Esclarecendo Dúvidas - Eutanásia
Gostaria que nos esclarecesse melhor os efeitos da eutanásia? O que ela representa perante Deus? Quem a pratica com o objetivo de aliviar o sofrimento alheio, prejudica-se perante as Leis do Criador? Mais alguma observação, caso ache necessário?
Meus filhos é fato que essa prática aparentemente “caridosa”1 perante a sociedade terrena atual é sempre uma prática infeliz que tem seus atenuantes e seus agravantes, como todo delito contra as Leis Divinas.
A eutanásia2 não é nada mais, nada menos que um assassínio dos filhos de Deus. O ser humano é ainda muito ignorante, contudo, tem sido cada vez mais petulante e orgulhoso ao conhecer e mesmo assim, insistir em práticas “velhacas” e inconsequentes como retirar a vida dos que estão moribundos na existência. Querem se portar como DEUSES, mas não querem preservar a vida custe o que custar.
Lembremos uma vez mais do Mestre Jesus. Ele esteve o tempo todo a favor da vida. Para completar seus ensinos à humanidade sacrificou a sua para nos exemplificar como deveríamos vivê-la: em favor do próximo!
Eutanásia é prática infeliz, principalmente porque ainda é permitida por muitas sociedades. Felizmente, a Constituição Brasileira3 ainda procura manter a dignidade da nação, apesar das manifestações infantis e contrárias de uma minoria social e interesseira.
É certo que não é fácil para ninguém ver quem ama numa cama de hospital e ainda mais com poucas ou nenhuma esperança de recuperação do ser amado. Contudo, não se iludam, é sim condenável ao ser que opta por esse procedimento4. Entretanto, tudo vai de acordo com o conhecimento das Leis Soberanas do universo.
Aquele que acredita na vida após a morte e nas leis do carma e ainda assim pratica este ato, torna-se mais culpado e totalmente deplorável perante Deus. Já o que não acredita em nada disso, infantilmente pensará estar sendo misericordioso e buscará essa solução que para ele é a mais certa. Culpado? Sim, mas de forma branda. Já o que executa a prática, também cairá nesta mesma análise. Foi a seu gosto ou não? Caso tenha sido, será analisado seus conhecimentos espirituais e morais. Caso não, foi a contragosto e fez talvez por pressão ou por falta de coragem de agir diferente, tudo será levado em conta, mas não deixará de ser assassínio...
A retirada de uma vida só pertence ao Criador. A exceção faz-se em casos de risco para a vida de uma mãe, o que será uma provação para esta e para o ser que viria. Contudo, nada disso pode enquadrar-se com a eutanásia.
Nada e ninguém pode conseguir verdadeiramente justificar ato tão covarde para com a vida. Os médicos que os realizam deveriam ser os primeiros a defender a extinção disto. Deveriam relembrar pequeno trecho do juramento de Hipócrates que se segue:
“Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva”.
Assim, o médico deve pautar-se na preservação da vida5, independente do que aconteça ao seu paciente. Dizer NÃO para a eutanásia é dizer SIM para a vida. Aos que dizem acreditar e respeitar Deus, nosso Pai, que fique claro. Este ato não é de amor e nem mesmo renúncia, mas sim de egoísmo6 e pura falta de caridade!
Na maioria dos casos, os que assim optam são porque não querem mais um “problema” para cuidar em suas vidas. O quê? Cuidar de alguém que vegetará na cama o resto dos dias? Deixar de ter a liberdade para fazer o que vier à cabeça por causa de alguém que nem vale mais nada, só traz limitações, tristeza e consumirá o tempo livre? Sim, esta é a realidade egoísta de muitos.
Só se esquecem que um dia poderão estar no lugar destes. Só se esquecem que um dia podem ter sido beneficiados por estes que agora pedem auxílio e não tem mais com quem contar.
Caso pensássemos melhor sobre tudo isso, seria um prazer, uma alegria servir estes irmãos. Estaríamos fazendo a vontade de Deus! Cuidando de nossos irmãos que estão impossibilitados e desenganados, estaríamos praticando o amor, a renúncia, o respeito, a caridade. Desenvolveríamos virtudes inigualáveis e nossa recompensa seria a consciência limpa e a proteção do alto!
Não pensemos, porém nisso, pois o que devemos ter em mente é que poderemos servir e crescer para Deus! Auxiliar um irmão a resgatar erros passados e buscar ser o esteio destes, mesmo que seja a contragosto destes irmãos, será medida correta que Deus abençoará por toda a eternidade.
Enfim, meus filhos. Saibamos servir sempre. Quando a humanidade tiver enraizado este sentimento em vossas almas, desaparecerá mais este crime de forma definitiva, assim como outros já têm sido esquecidos, como os duelos permitidos pela sociedade. Hoje já não se consta em nenhuma lei, apesar de continuar acontecendo às escondidas. Aos poucos deixaremos os sentimentos vulgares para trás e desenvolveremos a bondade implícita aos nossos atos.
A eutanásia ficará apenas no passado triste da humanidade. Auxiliemos neste processo. Obrigado!
Jesair Pedinte e amigos – 04.07.11
1 – “O homem não tem o direito de praticar a eutanásia, em caso algum, ainda que a mesma seja a demonstração aparente de medida benfazeja. A agonia prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma e a moléstia incurável pode ser um bem, como a única válvula de escoamento das imperfeições do Espírito em marcha para a sublime aquisição de seus patrimônios da vida imortal. Além do mais, os desígnios divinos são insondáveis e a ciência precária dos homens não pode decidir nos problemas transcendentes das necessidades do Espírito.” (EMMANUEL. O Consolador. 26.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006)
2- “A eutanásia apresenta várias modalidades, dentre elas estão:
* Eutanásia passiva (involuntária) – ocorre quando o paciente não está em condições de consentir com a abreviação da própria vida. As conseqüências da passiva são atenuadas e vão depender do próprio estágio evolutivo do Espírito.
* Eutanásia ativa (voluntária) – quando o paciente pede para morrer ou quando lhe é sugerida a aplicação da medida extrema e ele concorda. As conseqüências da ativa assemelham-se aos efeitos experimentados pelos suicidas conscientes: o desapontamento, porque a fuga de si mesmo é impossível, uma vez que ninguém morre, apenas o corpo físico se desagrega; agravamento do problema, pois, se o paciente pretendia escapar da dor, agora vai encontrá-la em doses superlativas, mormente no aspecto moral – remorso -, em que se deparará com pesadelos íntimos torturantes [...].” (TORCHI, Christiano. Espiritismo Passo a Passo com Kardec. 2.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007)
3 – “Expresso no caput do art. 5º., o direito à vida é o mais elementar dos direitos fundamentais; sem vida, nenhum outro direito pode ser fruído, ou se quer cogitado.” (PAULO, Vicente. ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado. 4. Ed. São Paulo: Método, 2009)
“Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes ao País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a à propriedade [...].” (BRASIL, Constituição do. Senado Federal: 2009)
4 – “A eutanásia, em suma, é sempre uma forma de homicídio, pelo qual seus autores responderão no porvir, em grau compatível com as suas determinantes.” (________. O Pensamento de Emmanuel. 5.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1994).
“A legislação penal brasileira considera homicídio a eutanásia sem o consentimento do enfermo – eutanásia passiva – da mesma forma que considera auxílio ao suicídio a eutanásia com o consentimento do doente - eutanásia ativa [...].”(TORCHI, Christiano. Espiritismo Passo a Passo com Kardec. 2.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007)
5 – “A eutanásia é um equívoco muito grande, pois a Medicina não é uma ciência exata. Ela, como as demais ciências, está em constante progresso. Os médicos, os cientistas, não são infalíveis. As estatísticas, com base em necropsias (exames em cadáver), revelam que existe cerca de 40% de erros, tanto nos diagnósticos – é o conhecimento ou a determinação de uma doença, com base nos sintomas dela – quanto nos prognósticos – é o juízo médico, com base no diagnóstico, acerca da duração, evolução e fim da doença. O fato é que o critério de incurabilidade é muito frágil, uma vez que a Medicina não para de evoluir e, periodicamente, são descobertos medicamentos e curas para certas doenças que até então eram consideradas irreversíveis.” (TORCHI, Christiano. Espiritismo Passo a Passo com Kardec. 2.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007)
6 – “Ninguém se deverá permitir a interferência destrutiva ou liberativa por meio da eutanásia em tais processos redentores. Pessoas que se dizem penalizadas dos sofrimentos de familiares e que desejam os tenham logo cessados, quase sempre agem por egoísmo, pressurosos de libertarem-se do comprometimento e da responsabilidade de ajudá-los, sustentá-los, amá-los mais. Não faltam terapêuticas médicas e cirúrgicas que podem amenizar a dor, perfeitamente compatíveis com a caridade e a piedade cristãs.” (ÂNGELIS, Joanna de. Após a Tempestade. Salvador: Alvorada. 1985)
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