mal gosto as quais presenciei com frequência
quando vivo na matéria! Tocou-me muito a vontade e as energias liberadas pelos
jovens nas apresentações! Diversos espíritos que cuidavam dos casos mais graves
recolhiam uma substância a qual saía dos jovens e levavam para aplicar, depois
de alguma manipulação, naqueles em pior estado! Era impressionante!
Literalmente, era uma arte que auxiliava na cura!
Quando a música foi cantada
com sons dos índios e caboclos, inspirados pelos próprios, as vibrações fortes
eram espalhadas por todo ambiente e qualquer pensamento ruim era “varrido” dali
imediatamente! Algo inexplicável!
Enfim... Alegria, reflexão...
Recomeço! A máscara de minha existência caíra... Agora, estava eu e Deus... Mas
só que desta vez fortalecido! O que vi e pude presenciar depois era apenas
felicidade plena pelo dever cumprido pela maioria! Alegria por receber tanto e
voltar à civilização renovados de boas energias! Amizades sinceras eram
criadas, fortalecidas e resgatadas! Que lugar seria aquele? Um campo de paz que
me fez inspirar emoções nunca sentidas... Obrigado! Que venha o próximo! E que
os jovens dali sejam agentes da transformação do Brasil na verdadeira Pátria do
Evangelho! Quem sabe daqui uns anos eu possa estar daí novamente, inspirando
emoções e fazendo diferente com a benção de Deus.
Elias,
sob a orientação e auxílio literário de Daniel após o Encontro de
Evangelizadores Através da Arte– 08.04.15, por Jerônimo Marques.
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